Um livro antigo

Cientistas do passado e do presente creem no Deus Criador

Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.” (Jeremias 6.16).

 

Recentemente, recebi de presente de uma querida tia, um livro antigo que pertencia a minha avó materna, e quando comecei a folheá-lo, pude logo perceber o grande tesouro que tinha recebido em mãos. Fiquei imediatamente muito grato a Deus e à minha tia pelo presente.

Trata-se de um guia prático de saúde [i] que minha “vó Rosa” recebeu de um amigo em 15 de março de 1954, a quem ela faz uma graciosa dedicatória no verso da capa, com as seguintes palavras: “Guardarei com carinho este útil livro, por ter sido presente de um grande e estimado amigo da nossa casa”.

O motivo deste generoso presente para a minha avó foi instrumentalizá-la para suas atividades como parteira, labor este muito comumente encontrado nas cidades pequenas do interior, naquela época. Diga-se de passagem, o livro de registro dos partos realizados pela minha avó é outra preciosidade que tive o privilégio de folhear, guardado como um tesouro de família.

Voltando para o “guia prático de saúde”, o que me chamou a atenção – logo no início do livro – foi o primeiro capítulo, intitulado “A OBRA PRIMA DA CREAÇÃO” [ii]. Neste capítulo, o autor começa descrevendo a magnífica beleza das antiguidades arquitetônicas visitadas ao redor do mundo, dando uma ênfase ao templo de Salomão, e imediatamente colocando-o em perspectiva em relação à maravilha do corpo humano: “De feitio muito mais maravilhoso, porém e de mais bela estrutura do que qualquer columna, arco ou templo da antiguidade ou mesmo do que o templo de Salomão, é o corpo humano”.

Logo na sequência do texto, o autor se refere à Adão como uma figura humana real, a partir do relato histórico e literal de Gênesis – inclusive apontando para a escala de tempo de seis mil anos desde a criação – escrevendo: “Desde Adão até os nossos dias tem havido uma sucessão ininterrupta de templos vivos. Posto que o templo humano já conte seis mil anos, tendo sofrido os embates de terríveis tempestades, externas e internas… pelo pecado, pela doença e pelas paixões, a sua estrutura tem galhardamente resistido a todos os elementos de dissolução. Mareado e contaminado como está, elle [o ser humano] permanece como um monumento da sabedoria do grande Architecto que, no começo, o fez conforme á Sua imagem”. Em seguida, o autor destaca a diferença entre o ser humano e as outras criaturas, ressaltando o fato do primeiro ter sido destinado para “ser o templo do Deus vivo[iii].

Depois de uma bela, objetiva e precisa explicação de detalhes magníficos do corpo humano, sempre fazendo referência à sabedoria de Deus como Criador, o autor termina esta seção do texto com uma declaração que combate veementemente a “ilusão” da alegação de que o ser humano é produto da evolução a partir de “organismos inferiores”, utilizando as seguintes palavras: “O sorriso humano não póde ser imitado. A mão do homem, com sua flexibilidade, facilidade de adaptação, gracilidade, força e dextreza é altamente maravilhosa. O pé humano, em si mesmo, é uma obra prima da creação. Que um corpo, possuindo dotes tão raros e bellos, haja evoluído para o seu actual estado de organismos inferiores através de longos períodos de tempo, é não só uma tremenda ilusão, como uma idéa que amesquinha o Creador”.

Glória somente a Deus por esta magnífica, lúcida e racional exposição de fatos objetivos em relação à condição do ser humano, tendo sido feito à “imagem e semelhança de Deus” (Imago Dei, Gn 1.26-27).

E antes que algum “ateu moderninho” [iv] questione a integridade científica do autor deste livro citado acima, falsamente alegando que na época em que ele escreveu o livro não haviam os “extraordinários avanços científicos que existem hoje”, ou qualquer outra mesquinharia deste tipo, queremos apresentar a opinião de mais alguns cientistas na área médica, inclusive alguns ganhadores de Prêmio Nobel:

 

Jesus conhece o nosso mundo. Ele não nos despreza como o Deus de Aristóteles. Nós podemos falar com Ele e Ele nos responde. Embora Ele seja uma pessoa como nós, Ele é Deus e transcende todas as coisas… A necessidade de Deus se expressa na oração. A oração é um choro de angústia; uma demanda por ajuda; um hino de amor… A oração nos dá força para suportar preocupações e ansiedades, dá esperança quando não há motivo lógico para a esperança, para permanecer firmes no meio de catástrofes… Somos amados por um ser todo-poderoso e imaterial. Este Ser é acessível através das nossas orações. Devemos amá-Lo acima de todas as criaturas. E nós mesmos devemos também amar uns aos outros. Uma nova era começou. O único cimento forte o bastante para ligar os homens foi encontrado. No entanto, a humanidade escolheu ignorar a importância deste novo princípio na organização de sua vida coletiva. Ela está longe de ter entendido que só o amor mútuo poderia salvá-la da ruína, divisão e caos. Também não percebeu que nenhuma descoberta científica era tão cheia de significado como a revelação da lei do amor por Jesus, o Crucificado. Esta lei é, de fato, a da sobrevivência das sociedades humanas.[v] (Alexis Carrel, Prêmio Nobel em Medicina/Fisiologia, 1912)

 

Nós viemos a existir através de um ato divino. Essa orientação divina é um tema ao longo de nossa vida; na nossa morte, o cérebro se vai, mas a orientação divina e o amor continuam. Cada um de nós é um ser único, consciente, uma criação divina. Esta é a visão religiosa [referente à fé]. É a única visão consistente com todas as evidências.[vi] (John Eccles – Prêmio Nobel em Medicina/Fisiologia, 1963)

 

Nós reconhecemos a Deus, o Supremo e Onipotente Criador, por estar presente na produção [criação] de todos os animais, e por apontar, por assim dizer, com o dedo para a Sua existência em Suas obras… todas as coisas são, de fato, planejadas e ordenadas com providência singular, sabedoria divina, e admirável e incompreensível habilidade. E a ninguém estes atributos podem ser referenciados, exceto ao Todo-Poderoso, causa primeira de todas as coisas.[vii] (William Harvey – importante cientista na medicina)

 

Oh, Senhor, como é bom ver verdades eternas proclamadas e valorizadas em um “livro antigo de saúde”… e como é ainda melhor ver estas mesmas verdades anteriormente reveladas e proclamadas no “Livro antigo de vida” (Hb 4.12) – a tua Palavra escrita – as Sagradas Escrituras!

Sola Scriptura

 

 *Notas:

[i] “GUIA PRATICO DA SAUDE – Tratado popular da ANATOMIA, PHYSIOLOGIA E HYGIENE, no qual se descrevem cientificamente as enfermidades, suas causas e seu tratamento”, Dr. Frederico Rossiter, 71° Milheiro – Edição Revista e Ampliada, CASA PUBLICADORA BRASILEIRA.

[ii] Apesar de não ter conseguido encontrar a data de publicação do livro, pode-se perceber que se trata de uma grafia antiga na língua portuguesa.

[iii] Neste contexto, “ser o templo do Deus vivo” significa ser “habitação do Espírito Santo”, por parte dos filhos e filhas do Deus vivo (ver Rm 8.9-11).

[iv] O termo “ateu moderninho” é uma clara ironia ao fato da conhecida rebeldia ateísta, contra o seu próprio Criador, ser tão antiga quanto a humanidade pós-queda, como nos ensina o salmista, por exemplo, nos Salmos 14.1 e 53.1.

[v]Reflections on Life”, Hawthorn Books, 1965.

[vi]The Intellectuals speak out about God: a handbook for the Christian student in a secular society”, Regnery Gateway, 1984.

[vii]The works of William Harvey”, vol. 11, ed. 13., trad. Robert Willis, ed. Sydenham Society, 1847.