Um blog do Ministério Fiel
Igreja, lugar de cuidado
Quem é responsável pelo cuidado das almas?
É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. (2 Coríntios 1.4)
Quem é responsável pelo cuidado das almas? Existem várias abordagens que respondem a essa questão. Nos últimos anos, diante do aumento das teorias da conceituação sobre o homem, dos problemas existenciais e das tentativas de oferecer ajuda, o cuidado da alma tem sido amplamente debatido tanto em sua filosofia como em seu pertencimento. A Palavra de Deus é clara em responder esse questionamento – o cuidado da alma pertence à igreja. A igreja é a única instituição ordenada por Deus para oferecer ajuda aos abatidos de alma. Na maioria das descrições das funções da igreja que podemos observar na Palavra de Deus, cuidar das almas aparece como um dos objetivos principais (Gálatas 6.1-2; 1Ts 5.14).
Quando as Escrituras ensinam que o cuidado pertence à igreja, ela está contemplando aqueles que foram chamados de modo específico para cuidar, como nos ensina Efésios 4.11-16, onde diz que o Senhor Jesus, que ascendeu aos céus, concedeu pastores e mestres a fim de que equipem os membros de suas igrejas para o ministério de mutualidade, de modo que a igreja cresça em unidade, maturidade e amor. Por outro lado, a Palavra de Deus também ensina que a responsabilidade de cuidar das almas pertence a cada membro da igreja. Deus convoca o seu povo à vivência da mutualidade cristã, do “uns aos outros” com intencionalidade e amor, cuidando e zelando pela vida um do outro com o intuito de que Cristo seja conhecido e glorificado, por meio do crescimento de cada irmão. Alguns textos da Palavra de Deus demonstram essa verdade:
“E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” – Romanos 15.14
“É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” – 2 Coríntios 1.4
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a vossa sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” – Colossenses 3.16
É possível fazer várias observações a partir desses textos:
Primeiro, os crentes são aptos para “admoestar uns aos outros”. O texto não fala somente de alguns, mas atribui esse ministério a todos os cristãos.
Segundo, o consolo que Deus dá a cada crente em meio às dificuldades os capacita para “consolar os que estiverem em qualquer espécie de tribulação”. Irmãos em Cristo e pessoas fora da igreja estão experimentando variadas angústias, e o texto afirma que o consolo dado a cada crente que passa por tribulações é uma ferramenta de aprendizado para poder servir na tarefa de consolar os corações abatidos.
Terceiro, cristãos ricamente habitados pela Palavra de Cristo devem “instruir e aconselhar uns aos outros”. O texto expressa como algo natural na vida de cada cristão, seja em suas conversas informais, em reuniões antes e depois do culto, nas conversas ao redor da mesa, ou seja, o ministério de cuidar está inserido na natureza do corpo de Cristo. Umas das razões de se viver na comunidade dos santos é que por meio de relacionamentos redentivos possa haver crescimento e oportunidade de servir como instrumentos de suporte.
Quarto, o próprio Cristo ordena, autoriza e estimula o seu povo a praticar o cuidado. Cristo, como Maravilhoso Conselheiro, comissiona cada crente a cuidar, zelar e se envolver com a vida do outro.
Cuidados no corpo de Cristo
Visto que o envolvimento no cuidado não é opcional, mas um mandamento do Senhor, como praticar e se envolver? Como desenvolver uma consciência de cuidado no corpo de Cristo?
Resgatando o princípio bíblico de cuidado
Quem pode cuidar? A igreja. Você pode cuidar! Irmãos caminhando com outros irmãos no crescimento da fé e zelando pela vida um dos outros. Hebreus 12.15 diz que devemos “cuidar uns dos outros” reafirmando a responsabilidade corporativa dos crentes.
Desenvolvendo o sentimento de ver Cristo formado nos irmãos
Paulo diz em Gálatas 4.19 que sente “dores de parto” até que Cristo fosse formado na vida daqueles irmãos. Tal sentimento deve estar presente na vida dos cristãos.
Como seria uma igreja em que cada membro se importasse um com o outro a ponto de estar disposto a se desgastar e se esforçar para ver Cristo na vida de seus irmãos? Paul Tripp gosta de chamar esse ato de “entrar na vida do outro”. Não tem como cuidar sem se envolver e intencionalmente definir uma agenda para o cuidado.
Que grande privilégio é dado a igreja em que cada crente pode ser instrumento nas mãos de Deus e ser útil em seu reino. David Powlison escreve que “Ele (Jesus) nos ensina a tratar as pessoas com um amor sábio, capaz de perscrutar todas as facetas da condição humana”. Powlison finaliza sua reflexão dizendo que “somos estagiários do Maravilhoso Conselheiro”. Ele capacita a sua igreja para estender as mãos de misericórdia para os da família da fé e para aqueles que são de fora.
Que a igreja de Cristo cresça no cuidado e que esse cuidado se torne uma cultura porque igreja é lugar de cuidado!
Para saber mais sobre o assunto, recomendamos a leitura do livro Aconselhando uns aos outros, de Edward Welch, pela Editora Fiel.
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