Um blog do Ministério Fiel
Jovem pastor, cuide dos idosos de seu rebanho
Capítulo 14 da série "As estações na vida de um pastor"
Nota do editor: Este é o capítulo 13 da série “As estações na vida de um pastor”, do Ministério 9 Marcas. A cada segunda-feira de 2025 um novo artigo desta série será disponibilizado.
BF Hawkins pastoreou a Igreja Batista Park de 1944 a 1958. Sob o ministério de Hawkins, a Igreja Batista Park cresceu para mais de 500 pessoas na Escola Dominical e 600 no culto semanal. Ele liderou a igreja na construção do prédio na Rua Principal, onde permanece desde 1951.
Quando me tornei pastor da Igreja Batista Park em 2012, mais da metade dos membros havia se convertido a Cristo por meio do seu ministério. O homem era um gigante espiritual. Orei com frequência naqueles primeiros anos para que meu ministério desse frutos espirituais semelhantes.
Logo no início da minha gestão na Igreja Batista Park, no entanto, o desafio ficou claro: nossos membros mais velhos ansiavam por uma igreja como a que era sob o comando de B. F. Hawkins, que pregou seu último sermão em 1958. Comecei a orar: “Senhor, ajude nossos santos mais velhos a acreditarem que os melhores dias da Igreja Batista Park estão por vir, que isso não está no passado”. Eu queria que eles acreditassem que Deus não havia acabado com a nossa igreja.
Naqueles primeiros anos de ministério, concentrei-me em pastorear membros fiéis mais velhos. Tive fracassos e sucessos. Abaixo, algumas lições que aprendi ao longo do caminho. Que o Senhor use esses incentivos e admoestações para ajudá-lo a pastorear o rebanho de Deus que está entre vocês.
Pregue sermões expositivos centrados em Cristo
Quando cheguei à Igreja Batista Park, minha congregação estava carente de pregação fiel havia cerca de vinte anos. Não é que a Palavra nunca tenha sido pregada — ela foi. Mas raramente era pregada de forma expositiva.
Os santos idosos precisam do que todos os membros precisam. Eles precisam ver Jesus Cristo em todas as Escrituras. Eles precisam aprender a Palavra de Deus.
A melhor coisa que fiz para pastorear esses santos idosos foi pregar a Palavra semana após semana. Muitos me paravam na porta depois do culto e me agradeciam por lhes entregar a Bíblia.
Parte do cuidado com ovelhas idosas significa alimentar a alma faminta.
Ame seu povo
Na revitalização da igreja, os santos idosos às vezes são caracterizados como um fardo para o pastor. São eles com quem você precisa lidar antes que todos os jovens supostamente comecem a frequentar a igreja. Mas Jesus ama esses santos idosos — e porque Ele os ama, você, como pastor, também deve amá-los.
Ame-os de coração. Eles são uma bênção, não um fardo.
Ao refletir sobre aqueles primeiros anos, lembro-me de levar algumas idosas da igreja ao pomar de maçãs com meus filhos pequenos, sentadas em mesas de piquenique comendo donuts e conversando sobre seus falecidos maridos. Essas são algumas das minhas memórias mais queridas.
Passem tempo juntos em oração e na Palavra
Os idosos adoram receber a visita de seus pastores. À medida que a vida desacelera, o tempo se torna cada vez mais precioso. Que encorajador que eles queiram passar um pouco desse tempo com você, o pastor deles. Que privilégio!
Pastor, dedique tempo à oração e à Palavra com seus membros mais velhos. Vá até a casa deles, abra a Bíblia e converse sobre os pontos do seu sermão recente. Pergunte o que eles estão lendo na Palavra.
Durante os primeiros anos em nossa igreja, eu passava terças-feiras alternadas de manhã estudando a Bíblia e orando com santos mais velhos. Orávamos por filhos e netos rebeldes. Conversávamos sobre como Deus estava agindo na igreja. Eu os convidava a orar por mim e pelo ministério da igreja.
Passar tempo é importante, mas passar tempo lendo a Palavra de Deus é especialmente valioso para eles e para você.
Aprenda suas histórias e a história de sua igreja
A Bíblia chama os cabelos grisalhos de “coroa de glória” (Pv 16.31). Isso ocorre porque, em parte, uma vida mais longa geralmente significa mais sabedoria.
Então, ouça e faça perguntas aos membros mais antigos. Conheça suas histórias. Tenha empatia com suas dores. Alegre-se com seus triunfos.
À medida que você aprende a história deles, pergunte-lhes também sobre a história da sua igreja. Descubra os momentos de dor e os momentos de crescimento. Isso pode ajudá-lo a entender por que eles discordam de você ou têm medo das suas estratégias.
Quando cheguei, nossos diáconos já mantinham a igreja unida havia vinte anos sob uma liderança pastoral instável. Conhecer seus problemas e sacrifícios me ajudou a entender por que era difícil para eles seguirem minha liderança. Quando conhecemos nosso povo, podemos entendê-lo e servi-lo melhor.
Lembre-os de seu valor
Cada membro é chamado a usar seus dons para edificar o corpo de Cristo. À medida que os membros envelhecem, eles desaceleram. Quando isso acontece, são tentados a associar sua falta de capacidade a um valor diminuído na igreja.
Pastor, ajude seus santos mais velhos a resistir a essa mentalidade. Incentive-os a usar toda a sua posição na vida para a glória de Deus. Lembre-os do valor de suas orações. Lembre-os do poder de um sorriso caloroso e de uma palavra gentil.
Nossa igreja cresceu em parte por causa do espírito acolhedor que muitos de nossos santos idosos demonstraram quando estudantes universitários e famílias jovens entraram em nosso templo.
Prepare-os para encontrar Jesus
Pastor, não espere para visitar o seu povo. Enquanto escrevo isto, meus olhos se enchem de lágrimas ao pensar naqueles que adiei visitar e por quem deixei de orar antes de irem para a glória. Quando o Espírito Santo tocar seu coração, saia do escritório, vá para o asilo ou para onde quer que seus idosos estejam e imponha as mãos sobre aqueles que estão próximos da partida. Nossa tarefa é ajudar nosso povo a chegar em segurança a Jesus. Isso, em parte, significa pastoreá-los até o fim.
Max Phillips ingressou na Igreja Batista Park aos quatorze anos. Permaneceu membro da igreja até falecer, aos 99 anos. Tomamos café da manhã juntos uma vez por mês durante dez anos. Ele não tinha medo de me dizer coisas que não gostava no que eu fazia, mas eu sabia que ele me amava. Quando ele morreu, o impacto foi mais forte do que eu esperava. Ele tinha 99 anos. Era para acontecer. Eu sabia que estava chegando, mas ainda não estava pronto. Percebi que, pela bondade de Deus, Max havia se tornado um dos meus amigos mais próximos. Enquanto eu tentava ministrar à sua alma, ele se importava com a minha. Ainda sinto falta dele.
Max se converteu a Cristo sob a pregação de B. F. Hawkins e serviu fielmente à igreja por anos. Certo domingo, Max me parou na porta, olhou-me fixamente nos olhos e disse: “Pregador, nossa igreja está mais viva hoje do que nunca”. Minhas orações foram atendidas. Quanto mais tempo pastoreio, mais aprecio este santos idosos.
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