A química da vida

O cheiro de morte e o aroma de vida


Na química da morte e da vida, podemos perceber um fato peculiar, que corrobora com o que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina nas Escrituras:

Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida.” (2Co 2.14-16a, ênfases do autor)

O fato peculiar é que a molécula atribuída como responsável pelo aroma agradável do assim chamado “arroz aromático” (arroz basmati e arroz jasmin, por exemplo) [i], e também uma das moléculas associadas ao aroma agradável do “pão assado[ii], é a 2-acetil-1-pirrolina [iii], abreviada por 2AP. O mais curioso sobre a molécula 2AP, é que a sua rota de biossíntese no arroz (e em outras plantas) tem como um precursor a molécula de Putrescina. A molécula de Putrescina [iv] é uma diamina, similar à molécula de Cadaverina [v], ambas podendo ser formadas pela decomposição dos aminoácidos em organismos vivos e mortos, e conferindo tipicamente o odor repulsivo e repugnante da putrefação em cadáveres.

Portanto, esta maravilhosa realidade química corrobora com o ensinamento do apóstolo Paulo, particularmente quando lembramos que o Senhor Jesus Cristo também se declara como o “pão da vida” (Jo 6.35,48) em uma das 7 magníficas declarações “Eu Sou” encontradas no Evangelho segundo João. Também podemos escutar, como se fosse um eco destas palavras, a declaração do Senhor em Êxodo, “Eu Sou o Que Sou” (Êx 3.14), de onde deriva, inclusive, o nome pactual de Deus [vi], usado amplamente nas Escrituras. Podemos observar no relato bíblico, alguns capítulos depois (Êx 16.22-36), que “os filhos de Israel” comeram do “maná” por 40 anos, ou seja, do “pão” com que o Senhor os sustentou no deserto (Êx 16.32). E aqueles que confiam na obra de criação, providência, redenção e salvação do Senhor, o “pão da vida”, podem desfrutar do “aroma” e do “sabor agradável” deste “pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça” (Jo 6.50). Este é o mesmo “pão do céu” que temos a alegria e o privilégio de testemunhar e receber, representado por um pão físico separado do seu uso cotidiano, no memorial celebrado durante o sacramento da Ceia do Senhor (1Co 11.23-32). Comemos deste pão frequentemente, enquanto caminhamos como “peregrinos” neste “deserto da vida”, aguardando pela bem-aventurança de saciar completamente nossa “fome e sede de justiça” (Mt 5.6), no encontro derradeiro com o “pão da vida”, o Senhor Jesus Cristo!

Além disso, outros textos bíblicos também nos ensinam esta verdade de que Deus nos concede vida por meio do seu Espírito, que também nos convence (dá convicção) do sacrifício de Jesus, em sua morte no Calvário (“Gólgota”, Mt 27.33; Mc 15.22; Jo 19.17) [vii]. Em 2 Timóteo 2.11, o apóstolo Paulo declara: “Fiel é esta palavra: Se já morremos com Ele, também viveremos com Ele”. Neste contexto, poderíamos dizer que a necessidade que temos da salvação, através do sacrifício expiatório do “pão da vida”, é devido ao odor de “putrescina” e “cadaverina” da “carne decomposta pelo nosso pecado”.

Para terminar este texto com um “aroma de esperança” para os que depositam toda confiança e fé no “pão da vida”, podemos lembrar da revelação que o apóstolo João recebeu do Senhor Jesus Cristo a respeito do “novo céu e nova terra” (Ap 21), e compartilhou fazendo a declaração alvissareira que o próprio Senhor Jesus nos “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá” (v.4). Ou seja, parece que não haverá mais odor de putrescina e cadaverina no “novo céu e nova terra”, pois não haverá mais “decomposição de cadáveres”, uma vez que os corpos glorificados serão revestidos de “incorruptibilidade” e “imortalidade” (1Co 15.50-58).

Parafraseando John C. Lennox, “sim, estou falando sobre o céu, e não me esqueci que sou um cientista”. Vale lembrar que C.S. Lewis declarou, certa vez (The Problem of Pain): “Nós estamos muito tímidos atualmente de sequer mencionar o céu”. Certa vez, o famoso cientista Stephen Hawking declarou, “Não existe céu ou vida após a morte […] isto é um conto de fadas para pessoas com medo da escuridão”, e a resposta de John C. Lennox foi imediata, “O ateísmo é um conto de fadas, para pessoas com medo da luz”.

Graças à Deus pela química…

Graças a Deus pelo “pão da vida”…

Graças a Deus pelo “novo céu e nova terra”…

Glória somente à Deus por tudo!

 *Notas:

[i] https://doi.org/10.1080/87559129.2017.1347672

[ii] https://doi.org/10.1021/jo051940a

[iii] https://doi.org/10.1007/s11103-008-9381-x

[iv] https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/1045

[v] https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/273

[vi] Nome pactual de Deus: Yehôvâh ou yhwh (conhecido como “tetragrama” hebraico).

[vii] Gólgota significa “caveira”, que parece com “cadáver” (putrescina e cadaverina).