Um blog do Ministério Fiel
Por que não consigo parar de ver pornografia?
Erros na luta contra a pornografia
Primeiro as coisas mais importantes. Você quer lutar contra a pornografia?
Muitos que “lutam” na verdade só querem ter certeza do amor de Deus por eles enquanto desfrutam de um relacionamento de amor e ódio com a pornografia. Como tantos cônjuges em relacionamentos abusivos, eles odeiam a pornografia, mas não conseguem imaginar a vida sem ela. Eles odeiam o que ela faz com eles, mas amam o que ela proporciona: um breve momento de fuga, uma falsa sensação de valor, um sentimento insatisfatório de amor. Mas depois de ceder, a culpa se instala. Eles percebem que foram desumanizados. Ansiando por prazer, eles correm de volta para seu amante repetidamente. O amor nunca pareceu tão errado.
Se isso descreve você, então você precisa primeiro perceber que sua “luta” não é luta nenhuma. Você precisa admitir que está participando de uma infidelidade flagrante. Você é casada, mas tira sua aliança por um momento e se entrega. Você foi unida a Cristo, mas se une a prostitutas. E deixe-me assegurar a você, seu Marido ciumento não tolerará por muito tempo que outro roube sua afeição. Até que isso seja compreendido, qualquer abordagem para lutar contra o pecado cairá em ouvidos moucos.
Mas supondo que você realmente lute contra a pornografia, você precisa saber como não lutar contra a pornografia.
Como não lutar contra a pornografia
Em termos gerais, há duas abordagens para combater a pornografia entre cristãos que, se tomadas por si mesmas, são insuficientes. Alguns cristãos lidam com o externo e não com o interno . Eles lutam contra o pecado do lado de fora, mas negligenciam as afeições mais profundas de seus corações. Muitos usam bloqueadores de sites ou algum outro programa de responsabilização em seus dispositivos para auxiliar sua batalha contra a carne.
Talvez eles até tomem medidas drásticas e decidam jogar o celular pela janela do segundo andar — esperando, desejando, orando para que seu desejo interno por pornografia seja igualmente despedaçado. Mas com o tempo, eles rapidamente descobrem que seus desejos internos e impulsos sexuais, tão condicionados a conseguir o que querem, permanecem. Na verdade, eles são intensificados. Negligenciando destronar a pornografia como rainha sobre seus corações, ela continua a reinar, exigindo seu tempo, lealdade e afeições.
Outros cristãos lidam com o interno e não com o externo . Eles lutam para ter maiores afeições pelo Senhor Jesus Cristo do que pela pornografia, mas não fazem nada externamente para evitar que se entreguem ao pecado. Não consigo dizer quantas conversas tive com alunos sobre pecado sexual. Algumas foram realmente encorajadoras, mas outras foram bem chocantes.
No decorrer de uma conversa vulnerável, eu gentilmente avalio a natureza da luta do aluno, se isso é uma ocorrência única ou um problema contínuo. Eu gradualmente avalio se ele está ou não se arrependendo, crendo e abraçando o Evangelho da graça, e se ele anseia por valorizar Cristo mais do que o pecado. Por fim, eu me viro para fazer uma pergunta mais direta: “Você tem internet no seu telefone ou dispositivo sem um filtro ou software de responsabilização?”
“Não, ainda não. Eu estava querendo fazer isso.” Com os olhos arregalados, eu geralmente respondo dizendo: “Você nunca pode esperar se libertar das garras da pornografia enquanto continuar a dar desculpas.” Isso pode soar duro, mas é verdade. Para superar o vício em heroína, você não pode admitir carregar heroína no bolso.
Lute com os avisos de Deus
Então, como devemos lutar? Em termos gerais (e com base em 1 Tessalonicenses 4.1–8), consiste em se enquadrar em duas palavras: a palavra de comando e a palavra de promessa.
Em 1 Tessalonicenses 4.1 , Paulo faz saber à igreja como ela “deve andar” ou como é necessário viver. Esta declaração geral se torna um comando específico em 1 Tessalonicenses 4.3–4: “Abstende-vos da imoralidade sexual”, sabendo “como controlar [vosso] próprio corpo em santidade e honra”. Aparentemente, alguns na comunidade estavam lutando para dominar seu corpo ou “vaso” (que pode ser um eufemismo para genitália). Eles agiam em paixão lasciva como os gentios pagãos “que não conhecem a Deus” (1 Tessalonicenses 4.5).
“Conhecer a Deus” é linguagem de aliança. Agir como aqueles que “não conhecem a Deus” é viver como se você não estivesse em um relacionamento de aliança com Deus. É viver uma vida de infidelidade, sem a menor preocupação sobre como seu cônjuge responderá; neste caso, o Deus que “vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). Este estilo de vida ingrato leva à destruição — não apenas de si mesmo, mas também dos outros. É por isso que Paulo ainda nos ordena a não “transgredir e prejudicar seu irmão nesta questão” (1 Tessalonicenses 4.6).
A pornografia não só machuca você. Ela fere severamente os outros. Ela desumaniza pessoas reais em imagens para a própria satisfação sexual, e ela completamente “destrói relacionamentos que sustentam a vida” ( The Global Sexual Revolution , 127). Você perde o interesse em seu cônjuge. Você se distancia emocionalmente de sua família. Você perde sua capacidade de amar. Você faz com que seu cônjuge o deixe. Você nutre uma falsa visão de sexo que ninguém pode encontrar. Você desenvolve uma imagem degradante do sexo oposto. Você se torna um recluso que mal pode esperar para ver pornografia mais uma vez. Por favor, não se deixe enganar, Paulo continua: “o Senhor é vingador de todas estas coisas” (1 Tessalonicenses 4.6).
Isso te choca? É surpreendente ouvir que Deus é um vingador que punirá aqueles na igreja que persistem na imoralidade sexual? Provavelmente surpreendeu os tessalonicenses. Anteriormente, Paulo mencionou que Jesus livra a igreja “da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1.10) e mais tarde ele fala sobre o povo de Deus não estar “destinado à ira” (1 Tessalonicenses 5.9). Mas para demonstrar a seriedade do pecado, a santidade de Deus e o resultado final do pecado sexual, ele declara que o Senhor Jesus punirá aqueles que impenitentemente “lutam” com a pornografia na igreja.
Essa realidade inescapável do julgamento deve fazer com que os impenitentes se arrependam e fujam para Cristo. Felizmente, Paulo não nos deixa com a ira pairando sobre nós. Ele também dá uma palavra de promessa.
Combata o fogo com as promessas de Deus
Depois de notar o julgamento futuro de Deus sobre o pecado sexual, Paulo se refere à eternidade passada para explicar a promessa de Deus de salvar. “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Tessalonicenses 4.7). A palavra chamado se refere ao decreto eterno de eleição de Deus e desempenha um papel importante nesta carta. Em 1 Tessalonicenses 1.2–4, a eleição divina é a causa final da ação de graças de Paulo. Em 2.12, ele enfatiza o chamado contínuo e eficaz de Deus para a eleição divina. E agora, em 1 Tessalonicenses 4.7, a eleição divina não é apenas a garantia de nossa salvação do julgamento, mas também é motivação para a santidade pessoal. Como assim?
Aquele que os elegeu para a salvação é aquele que fielmente se compromete com o crescimento deles em santidade, até o fim. Como 1 Tessalonicenses 5.23–24 afirma: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” Deus promete salvar um povo para si mesmo, uma promessa que foi feita na eternidade passada e mantida até a eternidade futura.
O Deus que nos salva é, em última análise, o mesmo Deus que promete capacitar nossa luta contra o pecado sexual atualmente. Paulo destaca isso em 1 Tessalonicenses 4.8: “Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.” Se escolhermos rejeitar Deus, não rejeitamos meramente aquele que ordena nossa obediência. Rejeitamos aquele que proporciona nossa obediência.
O Espírito Santo sopra vida em nossos ossos secos — não apenas no início da salvação, mas também como uma presença contínua. Deus é, literalmente, “aquele que está dando” seu Espírito Santo (1 Tessalonicenses 4.8). Ele não é “uma opção contra o pecado”, mas a própria “dinâmica que torna possível o argumento de Paulo contra a impureza sexual” (Gordon Fee, God’s Empowering Presence , 53). A palavra de promessa de Deus nos capacita a cumprir a palavra de comando de Deus, pelo Espírito de Deus. Sem a capacitação de Deus, estamos fadados ao fracasso.
Tudo isso acontece por meio da nossa união com Cristo. Vemos isso em 1 Tessalonicenses 4.7 : “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Tessalonicenses 4.7). Observe as diferentes preposições que Paulo usa. Não é aleatório. É proposital. Indica um estado ou esfera em que os crentes residem. É semelhante a estar “em Cristo”, que se tornou nossa “santificação” ou santidade (1 Coríntios 1.30).
Mas o que isso significa? Significa que nosso crescimento em santidade pessoal flui da santidade definitiva que temos por meio de nossa união com Cristo — uma união que começou no decreto eterno de Deus (Efésios 1.4). Uma união que o Espírito realiza ao operar a fé em nós. Uma união que presentemente santifica pecadores justificados. E uma união que durará pela eternidade. Pois essa união tem nosso Deus que guarda a aliança em seu começo, meio e fim. “Aquele que vos chama é fiel; certamente o fará” (1 Tessalonicenses 5.24).
Juntando tudo
Paulo nos coloca sob a palavra de comando (o que Deus requer de nós) e a palavra de promessa (o que Deus fez em Cristo, está fazendo por seu Espírito e fará por nós no futuro). Lutar contra a pornografia, portanto, envolve quatro passos:
- Recebemos a vontade de Deus para nossas vidas: abster-nos da pornografia.
- Reconhecemos nossa incapacidade de cumprir esse mandamento sem nossa total dependência de Deus.
- Abraçamos as promessas da Palavra de Deus — promessas que aumentam nossa afeição por Cristo e pela causa maior do evangelho.
- Então, sendo capacitados pelo mesmo que ressuscitou Jesus dos mortos (Romanos 8.11), desenvolvemos nossa salvação odiando a pornografia — sabendo ao mesmo tempo que é Deus quem deseja e opera segundo sua boa vontade (Filipenses 2.12–13).
Muitos cristãos lutam contra o pecado sexual de forma ineficaz. Eles ou se concentram em sua luta interna com pouca ou nenhuma preocupação com o externo. Ou se concentram em sua luta externa com pouca ou nenhuma preocupação com o interno. Nosso plano de batalha deve consistir em ambos. Precisamos de nossas afeições internas para conduzir nossa batalha externa contra a pornografia. É a única maneira de matar essa fera.
O pecado sexual é uma ameaça muito grave para a igreja hoje, e não será vencido sem uma luta longa e intensa, como se a eternidade estivesse em jogo — porque está.
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