Onde fala na Bíblia que mulher pode pregar?

Como mulheres que ensinam as Escrituras podem ministrar com sabedoria

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Nota do Editor: Poucas vozes na atualidade falam com tanta clareza, profundidade bíblica e fidelidade às Escrituras sobre a identidade e o papel da mulher como Mary A. Kassian. Autora premiada, professora e conferencista internacional, Kassian tem dedicado sua vida a ensinar sobre feminilidade bíblica e a beleza do propósito de Deus para as mulheres.

É por isso que estamos extremamente honrados em tê-la como preletora da Conferência Fiel Mulheres 2025 – “Criadas à Imagem de Deus”, que acontecerá de 21 a 23 de março de 2025 em Santos-SP. Será um tempo precioso de aprendizado, reflexão e fortalecimento da fé.

O artigo a seguir lhe dará um vislumbre do rico ensino de Mary A. Kassian. Leia, reflita e prepare-se para essa conferência transformadora! Para mais informações sobre a conferência, CLIQUE AQUI.


 

Onde está o limite quando se trata de mulheres ensinando homens? As mulheres podem pregar nas manhãs de domingo? Ensinar em uma classe de escola dominical? Liderar um pequeno grupo? Ministrar um curso no seminário? Falar em uma conferência? Em um retiro de casais? Ou no rádio?

As mulheres podem ensinar com base nas Escrituras quando há homens na plateia? Os homens deveriam estar lendo este artigo? Até que ponto é longe demais?

Essa é uma pergunta que está sendo feita por muitas mulheres que querem ser fiéis à Bíblia e querem exercer seu dom espiritual de ensinar de uma forma que honre o padrão de Deus de liderança masculina na igreja.

A discussão em torno do limite me faz lembrar de outra questão sobre o “quão longe é longe demais”: Quão fisicamente íntimos devem ser os casais antes do casamento? Eles devem andar de mãos dadas? Beijar? Beijar por cinco segundos, mas não por quinze? Beijar os lábios, mas não dar um beijo de língua? Até que ponto é demais?

Bem, a Bíblia não especifica exatamente.

Tentar fazer uma lista de regras sobre comportamentos permitidos seria enganoso e ridículo. Mas não ficamos sem um rumo. A Bíblia de fato fornece um limite claro. A relação sexual antes do casamento passa dos limites.

Deus revela para nós o princípio da pureza, dá um limite claro para isso e para nos ajudar a entender o resto, nos dá o dom do Espírito que habita em nós na comunidade dos santos. E, felizmente, quando cometemos erros, ele está pronto para estender seu perdão e graça abundantes e de alto valor.

Fazendo a pergunta certa

A relação sexual antes do casamento passa dos limites. Mas deixe-me perguntar-lhe o seguinte: Um casal pode honrar fisicamente o limite e ainda assim violar o princípio da pureza? É claro que sim.

Portanto, uma mulher que apenas considera o limite e pergunta: “Até onde é muito longe?” está realmente fazendo a pergunta errada. Uma pergunta melhor seria: “Eu amo o que Deus ama?” “Eu valorizo o que Ele valoriza?” “O que faço com meu corpo indica que valorizo a pureza?” E: “Como posso honrar melhor a Cristo na forma como interajo fisicamente com meu namorado?”

A esta altura, você deve estar murmurando: “Pensei que ela fosse falar sobre mulheres ensinando homens na igreja”.

Eu vou. Mas acho que a questão de como eu – como uma mulher com o dom espiritual de ensinar – devo honrar a liderança masculina na igreja tem muitas semelhanças com a questão de como uma jovem deve honrar o princípio da pureza. Tanto na primeira situação quanto na segunda, Deus não nos deu uma lista detalhada de “até onde é muito longe”. Ele nos deu um princípio amplo, um limite claro do tipo “isso passa dos limites” e o dom do Espírito Santo que habita em nós para nos ajudar a entender o restante com a sabedoria da comunidade.

Amar o que Deus ama

Deus quer que honremos seu projeto divino, honrando o princípio da liderança masculina em nossos lares e nas famílias da igreja. A igreja é a família e o lar de Deus (1 Timóteo 3.15; Hebreus 3.6; Gálatas 6.10).

A parte da “família” é fundamental. A Bíblia ensina que na unidade familiar nuclear, bem como em nossas famílias corporativas da igreja, o pai – ou vários pais/pastores, no caso da igreja – tem a responsabilidade de liderar com amor e governar humildemente a unidade familiar. Esse padrão se repete em vários níveis: O marido é o cabeça de seu lar, os presbíteros são os cabeças de suas igrejas locais, Cristo é o cabeça da Igreja universal e Deus, o Pai, é o cabeça de Cristo (1 Coríntios 11.3; 1 Timóteo 3.4-5; Hebreus 3.6).

Deus quer que valorizemos e honremos esse padrão e o apreciemos como Ele o faz.

O termo bíblico para um líder de igreja é presbítero ou bispo. Atualmente, as igrejas costumam chamar seus líderes de “pastor”. Algumas igrejas chamam cada pessoa da equipe remunerada de pastor – mesmo que essa pessoa seja uma mulher [N. do Editor: que no caso, será chamada de pastora]. Para evitar confusão com todas as terminologias conflitantes e para ser clara sobre o que quero dizer, chamarei de “pastores da igreja” os homens que ocupam o cargo bíblico de presbítero/ bispo e que governam e lideram a família da igreja.

Deus nos dá um limite claro de como devemos honrar o princípio da liderança masculina na igreja. Nós o honramos deixando que os pastores da igreja governem e ensinem a família da igreja. As Escrituras indicam que as mulheres devem permanecer caladas quando os pastores da igreja estiverem fornecendo esse tipo de instrução familiar com autoridade. “Não permito que a mulher ensine ou exerça autoridade sobre o homem; pelo contrário, ela deve permanecer calada” (1 Timóteo 2.12). Esse é o limite que devemos observar se quisermos honrar o princípio da liderança masculina.

Mas o que isso significa? O que dizer de uma mulher que prega no domingo de manhã? Ou domingo à noite? Ou quarta-feira à noite? Ou na terça-feira de manhã? Ou compartilhando seu testemunho? Ou falando em um estudo bíblico misto? Ou para um público misto em uma conferência teológica? Ou dar um treinamento quando há homens presentes? Ou liderar uma reunião de oração? Ou ensinar em um seminário misto? Ou orientar homens em particular? Ou pregar na TV? Ou no rádio? Ou instruir homens por meio de artigos e livros?

Se eu for uma mulher que tem o dom de ensinar, em que ponto eu passo dos limites?

Como no caso da pureza, acredito que criar um conjunto de regras sobre comportamentos permitidos seria enganoso e ridículo. Além disso, acredito que perguntar “Até onde é demais?” é fazer a pergunta errada.

Para mim, uma pergunta melhor é: “Eu amo o que Deus ama?” “Estou valorizando Jesus ao valorizar o modelo de liderança de Deus? Eu o defendo e apoio a liderança masculina como um aspecto bom e belo do sábio plano de Deus? A forma como exerço meu dom de ensino indica que o valorizo?” E, “Como posso honrar melhor a Cristo em como (e em que contexto) ensino?”

Responsabilidade dos pastores da igreja

Acredito que a questão de como honrar a Cristo por meio do exercício do meu dom de ensino gira em torno da questão de saber se estou agindo como um pai da igreja. Estou fazendo algo que é, ou provavelmente será interpretado como, a definição da direção doutrinária e espiritual para toda a minha família da igreja?

A maioria das igrejas se reúne para ouvir os pastores da igreja ensinarem e instruírem a família nos cultos de fim de semana, especialmente no sábado à noite e no domingo de manhã. Isso não quer dizer que todo culto de fim de semana seja voltado para a instrução doutrinária e para a liderança da família, ou que o fim de semana seja o único momento em que essa instrução ocorre. Mas, via de regra, na maioria das igrejas, o culto de fim de semana é o contexto em que ocorre o ensino oficial e a liderança da família da igreja.

Como quero honrar 1 Timóteo 2.12, para o meu bem e para o bem da igreja, e porque acredito que essa passagem apresenta um limite bastante claro em relação às mulheres que ensinam com autoridade na igreja local, geralmente recuso convites para falar nas manhãs de domingo. A passagem indica que o ensino doutrinário ministrado no contexto da reunião regular da igreja é responsabilidade dos “pastores” da igreja. A maneira como honro e valorizo o modelo de liderança de Deus é permanecer em silêncio e deixar que os pastores da igreja instruam a família.

Digo que geralmente recuso convites para falar nas manhãs de domingo. Houve exceções. Certa vez, aceitei um convite para falar no Dia das Mães, quando um pai da igreja começou meu discurso com a observação de que queria homenagear as mães e que eu desse instruções especiais às mulheres naquele dia. Também aceitei convites para falar quando os pastores da igreja me pediram para dar uma visão geral da história e da filosofia do pensamento feminista, falar sobre questões culturais ou femininas, compartilhar meu testemunho ou relatar como Deus está trabalhando por meio do meu ministério.

Estive em painéis e participei de aulas no formato de perguntas e respostas em cultos de fim de semana na igreja, juntamente com homens. Houve uma ocasião em que um pai da igreja e eu ensinamos em equipe em uma manhã de domingo porque o tópico tinha uma aplicação específica para homens e mulheres, e ele achou que seria benéfico para as mulheres na plateia ouvir as coisas da perspectiva de uma mulher.

Também ensinei homens em vários locais que não se qualificavam como um culto na igreja – como acampamentos, conferências, seminários, aulas no seminário e workshops. Mais adiante neste artigo, apresentarei algumas diretrizes que uso para me ajudar a determinar se aceitar ou não um convite para ensinar homens em um local religioso e misto honra 1 Timóteo 2.12 e o princípio da liderança masculina.

Mas antes de chegar lá, deixe-me enfatizar que, embora haja exceções, acredito que, como regra, valorizar e honrar o modelo de liderança de Deus significa que eu me abstenho de ensinar durante a reunião semanal regular da igreja (ou seja, pregar no domingo de manhã) – mesmo que me peçam para fazê-lo. Assim como me submeto ao meu marido quando ele oferece liderança espiritual para nossa família, também me submeto ao desejo de Deus de que sejam os pastores da igreja que forneçam a instrução e a orientação doutrinária para a família da minha igreja.

Faço isso com alegria. Não sou um pai de igreja. Sou uma mulher e, portanto, uma mãe espiritual. Eu me alegro com o fato de que Deus nos criou homem e mulher e nos preparou para sermos pais e mães espirituais. É possível que, por ser uma professora talentosa, eu possa fazer um trabalho melhor de interpretação do texto e de apresentação do sermão do que muitos pastores de igreja fazem. Mas isso não seria o ponto principal. Não se trata de competência. Deus criou a família e, na família, os homens devem ser os pais e as mulheres devem ser as mães. Não é uma questão de quem é melhor ou mais talentoso. Os papéis masculinos e femininos não são idênticos nem intercambiáveis.

As mulheres podem ensinar sob a autoridade masculina?

Algumas igrejas têm mulheres pregando regularmente em suas reuniões corporativas. Elas contornam 1 Timóteo 2.12 dizendo que as mulheres estão ensinando sob a autoridade dos pastores da igreja. Na minha opinião, isso é altamente desaconselhável. Em meu casamento, eu me recusaria se meu marido me mandasse fazer algo que fosse claramente contra as Escrituras. Minha responsabilidade de obedecer ao Senhor Jesus supera a liderança de meu marido. Se um pastor de igreja me pedisse para pregar e instruir doutrinariamente a congregação, eu precisaria considerar seriamente se ele estava me pedindo para fazer algo que fosse contra a vontade revelada de Deus em sua Palavra. Os pastores da igreja não podem legitimamente dar permissão a alguém para desobedecer à Bíblia.

O texto não diz: “Preservem alguma aparência de autoridade masculina em suas igrejas”. Não diz: “Uma mulher pode ensinar homens na reunião de sua igreja se ela estiver sob a autoridade de um presbítero/pai da igreja”. Não diz: “Uma mulher pode ensinar se for casada com um ancião/pai da igreja”. Não diz: “Uma pastora pode pregar se ela for uma funcionária paga da igreja, operando sob a autoridade dos presbíteros/pastores da igreja”.

Ele diz: “Não permito que a mulher ensine ou exerça autoridade sobre o homem; pelo contrário, ela deve permanecer calada”. Mesmo que não gostemos, não concordemos ou não entendamos, o limite é bem claro. O fato de os pastores da igreja ensinarem e instruírem a congregação com autoridade é o padrão de Deus para a reunião pública regular da igreja local.

Um presbítero ou pastor de uma igreja pode legitimamente dar permissão a uma mulher para desobedecer a esse texto das Escrituras? Deixe-me fazer a mesma pergunta usando um assunto diferente. E se um presbítero lhe dissesse que você poderia dormir com seu namorado e viver juntos sem se casar? Ou lhe dissesse que você poderia trapacear em sua declaração de imposto de renda? Ou mentir no tribunal? O que você pensaria se uma mulher de sua igreja lhe dissesse: “Posso ler erotismo e pornografia e navegar em sites pornográficos porque meu pastor me deu permissão e estou sob sua autoridade”? Você consideraria essa “permissão” ridícula. Esses exemplos, embora extremos, destacam o fato de que nenhum presbítero, bispo, pastor, pai de igreja ou qualquer outro oficial da igreja tem autoridade para dar às pessoas permissão para desobedecer a Deus.

De modo geral, o culto de fim de semana da igreja é o contexto em que ocorre a instrução doutrinária da família da igreja. Mas, como eu disse anteriormente, nem todo culto de fim de semana é focado em instrução puramente doutrinária (nem sempre há um sermão em si), nem todos os tipos de compartilhamento ou instrução constituem ensino exegético e nem todos os tipos de apresentações podem ser categorizados como “autoritativos”, portanto, obviamente, há exceções a essa regra. Acredito que há momentos em que é totalmente apropriado que as mulheres participem e que é aconselhável que as igrejas tenham a intenção de incluir a perspectiva de uma mulher em momentos e de maneiras apropriadas.

Portanto, essa é a minha opinião sobre mulheres ensinando nos cultos de fim de semana. Mas as pessoas da igreja se reúnem em muitos outros momentos e em muitos outros contextos. Há a escola dominical, pequenos grupos, reuniões de oração, seminários e conferências. Além disso, os cristãos frequentemente se reúnem para edificação e instrução religiosa com pessoas que não frequentam a igreja. E eles ouvem podcasts, assistem a vídeos e leem livros. A Bíblia não aborda especificamente esses contextos. Como mulher, como posso decidir se é apropriado ensinar nesses outros contextos religiosos e mistos?

Isso define oficialmente o padrão para a família?

A maneira como determino se o ensino em um local religioso específico para um público misto honra a liderança masculina é tentando determinar o quanto essa situação específica imita a natureza, o papel e a função de um pai de igreja no governo e no fornecimento de instrução doutrinária pública para a família da igreja local.

Tento definir onde o local se situa em cada um dos oito parâmetros a seguir:

  1. Contexto: congregacional (igreja) ⟶ não congregacional. É uma igreja local ou não é exatamente uma igreja?
  2. Natureza: exegética ⟶ testemunhal/inspiradora. Estou interpretando vigorosamente um texto das Escrituras ou compartilhando de minha vida e experiência com apoio bíblico?
  3. Autoridade: governamental (diretiva) ⟶ não governamental (não diretiva). Estou estabelecendo o padrão oficial para a comunidade?
  4. Relacionamento: próximo (pessoal/relacional) ⟶ distante (impessoal/não-relacional). Estou em um relacionamento comunitário com esses homens? Estou procurando orientá-los?
  5. Compromisso: formal ⟶ informal. Os ouvintes assumiram um compromisso formal comigo ou com esta comunidade?
  6. Obrigatoriedade: obrigatória ⟶ voluntária. Os ouvintes são obrigados a ouvir o ensino que ocorre nesse contexto? Eles podem ser disciplinados e corrigidos por não obedecerem?
  7. Constância: habitual (contínuo) ⟶ ocasional. Isso acontece com frequência e repetição ou raramente?
  8. Maturidade: irmã ⟶ mãe. Minha idade e maturidade espiritual criam uma situação em que estou falando como uma mãe falaria a seus filhos?

Quanto mais o local de ensino se inclinar para a esquerda (a primeira parte de cada par), menor será a probabilidade de que o local seja apropriado para que eu ofereça instrução mista. Quanto mais o local de fala se inclina para a direita (a segunda parte de cada par), mais provável é que eu possa ser uma professora útil nesse contexto.

Por exemplo, no caso de eu fazer um discurso misto em uma conferência religiosa nacional, posso considerar a atividade apropriada com base na análise a seguir:

  1. Contexto: Não congregacional. As conferências religiosas nacionais estão fora do contexto da igreja local (embora as reuniões denominacionais possam se assemelhar mais a um contexto congregacional).
  2. Natureza: Testemunho ou inspiração. Dependendo do conteúdo, a mensagem pode ser mais testemunhal-inspiradora do que exegética.
  3. Autoridade: Não governamental. Não tenho autoridade ou responsabilidade para estabelecer padrões.
  4. Relacionamento: Impessoal. Normalmente, não há um relacionamento pessoal e contínuo. O relacionamento com os ouvintes é bastante distante, como o relacionamento que se tem ao ler o livro de alguém. Como palestrante convidado, raramente sei o nome dos inscritos.
  5. Compromisso: Informal. Não há nenhum pacto ou compromisso formal entre mim e o ouvinte, nem entre ele e a comunidade. Isso é bem diferente de ensinar em um culto dominical, onde e quando os membros da comunidade se reúnem para ouvir o ensino oficial da igreja da qual são membros.
  6. Obrigação: Voluntária. Não há nenhuma obrigação por parte do ouvinte de assistir ao discurso. É totalmente discricionário e voluntário de sua parte (diferentemente da obrigação de um membro da igreja de assistir aos cultos semanais e obedecer a esse ensinamento).
  7. Constância: Ocasional. Um discurso único (voar para uma localidade, ensinar e depois partir) é muito diferente da instrução corporativa contínua no contexto de um corpo da igreja local (como seria, por exemplo, em uma classe de escola dominical).
  8. Maturidade: Mãe. Descobri que, à medida que envelheço, tenho mais liberdade para instruir homens mais jovens como uma mãe instrui seus filhos. Uma mulher de meia-idade instruindo um grupo de homens de 17 anos é uma situação muito diferente de uma mulher jovem instruindo-os.

Dada a minha análise da natureza do local usando os parâmetros acima, fazer uma palestra em uma conferência teológica pode não ser um problema para mim, ao passo que orientar homens liderando um estudo bíblico em um pequeno grupo doméstico (sem um co-líder do sexo masculino) estaria fora do que eu consideraria apropriado.

Em última análise, não posso lhe dar uma lista direta do que é e do que não é permitido. Seria como tentar criar uma lista rígida, de tamanho único, de afeto físico permitido para casais que estão namorando. Não é aconselhável, nem mesmo possível. Tudo o que posso dizer é que sua decisão depende da situação. Deus nos dá o princípio da liderança masculina, um limite claro de “isso passa dos limites” e o dom do Espírito Santo que habita em nós, em uma comunidade fiel, para nos ajudar a descobrir o resto. E quando fazemos besteira, ele nos concede graça sobre graça.

Uma abordagem focada no externo, baseada em regras, em relação às mulheres que ensinam a audiências mistas na igreja não reflete nem honra a beleza do projeto de Deus. Deus quer que tenhamos um espírito alegre e repleto de graça que se deleite em honrar a liderança como um belo aspecto de seu plano bom e sábio – que respeite e envolva homens e mulheres como co-herdeiros e colaboradores que exercem de todo o coração seus dons juntos a serviço uns dos outros e do avanço do Evangelho. Deus está muito mais preocupado com o fato de termos o coração e o espírito corretos do que com o fato de nos alinharmos com os pontos de conflito criados pelo homem.

E depois há a graça. Por causa da graça, preciso reconhecer que meus irmãos e irmãs cristãos podem estar em um estágio diferente em sua compreensão da questão. Preciso reconhecer humildemente que não tenho o controle do campo da verdade. Preciso conceder a graça quando eles traçarem linhas de aplicação de forma mais rígida ou mais flexível do que eu faria.

Dito isso, não podemos pensar nem por um momento que essa instrução [1 Timóteo 2.12] é irrelevante, que podemos descartá-la como uma antiga peculiaridade cultural, que a forma como a aplicamos é totalmente opcional, que todas as interpretações e aplicações são igualmente válidas ou que as igrejas devem simplesmente fazer o que quiserem. Sem dúvida, provavelmente nem todos acertaremos o tempo todo. Mas isso não significa que não devamos sempre fazer o possível para acertar.

 

Por: Mary A. Kassian ©️ Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Women Teaching Men — How Far Is Too Far? | Todos os direitos reservados. Revisão e edição: Vinicius Lima.