Um blog do Ministério Fiel
O que você fala é morte ou vida!
Palavras foram importantes na criação, na queda e significativas na redenção.
O que você fala é morte ou vida!
Todos nós falamos. Falamos o dia todo. A habilidade de comunicação nos diferencia do restante da criação.
A fala é uma dimensão importantíssima da humanidade, da nossa semelhança com Deus. Por isso, os momentos mais tristes e mais festivos da nossa vida são acompanhados pela fala. As palavras conduzem nossos relacionamentos. Passamos realmente a conhecer outras pessoas por meio de conversas.
Falar parece normal, sem importância, inofensivo, mas há uma grande dificuldade, uma verdadeira guerra de palavras que travamos todos os dias; e então, expressamos nossa batalha com palavras.
Deus dá valor às palavras. Palavras foram importantes na criação, na queda e significativas na redenção.
Deus fala
As primeiras palavras foram ditas pelo próprio Deus. Tudo que Ele criou, foi pela Sua Palavra: HAJA! Em Gênesis 1.28, ele falou com Adão e Eva “E Deus os abençoou e lhes disse…”. Ele verbalizou a ordem para não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17); fez a pergunta sobre onde estava Adão (Gn 3.9); a falou com a serpente (Gn 3.14). Mas, certamente, antes da Queda não havia guerra de palavras, elas nunca tinham sido usadas como armas. Em Gênesis 1 tudo que era falado refletia a glória de Deus. Não havia discussões, mentiras, xingamentos, gritos, impaciência, respostas com irritação. Era como o Criador planejou.
Deus falava ao seu povo por meio de palavras que eles podiam entender. Deus não é somente um Deus que faz; ele é um Deus que fala de maneira poderosa, elaborada, consistente e clara ao seu povo. Ele faz e explica o que fez.
Palavras como rocha, sol, refúgio, escudo, pastor, pai, juiz, cordeiro, porta, mestre, água e pão explicam quem ele é e o que ele está fazendo.
Você pode responder rapidamente?
Quais foram suas primeiras palavras no dia de hoje?
Você emprestaria uma gravação de sua fala nas últimas 24 horas?
Quando você está atrasada, quais são suas palavras?
Você já se arrependeu por ter falado algo?
Nossas emoções e circunstâncias influenciam nossa comunicação, sem dúvida! Com sono, cansada, dificilmente as palavras serão amorosas, não é? Mas nada disso pode ser justificativa para pecarmos; e quando isso acontece, lá estamos nós na situação tipicamente descrita como Guerra de Palavras. Na guerra, existe um lado lutando contra o inimigo, com objetivo de ganhar, vencer, mesmo que haja ferimentos graves ou até a morte. Salomão escreveu que “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Provérbios 18:21
Paul Tripp faz uma analogia muito didática, olhando para um fato simples da natureza: as folhas arrancadas de uma árvore não podem ser devolvidas. Da mesma forma, as palavras que dizemos não podem jamais ser retiradas dos ouvidos de quem as recebem. Quando fazemos uma escolha, não podemos reviver aquele momento. Não temos a opção de reviver nosso passado para tentar fazer algo melhor, assim como não podemos colar de volta nas árvores as folhas arrancadas.
A verdade é que o problema das palavras está sempre ligado ao nosso coração. Jesus disse em Lucas 6.43-45 “Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.”
Aquilo que controla nossos corações controla nossas palavras.
Então, por que o que a boca fala é tão importante? A resposta é objetiva: “…porque a boca fala do que está cheio o coração” Mt 12.34.
Mas, a boa notícia é que existe a oportunidade de fazer um “Tratado de paz”!
O Evangelho, e somente o Evangelho, pode mudar o modo que entendemos e resolvemos nossos problemas de comunicação.
JESUS é a palavra, o verbo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” João 1.1.
Ele é a única esperança para as nossas palavras. Somente nele encontramos vitória em nossa guerra de palavras.
O propósito de Deus é revelar sua graça que restaura, perdoa e salva, lembrando que nosso Salvador é capaz de transformar nossos complicados mundos de fala em lugares onde o amor é a motivação e a paz, o resultado. Deus está trabalhando e transformando pessoas que instintivamente falam por si mesmas em pessoas que efetivamente falem por ele.
Então, quando e como devo falar? Efésios 4.29 “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.”
A palavra não pode ser torpe, podre; o que é podre cheira mal e contamina. Assim, se não for para edificar, construir, não fale! Fale somente se for necessário, com objetivo de transmitir graça, e não desgraça a quem vai ouvi-la. Há palavras que são para a morte: cheias de ira, malícia, difamação, ciúmes, fofoca, violência, e outros males. (cf Pv 18:21)
Sempre que vamos falar precisamos ter em mente a compreensão de que somos embaixadoras do nosso Deus. 2 Co 5:20a “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio.” O Embaixador é o representante; ele fala em nome de alguém. No livro Guerra de Palavras, Paul Tripp escreve que nós fomos enviadas pelo Rei para falar em nome dele. Falar como embaixador significa que estamos sempre perguntando a Deus o que Ele quer realizar em nossos corações e nos corações de nossos ouvintes. Nossa função é agir como Jesus agiu, reagir como ele reagiu, e falar como ele falou. Nós somos chamadas para levar suas palavras de redenção em cada situação da vida.
Você já viveu alguma situação em que poderia ter evitado uma guerra de palavras, caso tivesse respondido algo de forma branda, sem ironia? A Palavra diz que Pv 15.1 “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”.
Nós precisamos começar admitindo que pessoas e situações não nos fazem falar do modo como falamos. São os nossos corações que controlam nossas palavras. As pessoas e as situações simplesmente proporcionam a ocasião para o coração se expressar. Confessar isso humildemente é o caminho para receber o perdão e o poder de Deus. 1 João 1.9 “Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Há esperança para nossa fala!
Vencer a guerra de palavras envolve escolher as nossas palavras cuidadosamente. Não apenas escolher as palavras que dizemos, mas também as palavras que escolhemos não dizer.
Quando nossos melhores esforços para ganhar essa guerra de palavras estiverem esgotados, encontramos a maior esperança de todas; ela não está em nós ou em nosso potencial. Está na Palavra de Deus, em sua presença, poder e promessas. Há esperança de mudança porque Jesus Cristo, a Palavra, o Redentor, nos deu todos os recursos necessários para falar como devemos falar, da maneira como ele planejou. Nele o impossível torna-se possível. A guerra se torna vencível. A língua se torna domável, não mais um instrumento do mal, mas uma produtora do bem. (Tiago 3.1-10)
Devemos também falar palavras claras de perdão a alguém que nos magoou. Palavras perdoadoras fazem mais do que apenas curar relacionamentos humanos; elas promovem a obra de Deus em nos conformar a Cristo.
“A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos.” Pv 25:15
Que Deus nos ajude, para que neste mundo mau, sejamos transformadas de modo que o campo de batalha das palavras se torne um jardim de bom fruto, onde as sementes da paz produzam uma colheita duradoura de retidão “Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz”. Tg 3.18
E assim, oramos:
“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” Salmo 19.14