O Brasil da cruz de Cristo

A luta do Brasil para um bom ambiente político

O Brasil é a maior nação católica do mundo, por outro lado, segundo pesquisa da Datafolha em 2020[1], os evangélicos ultrapassam os 30% da população brasileira e continuam crescendo. O primeiro ato público celebrado no Brasil foi uma missa, seus primeiros nomes foram inspirados pela religiosidade dos pais precursores do Brasil, no século XVI reformados andaram por aqui, tanto no Rio de Janeiro quanto em Pernambuco. A Constituição imperial, por mais que confessasse a fé católica romana, garantia a liberdade de culto, na verdade antes mesmo, o Tratado da Amizade com os ingleses (1810) já garantia essa liberdade. Na República, a confessionalidade estatal foi abolida, mas a cruz de Cristo continuou no Pavilhão Nacional e, hoje, trêmula nos mais de cinco mil paços municipais, Brasil afora. É impossível viver no Brasil sem respirar o cristianismo, seja católico ou evangélico.

Todavia, no atual pleito eleitoral, alguns candidatos parecem estar concorrendo num pleito organizado na China. Logo na abertura do período das campanhas eleitorais, a Igreja entrou no olho do furacão, sendo alvo de muitas declarações negativas, que podem até mesmo serem vistas como atos de intolerância contra os cristãos. No dia 15 de agosto, uma professora da Universidade de São Paulo (USP) declarou que as periferias estão dominadas por igrejas que fazem parte de uma verdadeira máfia. Para essas pessoas, seguir os preceitos da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e de Discriminação Baseadas em religião ou crença, só vale quando convém.

“[Partes das cidades] sem Estado. E o que significa isso? Significa periferias violentas. Periferias dominadas pelo crime organizado. Periferias dominadas pela milícia que têm na produção de moradia um grande negócio. Periferias dominadas por igrejas que fazem parte de uma verdadeira máfia[2]”, disse a professora.

Tal tendência se deve ao desconhecimento da contribuição que muitos fiéis deram na perspectiva de bons governos no Brasil – não a toa, que evangélicos e católicos tiveram um papel ímpar na Constituinte (1987-1988), preocupando-se em consolidar princípios que auxiliam na interpretação constitucional, e na criação de Direitos Fundamentais que alcançam muitas áreas de nossas vidas, incluindo o desenvolvimento espiritual (liberdade de crença e religiosa, que compreende as liberdades de culto, assistência, ensino e organização religiosa) e desenvolvimento econômico (com os valores do trabalho e da livre iniciativa).  Machado fala sobre essa relação:

Para a visão de mundo judaico-cristã, essa dignidade especial de ser criado à imagem e semelhança de Deus manifesta-se nas peculiares capacidades racionais, morais e emocionais do ser humano, na sua postura física ereta, na sua criatividade e na sua capacidade de articulação de pensamento e discurso simbólico, distinta de todos os animais, por mais notáveis que sejam suas características. Ele explica que o ser humano reparta de forma singular a sua criatividade e os seus interesses pela política, o Direito, a economia, a ciência, a literatura, a arquitetura, a pintura, a escultura, a música, o desporto etc […]. A dignidade humana é um atributo universal próprio do ser humano, de procedência transcendente, que gera uma pretensão universal de reconhecimento, respeito e proteção tendo como destinatários todos os indivíduos e todas as formas de poder político e social (Machado, Estado constitucional e neutralidade religiosa (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013), p. 37.).

Desenvolvimento espiritual

É a promoção da liberdade de crença, religiosa e de consciência, com valorização da família, preservação das crianças, vedação ao embaraço e combate à intolerância religiosa. Por um pensamento universal que destaque os valores de liberdade de crença e religiosa nos documentos internacionais, promovendo integralmente, desde a concepção, o direito à vida.

Desenvolvimento econômico

Assim como ensinou Tomás de Aquino: é impossível o desenvolvimento das virtudes em um ambiente de miséria. Sabemos que a mão pesada do Estado, o excesso de burocratização e a falta de atualização dos sistemas de ensino, tem contribuído para a perpetuação de gerações que não conhecem o fruto do próprio trabalho. Aqui, nosso objetivo será debater e desenvolver soluções para trazer uma cultura de livre mercado e liberdade econômica para o Brasil, demonstrando a importância das liberdades religiosa e de crença nesse contexto.

Um Convite

Pensando nisso, o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) está promovendo o Terceiro Congresso Brasileiro de Direito Religioso que ocorrerá nos dias 3 a 4 de novembro de 2022. Uma seleção de autoridades e experts, tratará o Desenvolvimento Humano nas perspectivas espiritual e econômica.

O Congresso do IBDR será na modalidade híbrida. O participante, no momento da inscrição, poderá optar entre a modalidade presencial e virtual ou, ainda, no caso da presencial, terá a opção de participar do Jantar Comemorativo de 4 anos do IBDR. Todos os participantes terão certificado de participação de 8h, emitido de forma virtual e enviado ao e-mail cadastrado. Acesse o site do congresso e faça já sua inscrição.

 

[1] https://religiaoepoder.org.br/artigo/a-influencia-das-religioes-no-brasil/

[2] https://www.poder360.com.br/eleicoes/ao-lado-de-lula-professora-diz-que-ha-igrejas-em-mafia/

Por: Thiago Vieira. ©️ Ministério Fiel. Website: ministériofiel.com.br. Todos os direitos reservados. Editor e revisor: Vinicius Lima.