Viva como se fosse viver para sempre

O mundo trava uma guerra silenciosa, porém furiosa, contra a morte, na busca de viver para sempre. Cirurgias plásticas, obsessão por exercícios físicos, dietas compulsivas e bilhões gastos em pesquisas que buscam o santo graal da imortalidade. O autor de Hebreus descreve tal condição como ser um eterno escravo do medo de morrer (Hebreus 2.15).

Por mais que tentemos, os filhos de Adão e Eva não podem escapar deste antigo pesadelo:

E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida. (Gênesis 3.24)

A humidade, agora fora do Éden, ainda busca em vão pela árvore da vida.

A cura para a morte

Como o mundo mudaria do dia para a noite se todas as pessoas ouvissem que um homem tem a cura para a morte? Quantos anos seriam dedicados a festejar tal descoberta? Contudo, essas mesmas pessoas rejeitam o conhecimento da verdadeira eternidade porque não é a eternidade que inventaram.

Deus colocou em cada um de nós um sentimento de que a vida continua após a morte: “[Deus] também pôs a eternidade no coração do homem” (Eclesiastes 3.11). Porém, a maioria suprime o conhecimento da própria imortalidade. Por quê?

Porque “desprezaram o conhecimento de Deus” (Romanos 1.28), o Deus que “habita a eternidade” (Isaías 57.15). Repudiam a verdade que seus corações procuram porque não aprovam uma eternidade com Deus. Em seus corações, pensam que é melhor ter alguns momentos felizes em uma vida mortal, quebrada e passageira do que mergulhar em uma existência sem fim com o Deus a quem desprezam.

Seres imortais

Sabemos que todas as pessoas viverão para sempre. Confiamos e amamos o Deus eterno, cremos na ressurreição dos mortos, cremos na promessa da vida eterna com Jesus. E conhecemos o destino eterno dos ímpios: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mateus 25.46).

Cremos que a eternidade existe e que todo homem é imortal. As almas com que temos contato em um jogo de futebol, em um restaurante ou passeando na praça ainda existirão daqui a milhões de anos. O carteiro, o motorista do ônibus, o vizinho chato… todos são seres imortais. O pior ser humano viverá mais do que as galáxias.

Mesmo que consideremos aqueles que se foram antes de nós — aquele avô doente, a criança que sofreu um acidente ou a esposa que faleceu no parto —, embora momentaneamente não possamos vê-los, sabemos que eles existem e viverão novamente. Professamos que a morte é uma interrupção, mas não é o fim.

Uma folha que cai

Afirmamos que cremos em almas imortais, uma verdade que o mundo jamais reconhecerá, mas será que pensamos no que essa realidade momentânea implica? Reconhecemos o eterno peso de glória? Será que ele provocou alguma mudança na sua semana?

Como John Foster ressalta, quantos de nós creem na eternidade em vão?

A própria consciência de que sua mente é capaz de admitir e rejeitar esse assunto (a eternidade) sem uma emoção séria e prolongada deveria pelo menos produzir um pouco de seriedade por meio do espanto e do alarme, o qual deve ser despertado pela consideração de quantos anos você creu nessa verdade em vão. (An Essay on the Improvement of Time, [Um ensaio sobre o aproveitamento do tempo], pp. 150–151)

Quantos anos cri na eternidade sem que isso me afetasse? Não apenas na eternidade, mas na eternidade com o Deus Bendito. Na eternidade com Jesus Cristo. Em quantos de meus dias curtos e já contados eu fui despertado pelo fato de que haverá um “dia eterno” e interminável (2 Pedro 3.18)? Se, em Cristo, tenho esperança apenas nesta vida, não seria eu digno de pena (1 Coríntios 15.19)?

Como esse mundo me ilude, a ponto de comparar esta vida com uma grande árvore e seus ramos e a eternidade com uma folha que cai!

A eternidade esquecida

Com um único pensamento percebo minha insanidade. Quem em sã consciência, estando em uma viagem de barco, gastaria todas as afeições e pensamentos com o barco, sem qualquer consideração pela terra à vista da qual não pode escapar? Eu me esqueço de que “com efeito, passa o homem como uma sombra” (Salmos 39.6), como um sonho (Salmos 90.5–7), como a erva que seca e a flor que cai (Isaías 40.6–8), como uma neblina que aparece, mas logo se esvai (Tiago 4.14). Ó minha alma, lembre-se de que “o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2.17).

Espero que você tenha a eternidade diante dos seus olhos mais do que eu.

Cristão, você, de posse da maior revelação e do conhecimento mais santo, guardião do caminho para a eternidade, já tomou tais verdade para si mesmo e as distribuiu livremente para este mundo em desespero e decadência? A eternidade acompanha você enquanto você troca a fralda do seu filho? Ela acompanha você no seu trabalho? Ela riu ao seu lado enquanto você se divertia com seus amigos noite passada?

Essa mesma eternidade já fez você ficar de joelhos para orar por seus filhos, por sua igreja e por sua cidade? O terrível esplendor da imortalidade já fez você levantar os olhos para enxergar além deste reino que perece, para enxergar o reino que não pode ser abalado?

Essa mesma eternidade é uma rocha em meio ao seu sofrimento? Ela conduz você a realizar missões? Ela tem alertado você sobre o perigo de ser amigo do aqui e do agora? Ela acrescenta solenidade à sua vida? Ela alegra seus dias tristes? Ela lhe concede coragem para ir a Cristo? Ela lhe mostrou o iminente tsunami que varrerá todos esses esplêndidos castelos de areia? Deu novo significado a cada nova conquista? Fez você levantar os olhos em gratidão permanente a Deus? Ela equipou você para guerrear contra o pecado?

Ou você tem crido na eternidade em vão?

A árvore da vida

Devemos despertar para o iminente mundo sem fim. Somos aqueles que “não se atentam nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4.18).

As pessoas ao nosso redor vivem e morrer pelo que se vê, que se sente, que se prova, em que se tem prazer, que é transitório. Mas Deus colocou você e eu neste mundo para falar, argumentar e suplicar às almas imortais que se reconciliem com Deus.

Por meio da fé em Cristo, no Gólgota podemos ter acesso à árvore da vida, e provaremos do fruto que foi negado aos nossos pais:

Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus. (Apocalipse 2.7)

Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. (Apocalipse 22.14)

Essa árvore está ao nosso alcance porque Jesus Cristo, a Ressurreição e a Vida, a aproximou de nós. Ele promete: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente”, e faz uma pergunta muito pertinente: “Crês isto?” (João 11.25–26).

Que Deus nos dê graça para crer e fazer com que nossos amigos, familiares e filhos saibam que a eternidade está logo ali.

Por: Greg Morse. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Live Like You’ll Live Forever.

Original: Viva como se fosse viver para sempre. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Renan A. Monteiro.