Você aspira o ministério pastoral, mas está realmente disposto a isso?

Capítulo 7 da série "As estações na vida de um pastor"

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Nota do editor: Este é o capítulo 7 da série “As estações na vida de um pastor”, do Ministério 9 Marcas. A cada segunda-feira de 2025 um novo artigo desta série será disponibilizado.


Os meninos passam as tardes jogando basquete com a esperança de serem como Steph Curry. Os músicos fazem riffs incessantemente aspirando a ser como os Beatles. Os empreendedores buscam a próxima grande ideia como Steve Jobs. Os políticos imaginam ser o próximo presidente. No entanto, embora aspirem, nem sempre estão dispostos a pagar o preço.

O mesmo acontece com os jovens pastores. Eles sonham em pregar como Spurgeon, ganhar almas como Whitefield, escrever teologia como Calvino e pastorear como Baxter. Mas, em algum ponto do caminho, sua disposição de persistir vacila. Uma congregação se opõe a eles. Sua pregação parece fútil. O número de membros da igreja diminui. Eles perdem amizades por causa de uma posição que tomaram.

É fácil aspirar a ser um grande pastor, mas você está disposto a fazer tudo o que for necessário?

O apóstolo Pedro exorta os pastores a pastorearem o rebanho de Deus ou a exercerem a liderança “não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.” (1 Pedro 5:2-3).

Em que os pastores estão se metendo

Pedro se concentra menos no que os presbíteros devem fazer – “pastorear” – e mais em como eles fazem isso. Ele apresenta três pares de frases contrastantes que descrevem o que é apropriado e inapropriado no exercício da supervisão.

Primeiro, os pastores devem pastorear “não por constrangimento, mas espontaneamente”. Eles não devem apenas querer ser pastores, mas pastorear. O impulso de liderar deve vir de dentro deles com alegria. Caso contrário, não haverá motivo para servir quando as exigências ou a oposição ao ministério se tornarem pesadas.

Em segundo lugar, os pastores devem pastorear “nem por sórdida ganância, mas de boa vontade”. Pedro não quer dizer que eles não devam ser remunerados. Paulo diz que eles devem ser (cf. 1 Timóteo 5:17-18). Não é o “ganho” que Pedro denuncia, mas o ganho “sórdidamente ganancioso”. Ele não quer homens que amem o dinheiro, o conforto, o prestígio, a plataforma e o lazer mais do que o rebanho de Deus.

Terceiro, os pastores não devem “dominar”, mas ser “exemplos”. Liderar, não dominar. Qualquer pretenso pastor que esteja sempre exercendo poder, sempre exigindo, sempre insistindo em seu próprio caminho, sempre ostentando sua posição não é um pastor disposto de Deus.

Em vez disso, os pastores dispostos devem ser “exemplos” para o rebanho. Exemplos de quê? Em 1 Pedro 2:21-25, ele escreve,

Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma.

A vida de um pastor deve ser um retrato da vida de Cristo para as ovelhas do “rebanho de Deus”. Ele deve ser um exemplo de humildade, auto-sacrifício, amor a Deus, paixão pela adoração congregacional, generosidade, devoção à família e, acima de tudo, obediência a Jesus em todas as coisas. A vida de um pastor deve corresponder à sua mensagem, uma mensagem que ele aprendeu a pregar e a viver estudando o evangelho e a vida de Jesus Cristo.

Uma verificação do coração

Então eu pergunto: você está disposto a pastorear?

Você pode aspirar a pastorear, mas está disposto a pastorear quando amigos se afastam de você – ou deixam a igreja – por causa dos conselhos que você deu?

Você quer pastorear, mas está disposto a isso se o único chamado para pastorear for para uma igreja pequena e rural em uma cidade obscura?

Você pode ter começado de bom grado o trabalho do ministério pastoral, mas está disposto a continuar quando a congregação resiste à sua liderança?

Você pode querer pregar e ensinar, mas estará disposto a deixar de lado o precioso tempo de estudo para visitar um membro no hospital ou cuidar de um casamento quebrado?

Você pode querer começar o trabalho de pastoreio o mais rápido possível, mas está disposto a seguir o conselho e a liderança de seus pastores atuais, talvez até mesmo a ponto de adiar sua busca pelo ministério?

Você pode querer pastorear pastoreando outras pessoas, mas está disposto a ser pastoreado por aqueles que atualmente têm autoridade sobre você para se preparar para a tarefa que tem pela frente?

Para o aspirante a pastor, ao procurar se preparar para o ministério, busque crescer em sua disposição de fazer o trabalho de pastoreio que não colhe recompensas temporais, mas ganha uma coroa de glória imperecível.

Leitura adicional recomendada

  • O livro de Bobby Jamieson, The Path to Being a Pastor: A Guide for the Aspiring (O caminho para ser pastor: um guia para os aspirantes) é um excelente recurso para aqueles que estão explorando o desejo (ou seja, a aspiração) de servir no ministério pastoral.
  • The Book of Pastoral Rule (O Livro de Regras Pastorais), de São Gregório, o Magno, é útil para explorar os deveres e as obrigações do ministério pastoral. Sugiro isso porque somente a leitura de livros modernos empobrece nossa compreensão do ministério pastoral.
  • The Care of Souls (O Cuidado das Almas), de Harold L. Senkbeil: Cultivating A Pastor’s Heart (O Cuidado das Almas: Cultivando o Coração de um Pastor) é útil para destacar as tarefas comuns de um pastor que são extraordinariamente ricas em seu impacto; essas tarefas comuns são o cerne do chamado do pastor disposto.
  • O livro The Contemplative Pastor (O Pastor Contemplativo) de Eugene Peterson – apesar de todas as minhas discordâncias com Peterson – é útil porque ele entendeu a importância da busca do ministro pela “congruência”: completude, totalidade, integridade. Ele entendia que a lacuna entre nosso serviço público e nossa devoção particular expunha um problema em nossa espiritualidade, mesmo que “fielmente” orássemos regularmente, lêssemos as Escrituras diariamente, nos reuníssemos em uma igreja local aos domingos, recebêssemos o batismo, participássemos da Ceia do Senhor ou pastoreássemos uma congregação.

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Por: Raymond Johnson. ©9Marks. Traduzido com permissão. Fonte: You Aspire, but Are You Willing?  | Edição e revisão por Vinicius Lima.