Um blog do Ministério Fiel
O que Deus fala sobre o fracasso
O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza
A maioria de nós ama a excelência e a busca pela perfeição. Queremos que nosso cirurgião seja o melhor do país. Queremos que nossos professores estejam no topo de seu campo. Queremos que os atletas olímpicos estabeleçam novos recordes mundiais. Queremos ter a melhor aparência possível, auxiliados por maquiagem, tintura, agentes clareadores, exercícios e filtros de beleza. Queremos nossas casas impecáveis e organizadas.
Também estamos cercados por pessoas e instituições que reforçam essa cultura de excelência. Essas vozes nos dizem para obter outro diploma, subir o próximo degrau na carreira corporativa, adicionar mais um item diferencial ao seu currículo. O sucesso é tudo; o fracasso não é uma opção.
Um grito de guerra inesperado em nosso mundo moderno tornou-se: “Faça melhor!” Melhor tecnologia para melhorar nossas vidas. Mais responsabilidade institucional e responsabilidade corporativa. Uma busca incansável pelo autoaperfeiçoamento. Excelência, sucesso e progresso constante tornaram-se a santíssima trindade dos grandes empreendedores.
Mas o que acontece quando não estamos à altura? E se eu falhar completamente? E se eu me decepcionar e ficar aquém do adequado? O que acontece, então?
Perfeitamente impossível
Podemos começar lembrando que, como pecadores por natureza, todos estamos bem familiarizados com o fracasso.
Embora Deus ordene: “Sede santos, porque eu sou santo” (Levítico 11.45), ficamos aquém de sua glória (Romanos 3:23). Nós não estamos à altura. Não obedecemos ou fazemos naturalmente a vontade dele. Não podemos nos determinarmos para acertar tudo. Não vencemos o pecado com pura força de vontade e determinação. Não somos perfeitos. Precisamos de graça.
Nossa imperfeição nos lembra de nossa necessidade da perfeição de Cristo. Precisamos de sua justiça em nosso favor (2 Coríntios 5.21). Fora dele, ficar aquém é quem somos e o que fazemos. Não podemos, em nossa força, agradar a Deus (Hebreus 11.6). Nossas imperfeições pregam que precisamos de Deus.
A decepção é um aspecto inegável da vida em nosso mundo caído. Plantamos jardins que são devorados por doenças, insetos, roedores e cervos. Ou lidamos com projetos de trabalho que terminam em um fracasso espetacular. Ou memorizamos, ensaiamos e estudamos apenas para falhar. Nós decepcionamos a nós mesmos e aos outros. Não estamos à altura nem mesmo de nossos próprios padrões. Esta é a vida em um mundo caído. E deve nos lembrar que não somos Deus; ele é. Mesmo quando o fracasso não vem por culpa nossa, ele pode nos lembrar que somos pecadores e falhamos. Só Ele é perfeito, e precisamos de sua graça.
Juntamente com esse lembrete fundamental, no entanto, Deus tem mais a nos ensinar quando não estamos à altura. Considere algumas outras lições que podemos aprender com o fracasso.
1. Deus mostra seu poder através de nossa fraqueza.
O apóstolo Paulo foi arrebatado ao terceiro céu e contemplou glórias indescritíveis, mas Deus lhe deu um espinho para evitar que se tornasse arrogante (2 Coríntios 12.2-4, 7). Não foi um mero ataque de insônia ou pequenas dores nas costas, mas sim um espinho torturante – um mensageiro de Satanás que o assediava e atormentava. Essa dor perfurou como se saísse do poço do inferno.
No entanto, o espinho era de Deus realizando seu bom propósito em Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9). Deus torna seu povo fraco para mostrar sua força e poder. Somos alérgicos ao fracasso e à fraqueza. Imploramos a Deus que nos torne fortes. Pedimos a ele que renove nossas forças para que possamos correr e não nos cansar (Isaías 40.31). No entanto, Deus pode responder a essa oração revelando nossas fraquezas e limitações. O espinho de Paulo exibiu a grandeza insuperável de Deus de uma maneira que a força de Paulo não poderia fazer.
Portanto, não se ressinta da imperfeição, do fracasso e da fraqueza. Deus pode estar exibindo sua graça e bondade para você nesses momentos. Nossos limites nos ensinam a difícil lição da dependência humilde.
2. Deus usa diferentes medidas de sucesso.
Deus não mede o sucesso como o mundo: grandes contas bancárias, casas luxuosas, placas, troféus, elogios ou diplomas. Jesus adverte contra ganhar o mundo inteiro – riquezas, prazer, conforto, fama e sucesso – e ainda assim perder a alma no processo (Mateus 16.26). Perder a vida por causa do nome de Cristo colherá recompensas infinitas. O sucesso terreno não é o prumo que Deus se utiliza.
Em vez disso, Jesus diz a seus servos bons e fiéis: “Eu os colocarei sobre muito. Entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25.21). Deus mede o sucesso de acordo com a fidelidade: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito” (Lucas 16.10).
Nós nos esforçamos para o sucesso conforme definido por Deus? Estamos procurando ser fiéis com tudo o que ele nos confiou – tempo, talentos e tesouros? Ou adotamos os pesos e medidas mentirosos do nosso mundo? Nosso trabalho resultará em ouvir as palavras “Muito bem, servo bom e fiel” (Mateus 25.23)?
Deixe de lado a luta pela fachada de perfeição do mundo.
3. A graça de Deus nos torna o que somos.
Em Cristo, não somos definidos por nosso sucesso ou fracasso. Nosso valor não está no que possuímos. Nossa reputação, currículo ou contas de aposentadoria não determinam nosso valor. Somos o que somos pela graça de Deus.
Paulo escreve: “Pela graça de Deus sou o que sou, e a sua graça para comigo não foi vã. Pelo contrário, trabalhei mais do que qualquer um deles, embora não fosse eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1 Coríntios 15.10). Qual é, Paulo? Você trabalhou duro ou foi pela graça? A resposta de Paulo é sim, ambos. Ele trabalhou, mas o fez pela graça. Nós também devemos nos esforçar, trabalhar e trabalhar – sabendo que é Deus quem opera em nós tanto o querer quanto o efetuar para o seu propósito (Filipenses 2.12-13).
Não somos definidos pelo sucesso ou fracasso. Somos definidos por Deus e sua graça trabalhando em nós. Essa graça nos fortalece e nos capacita a trabalhar duro, ao mesmo tempo em que nos lembra que o sucesso vem somente de Deus. Então trabalhamos, mas nossa esperança não está em nossas habilidades. Vivemos e trabalhamos pela graça de Deus em ação em nós.
4. O Espírito de Deus inspira o bom trabalho.
Embora não possamos ser perfeitos, não somos projetados ou resignados à mediocridade. Não se contente com um acabamento ruim. Não tente estar abaixo da média. Não produza o que é apenas aceitável. Quando o tabernáculo estava para ser construído, Deus disse a Moisés que ele encheu Bezalel com o Espírito de Deus, “com habilidade e inteligência, com conhecimento e toda habilidade, para elaborar projetos artísticos, para trabalhar em ouro, prata e bronze, em lapidação de pedras para cravação e em entalhe de madeira, para trabalhar em todos os ofícios” (Êxodo 31.3–5). O Espírito de Deus preparou o melhor artesão para construir sua morada terrena.
Da mesma forma, Deus equipa seus filhos cheios do Espírito para construir, criar e realizar grandes obras. Deus dá essas habilidades não para obter elogios terrenos, mas para revelar a beleza daquele que fez tudo. Ele é o arquiteto-chefe que nos chama a imitá-lo ao assumir o domínio sobre este grande mundo.
O trabalho excelente é, em última análise, para Deus. Em Colossenses, Paulo lembra aos servos que seu trabalho é “para o Senhor e não para os homens. . . . Vocês estão servindo ao Senhor Cristo” (Colossenses 3.23–24). Deixamos de lado a mentira da perfeição e também recusamos a mentira da mediocridade. Em vez disso, trabalhamos de coração – com todas as nossas forças, habilidades e astúcia – para agradar a Jesus.
Imperfeitamente perfeito
Deus não precisa de nossa perfeição. Tal esforço mina sua graça e reforça nossa autossuficiência. Em vez disso, Deus recebe os humildes, a quem ele exaltará no momento apropriado (Tiago 4.10; 1 Pedro 5.6). Em nossas falhas, confiamos que Deus cumprirá seus propósitos para nós de acordo com seu amor inabalável (Salmo 138.8). Embora não sejamos perfeitos, temos um Salvador perfeito que nos convida a receber sua obra perfeita em nosso favor. Ele dá seu Espírito capacitador para nos capacitar a trabalhar na força que ele fornece para sua glória. Não trabalhamos para o louvor do homem ou para os marcadores do sucesso terreno. Em vez disso, trabalhamos para Cristo, produzindo o que é belo para sua honra.
Então, quando nos decepcionamos – mais uma vez – pregamos alegremente às nossas almas que estamos escondidos na perfeição de Cristo. Como filhos investidos pelo Espírito, trabalhamos com todo o nosso poder, habilidade e conhecimento para dar muito valor a Cristo em tudo o que está diante de nós. Descansamos quanto a sermos imperfeitos, amados, cobertos pelo sangue de Cristo e capacitados para glorificar a Deus em toda a vida.
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