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Nota do editor: Este é o capítulo 8 da série “As estações na vida de um pastor”, do Ministério 9 Marcas. A cada segunda-feira de 2025 um novo artigo desta série será disponibilizado.
Um residente pastoral nosso falou recentemente com a comissão de sucessão pastoral de outra igreja local. Esta congregação está lutando e precisando urgentemente de uma liderança fiel. Surpreendentemente, um membro desta comissão disse ao meu amigo: “Nós ligaremos de volta quando o tempo estiver mais propício!”
Claramente, esta igreja havia perdido todo o senso de urgência em buscar uma liderança permanente.
Nem é preciso dizer que candidatar-se pode ser frustrante e estressante. Se você está se perguntando o que esperar, fique animado, pois não existe uma abordagem única. No entanto, alguns princípios se aplicam à maioria dos cenários, e o objetivo deste artigo é ajudar aspirantes a pastores a considerar como se candidatar com sabedoria e honestidade em uma congregação sem pastor.
Uma ressalva antes de começar: muitos processos de candidatura envolverão interação com igrejas em grande parte doentias que confiaram equipes de busca (comissões/comitês) mal preparadas para recomendar o próximo pastor. Esse é principalmente o contexto sobre o qual falarei.
1. Pesquise a Igreja
Um candidato aspirante deve procurar aprender o máximo que puder sobre a congregação. Vasculhe o site da igreja. Fale com a associação local e a convenção estadual [caso exista]. Pergunte a eles o que sabem sobre a história da igreja. Entre em contato com pastores com os quais você pode estar conectado na região. Se fizer sentido, pergunte a pessoas-chave na comunidade sobre a reputação da igreja.
Na entrevista inicial com o comissão de sucessão pastoral, venha preparado com perguntas bem pensadas. Procure entender as expectativas da congregação sobre um pastor. Assim como no namoro, nem tudo o que pode ser conhecido será revelado antes de aceitar o chamado para pastorear uma congregação. Mas o objetivo antes de aceitar o chamado é aprender o essencial.
2. Conheça sua família
A decisão de aceitar o chamado de uma igreja não é somente do candidato. Ele deve considerar a disposição e prontidão de sua família.
Sua esposa e filhos estão embarcando nessa jornada com você. O que sua esposa pensa? Como essa mudança afetará seus filhos? Dependendo da demografia da congregação, sua família pode estar deixando para trás muitos amigos. Essas mudanças não significam necessariamente que você não deve seguir em frente, mas é sensato saber como pastorear sua família durante essas mudanças (1 Timóteo 3.4).
Também é importante considerar se a igreja pode atender às necessidades da sua família. Seja realista sobre o que sua família precisa para viver naquela comunidade. Esta é uma situação de tempo integral, bi-vocacional ou co-vocacional? Se não for de tempo integral, como isso afetará a dinâmica da sua vida familiar, e você e sua esposa concordam sobre o que isso significará (1 Timóteo 5.8)?
3. Conheça a si mesmo
Quando cheguei à minha congregação atual, ela estava em declínio acentuado há muitos anos. Na melhor das hipóteses, a igreja tinha dois anos de vida restantes. Os desafios dentro da igreja e fora da comunidade eram assustadores. Dez ou quinze anos antes, eu não estaria preparado para liderar. Então seja honesto consigo mesmo sobre suas próprias limitações e prontidão. Você está preparado para entrar neste ponto da vida da sua congregação e levá-los para onde eles precisam ir?
Além disso, seja honesto sobre sua própria ânsia de servir a essa congregação em particular. Você realmente quer pastorear lá ou está indo por desespero? As qualificações para um presbítero indicam claramente que supervisionar uma congregação deve ser algo feito de boa vontade (1 Tim. 3:1, 1 Pe. 5:2).
4. Não engane, mas também não sabote
A probabilidade de algumas questões difíceis ou complicadas surgirem no processo é alta. Esteja preparado para falar sobre suas doutrinas não negociáveis. Você consegue identificá-las? Você consegue articular de forma cativante suas distinções teológicas e filosofia ministerial? Em quais colinas você morrerá e em quais você pode tolerar entrar?
Lembre-se, algumas congregações deterioraram tanto a saúde delas mesmas que mal podem ser chamadas de igrejas. Mas alguém deve ir e levá-las de volta à saúde novamente. Esperar muito da congregação que está entrando permitirá que o desânimo se instale rapidamente.
Ser franco com a comissão desde o início é importante para evitar enganar alguém. Esteja preparado para responder perguntas diretas com respostas honestas (veja 2 Cor 4.2).
Ao mesmo tempo, não se sabote também. Por exemplo, se uma comissão não estiver informada você sobre uma questão controversa, você precisará navegar pelo assunto com cuidado. Você quer ser transparente e, ao mesmo tempo, não criar medo ou controvérsia onde não existe. Algumas congregações estabeleceram oposição a questões específicas, e outras não sabem que algumas controvérsias existem. Assegure à equipe de busca sua devoção a todo o conselho de Deus (Atos 20.27), e isso significa que você pregará tudo o que Deus revela em sua Palavra, até mesmo as partes complicadas e controversas.
Recomendo solicitar uma reunião no estilo “assembleia” com a congregação antes de tomar qualquer decisão final. Antes que a igreja que pastoreio agora votasse para me chamar, eu me reuni com toda a congregação e respondi às perguntas deles. Esse tempo me permitiu saber com o que eles mais se importavam e quais questões eram de maior preocupação para eles desde o início.
5. Confie na Igreja que o envia
Estou operando na suposição de que a maioria dos homens que estão lendo este artigo serão enviados de outra congregação. Se não for, então eu recomendo fortemente que você considere passar pelo menos um ano sob a supervisão de presbíteros qualificados em uma congregação saudável.
Se essa é sua situação, então você tem a incrível bênção de buscar sabedoria em uma multidão de conselheiros piedosos (Provérbios 11.14). Peça que seus pastores avaliem a congregação em potencial com você. Peça a eles para deixá-lo ciente de seus pontos cegos, para fazer perguntas difíceis e para lhe dizer verdades difíceis que você precisa ouvir (Provérbios 27.6). Esta é uma das redes de segurança que Cristo nos deu na comunhão da igreja local.
6. Confie no Senhor
Deus nos chama para andar sabiamente. Durante todo o processo de candidatura, confie nele. Lembre-se de que Deus é soberano e estará conosco onde quer que formos (Hb 13.5). Estabeleça em sua mente que você não saberá tudo o que deseja saber de antemão. E tudo bem. Você não sabia tudo sobre sua esposa antes de se casar com ela. Mas você sabia o que precisava saber e confiou no Senhor par ao restante.
Quando Paulo e Barnabé foram enviados de Antioquia, somente Deus sabia dos desafios que eles enfrentariam. O Espírito Santo disse à igreja para separar esses homens, então eles jejuaram, oraram e os enviaram (Atos 13.1–2). Temos algo mais certo do que conhecimento exaustivo sobre uma congregação em perspectiva. Temos um Deus soberano e fiel que já está lá (Mt 28.20).
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Por: Branton Burleson. ©9Marks. Traduzido com permissão. Fonte: Candidate Wisely and Honestly | Edição e revisão por Vinicius Lima.
