Um blog do Ministério Fiel
Satanás e seus pássaros
Como Satanás sabota os sermões de domingo
Todos os domingos de manhã, eles se empoleiram entre nós. Ouça atentamente e você poderá ouvir o bater de suas asas acima de nós. As vozes cantantes silenciam, o pregador sobe ao púlpito, o livro é aberto. Enquanto as pessoas se agitam nos bancos, se preparando para ouvir Deus falar através de um homem, os corvos e gralhas se agitam em antecipação. Seus sons abafados murmuram nos beirais. Alguns sons parecem sinistramente como uma risada.
Jesus os ouviu quando se levantou para pregar:
Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. (Marcos 4:3-4).
À medida que o pregador começa a espalhar a boa semente da Palavra de Deus pela congregação, ela encontra o caminho – o coração duro, pisoteado, não arado e não humilde. Desinteresse, distração, descuido, preguiça e ignorância impedem que a semente entre. A verdade de Cristo, do pecado e da salvação, entra no ouvido dessa pessoa, repousa sobre seu coração – mas nunca entra nele. Ouvindo, eles não ouvem. Vendo, eles não veem. Nunca ouvem a palavra o suficiente para se converterem ou serem perdoados.
No entanto, a semente não permanece sobre o caminho endurecido – Jesus a vê sendo devorada pelos pássaros.
Eles observam lá de cima. Cabeças se movem para todos os lados. Seus olhos rastreiam tudo abaixo, procurando sementes desprotegidas e indefesas. Ali. Um grão repousa por alguns momentos e fica exposto. Um mergulho – um lampejo escuro cai como um raio do céu – a semente desaparece. A palavra sobre Deus vai morrendo, a palavra da vida, a palavra de advertência, vai embora. Ela é devorada. Talvez uma pena seja deixada em seu lugar.
Jogo sujo
A imagem que Jesus apresenta na parábola do semeador é perturbadora. A que se referem os pássaros? Escutamos o que ele disse a seus discípulos:
O semeador semeia a palavra. São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. (Marcos 4.14–15).
Quem devora a semente rejeitada pelos ouvintes dos sermões, então? Satanás. Ele e suas legiões se empoleiram acima. Ele bicota o solo de nossos corações com seu bico torto, roubando a semente milagrosa. Seus olhos inquietos se movem de um lado para o outro, procurando pela verdade do evangelho para devorar.
Esta é uma revelação horrível: pássaros demoníacos pairam acima — atentos, observando — olhando para baixo sobre sua congregação em busca de palavras do evangelho ignoradas, eles estão famintos. Podemos imaginar nosso desconforto se pássaros físicos pairassem sobre nós durante o sermão. Quão agitados nos sentiríamos se, toda vez que Jesus fosse mencionado, eles mergulhassem e começassem a bicar nossos ouvidos. Mas Jesus revela algo mais alarmante, mais perturbador para seus discípulos: esses corvos maldosamente se alimentam das palavras que poderiam salvar as almas dos pecadores.
O frequentador mais assíduo da Igreja
Muitos de nós não pensam muito em Satanás, mas ele pensa muito em nós. Você pode imaginá-lo entre os assassinos, adúlteros e religiosos falsos em uma manhã de domingo, mas não na igreja. No entanto, veja um de seus grandes objetivos de vilania a cada domingo: roubar corações de sermões cheios de verdade e que exaltam a Cristo.
Você e eu podemos perder um sermão de domingo – Satanás não. Você e eu podemos negligenciar nos alimentar da palavra – ele não.
Você e eu podemos perder um sermão de domingo – Satanás não. Você e eu podemos negligenciar nos alimentar da palavra – ele não. O diabo é o mais assíduo e atento frequentador da igreja.
Ele não se alimenta para se nutrir; ele se alimenta para que você não se alimente, para que os pecadores não encontrem ou permaneçam com Cristo. A versão de Lucas diz: “o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.” (Lucas 8.12). Paulo chama isso de “o deus deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4.4). Jesus quer que ouçamos e, ouvindo com fé, vejamos sua glória. Enquando Jesus diz: “Ouça! Eis!” ele começou seu sermão, “Dispense! Ignore!” é o que os pássaros gritam.
Mas como eles fazem isso?
Como eles devoram
Como os demônios roubam a palavra dos corações? Como essas aves devoram a palavra? E, embora eles o façam de maneira decisiva e final com aqueles que não se regeneram e ouvem o sermão com desdém, minha suposição e triste experiência é que eles também roubam sermões ignorados e meio ouvidos da boca dos filhos de Deus — embora eles não possam finalmente matá-los de fome no inferno.
C.S. Lewis nos dá uma resposta no início de “Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz”. Maldanado, um demônio sênior, aconselha seu sobrinho, Vermelindo, a parar de usar argumentos para garantir a descrença do seu paciente. Em vez disso, ele aconselha a simplesmente usar jargões. Para ilustrar, ele conta uma história sobre um dos humanos que ele influenciava, que se perdeu em pensamentos perigosos (pensamentos cristãos) enquanto estava no Museu Britânico.
Antes que eu percebesse, vi meu trabalho de vinte anos começar a ruir. Se eu tivesse perdido a cabeça e começado a tentar me defender com argumentos, teria sido derrotado. Mas eu não era tão tolo. Eu ataquei imediatamente a parte do homem que eu tinha sob meu controle e sugeri que já era hora de ele almoçar. (3)
Almoço de domingo à tarde. Quantas palavras proveitosas do sermão foram roubadas da contemplação da refeição pós-culto, tanto para crentes quanto para descrentes? Sugestões simples do inimigo para o almoço: o maneirismo irritante do pregador, o calor insuportável que estava no templo, a careca do Seu José na fileira da frente, o perfume forte da Dona Maria – tudo, menos a Palavra.
Bicando a mente
Mas será que Satanás realmente nos distrai colocando pensamentos em nossas mentes? Ele pode e o faz.
Satanás distrai, sugere e mente para roubar a Palavra de nós. Satanás incitou Davi a pecar e fazer um censo em Israel (1 Crônicas 21.2). O diabo encheu o coração de Ananias para que ele mentisse para o Espírito Santo (Atos 5.3). Satanás “colocou no coração de Judas” a traição a Cristo (João 13:2). Paulo nos adverte para não sermos enganados e para que nossos pensamentos não se desviem de uma devoção pura a Cristo (2 Coríntios 11.3). Satanás mente para nós, e quando o faz, fala de acordo com seu caráter como o pai da mentira (João 8.44). Ele captura pessoas para fazerem sua vontade através de falsidades. Suas estratégias contra nós não mudaram desde o jardim. Nosso inimigo traz pensamentos à nossa mente que não são totalmente nossos.
Comentando sobre esse texto, John Piper destaca três formas como Satanás rouba a semente: por meio da desatenção, má vontade e ignorância. Comentando sobre a inatenção, ele escreve:
Satanás se esforça para impedir que as pessoas prestem atenção séria à palavra de Deus. Ele pode fazer você ficar acordado até tarde no sábado à noite para que você não consiga ficar acordado durante o sermão ou a escola dominical. Ele pode colocar uma dúzia de distrações diferentes ao seu redor durante o culto para desviar sua mente da mensagem. Ele pode enviar pensamentos à sua mente sobre a reunião de amanhã com seu supervisor. Se ele conseguir apenas distrair você a ponto de os sons que saem da boca do pregador entrarem por um ouvido e saírem pelo outro, ele terá tirado com sucesso a palavra de Deus de você e a tornará ineficaz. A desatenção é o jogo dele.
Quando desejamos uma distração, Satanás a proporcionará.
Agora, veja Satanás pairando sobre você, sugerindo trivialidades, zombando e trazendo distrações intermináveis à sua mente para impedir que a verdade germine. Quando a boa palavra encontra um solo duro – ou um solo bom, mas despreparado – ele ataca para roubar. Quando desejamos uma distração, Satanás a proporcionará. Quantos devaneios oportunos sobre o jogo de futebol ou os planos desta semana roubaram sérias contemplações sobre Cristo de nossos próprios corações domingo após domingo?
Para aqueles que ouvem sermões
Caro leitor cristão, o banco da igreja é um campo de batalha. Todas as semanas, ou nos banqueteamos com a Palavra ou Satanás o fará. Ele reconhece a importância da Palavra pregada semanalmente para nós – será que nós também reconhecemos?
Ele visita sua igreja. “Aquele espírito malicioso não se cansa em seus esforços para nos prejudicar”, assegura J.C. Ryle.
Ele está sempre observando nossas falhas e procurando ocasião para destruir nossas almas. Mas talvez em nenhum lugar o diabo seja tão ativo como em uma congregação de ouvintes do Evangelho. Em nenhum lugar ele se esforça tanto para interromper o progresso daquilo que é bom e impedir que homens e mulheres sejam salvos. Dele vêm pensamentos errantes e imaginações desenfreadas – mentes apáticas e memórias fracas – olhos sonolentos e nervos inquietos – ouvidos cansados e atenção distraída. Em todas essas coisas, Satanás tem grande influência. As pessoas se perguntam de onde vêm essas coisas e se maravilham por que acham os sermões tão entediantes e os lembram tão mal! Elas se esquecem da parábola do semeador. Elas se esquecem do diabo. (Expository Thoughts on Luke, 158)
Não é verdade que às vezes nem chegamos ao estacionamento e é como se nunca tivéssemos ouvido um sermão? Lembremo-nos de Satanás nas manhãs de domingo. Não por medo – “pois aquele que está em você é maior do que aquele que está no mundo” (1 João 4.4) – mas por preparação – “vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Efésios 6:11).
E ouvinte de sermão negligente, posso suplicar a você ao concluir? Um homem pode recusar-se a sair de sua cela de prisão diante da promessa de liberdade que Cristo oferece, mas ele pode reconsiderar se souber que um tigre está em sua jaula. Você não está sozinho em sua incredulidade; Satanás está com você. Ele apoia sua pretensão de ateísmo e ataca sua atenção, cegando-o para não ver a glória de Cristo. Antes de você chegar ao estacionamento desprovido do que acabou de ouvir, Satanás o visitou e comeu o que você não quis.
Portanto, todos nós devemos levar a sério o aviso de Jesus para sermos ouvintes mais cuidadosos (Lucas 8.18).