Um blog do Ministério Fiel
O aborto é uma segregação etária
A maldade do morticínio de bebês ainda não nascidos
Eu lembro do embrulho no estômago ao assistir pela primeira (e única) vez o filme “Mississippi em Chamas”. O filme trata, com tons sangrentos, da segregação racial que os Estados Unidos viveram em sua história recente. Assistir a algo que retratava violência e morte que realmente ocorreram me dava náuseas. A segregação racial é uma marca difícil de esquecer e que não deve ser esquecida para não ser repetida.
Imagino que você já deve estar corrigindo mentalmente meu texto. Consigo imaginar você pensando: “Mas, quem falou que acabou, em que mundo ele vive?” Embora tenhamos avançado rumo à igualdade, ainda há muitas ofensas, violência e morte por segregação.
Há, contudo, mais segregações do que a racial. Ano passado, assisti a outro filme que também me causou embrulho no estômago. O filme retratava outro tipo de violência e segregação: a segregação etária. A violência ocorria pela condição daquele ser humano estar no ventre de sua mãe. O filme “Unplanned” retrata a indústria por trás da cultura de morte do aborto. Mostra a violência contra bebês não nascidos e como as mulheres sofrem física, emocional e espiritualmente.
O debate sobre o assassinato de bebês resulta da desumanização e segregação, tal como aconteceu com negros e mulheres no passado. Quando acreditamos ser debatível o direito à vida de um ser humano, nascido ou não, adotamos a barbárie como cultura. Não quero ser insensível aos casos de violência contra a mulher. Contudo, a consequência da vida em meio à violência é a notícia de que há redenção até em casos terríveis. O fato de um bebê ser considerado uma segunda violência ou um monstro é um testemunho de que adotamos uma severa segregação.
Por mais inaceitável que possa ser à mente cauterizada pelo pecado, o ser humano gestado em um ventre, saudável e viável, é testemunho da graça de Deus. Nunca deveria ser tratado como outra coisa senão uma bênção. E, mesmo em casos em que a vida não seja abraçada por sua genitora, outros meios podem ser empregados para que haja dignidade para o bebê e sua mãe. Contudo, o Evangelho diria: abrace e acolha, é vida em meio ao caos, é luz em meio às trevas.