Um blog do Ministério Fiel
Vestes de dignidade
Com que roupa eu vou?
Mulheres sempre abrem o guarda-roupa e ficam olhando para as roupas e vestes que estão lá, pensando e escolhendo aquela que vai vestir, se precisa passar, ou se vai combinar com o sapato. Em outra situação, quando vão comprar uma roupa, muitas perguntas – além do preço que vai pagar – também enchem a mente.
Você já parou para observar a importância das roupas e vestes ao longo da Bíblia?
No Antigo Testamento vemos a descrição da vestimenta de José, que recebeu de seu pai uma túnica colorida, a qual foi arrancada pelos seus irmãos (Gênesis 37.3; 23); a descrição dos representantes reais e sacerdotes, tanto Davi (1 Samuel 18.3, 4), como Daniel (Daniel 5.29), e no Novo Testamento, o filho pródigo recebendo o manto após o retorno (Lucas 15.21, 22)
Nancy Guthrie, em Ainda melhor que o Éden – 9 maneiras através das quais a história da bíblia muda tudo sobre sua história –, expõe esse tema em um dos capítulos, e sob essa perspectiva faço esta breve reflexão.
Em Gênesis 2.25 lemos que o homem e a mulher “estavam nus, e não se envergonhavam”. Eles não sentiam vergonha porque foram feitos à imagem de Deus, portanto eles também eram revestidos ou cobertos pela beleza e pela majestade do próprio Deus. Mas, assim que desobedeceram a Deus, tentaram cobrir ou esconder a nudez ou a vergonha de algo que na verdade eles não conseguiam esconder. Eles tiveram uma percepção de que estavam nus, não só no sentido literal, mas eles estavam despidos diante de um Deus justo e santo. Eles tentaram se cobrir com as folhas de figueira, pensando que seria a solução.
Mesmo cobertos com as folhas cobrindo a nudez, eles se esconderam. Por quê? Eles estavam com medo. (Gênesis 3.9, 10). Medo porque a imagem de Deus projetada neles agora estava manchada; eles perceberam-se indignos diante do Deus santo, justo e puro. A imagem e semelhança que eles tinham de Deus, que dava a eles o direito de estar na presença de Deus deixou de existir.
E de forma amorosa, em vez de Deus destruir Adão e Eva, Ele os vestiu (Gênesis 3.21). As vestes proporcionavam uma certa proteção para o deserto árido que eles encontrariam fora do Éden, mas também sugeriam a possibilidade de um dia serem vestidos por Deus em santidade, beleza e glória eternamente. Deus tinha um plano: Ele enviaria o libertador!
No Antigo Testamento, somente o sacerdote se vestia de forma adequada para entrar na presença de Deus; e essa veste deveria ter características específicas, com aspectos que refletiam como o nosso Deus é (santo, glorioso e belo).
Quando vou escolher a roupa, a “veste” para usar, estou refletindo a beleza do Criador, ou chamando a atenção para mim?
Há um fato muito relevante: as vestes exteriores não mudam o nosso interior. O exterior reflete o interior, porém, ele não MUDA o interior. Embora as vestes dos sacerdotes no Antigo Testamento mostrassem que todo o exterior era adequado – vestes gloriosas, santas e belas – ele tinha pecado; ou seja, o sacrifício que ele fazia não era definitivo. Aquelas vestes não mudavam a essência daquele sacerdote. Mas viria Aquele que faria o sacrifício de forma definitiva. E aconteceu! O nosso Salvador se despiu por nós. Ele experimentou a vergonha da nudez que pertencia a nós, para que pudéssemos experimentar a glória de sermos vestidas. Jesus veio e experimentou a vergonha da nudez literal na cruz para que pudéssemos experimentar a glória de sermos vestidas em definitivo.
No Novo Testamento, Paulo faz alusão às vestes em Efésios 4.22-24, instruindo que devemos nos despir da velha natureza, renovar a mente e nos revestir da nova natureza, caracterizando o processo contínuo da santificação. E Em Colossenses 3.1-4, instrui-nos:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.”
Quando entendemos o propósito para o qual fomos criadas, usamos as roupas certas. Ao invés de fazer das vestes temporárias o nosso foco, nos revestimos daquilo que vai nos tornar verdadeiramente belas, santas e puras para Jesus Cristo. Devemos investir nessa beleza que permanece, duradoura. Isso não significa que temos que ser desleixadas e nos vestir “de qualquer jeito”; mas, lembrar que as vestes foram criadas para usarmos refletindo o caráter de Deus Criador, pois pertencemos a Ele.
Que tipo de roupa devo usar?
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai-vos; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” Cl 3.12, 14
Essa “roupa” nos torna novamente dignas de estarmos na presença de Deus.
O que a sua vestimenta está comunicando?
O Espírito está agindo em nós substituindo nosso desejo de nos vestir de um modo que impressione ou seduza pelo desejo de nos vestir como Paulo nos instruiu em 1Tm 2.9. “Em vez de usarmos nossas vestes para fazer uma afirmação de estilo que fará as cabeças virarem em nossa direção, queremos, com nosso caráter, fazer uma afirmação de estilo que fará as cabeças virarem na direção de Cristo. Queremos que as pessoas olhem para nossa vida e perguntem de onde vêm as nossas roupas, porque elas querem tornar-se tão belas quanto estamos nos tornando” – Nancy Guthrie
Nossas roupas não devem chamar atenção para nós mesmas, e sim, devem refletir a glória do nosso Deus.
Pense quão maravilhosa será a roupa que vestiremos quando estivermos na Nova Jerusalém:
“Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e de onde vieram?
Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, l
avaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” Ap 7.13, 14