Um blog do Ministério Fiel
Pastor, seja fiel ao seu chamado e dê o seu melhor!
Capítulo 22 da série "As estações na vida de um pastor"
Nota do editor: Este é o capítulo 22 da série “As estações na vida de um pastor”, do Ministério 9 Marcas. A cada segunda-feira de 2025 um novo artigo desta série será disponibilizado.
É emocionante assistir aos melhores atletas competindo. Eles entendem que a glória de um jogo está naqueles que “deixam tudo em campo”, independentemente de vencerem ou perderem. Por isso, treinam seus corpos e desenvolvem suas habilidades.
É assim que desejo cumprir o meu ministério, assim como o apóstolo Paulo. Ele viajou de Jerusalém para a Ilíria, pregando o evangelho e plantando igrejas até poder dizer que havia cumprido o seu ministério naquelas regiões (Rm 15.19). Pregou todo o conselho de Deus, sem reservas (Atos 20.26-27). Então, tendo cumprido o seu ministério, soube que “tinha chegado o tempo da sua partida” (2 Tm 4.6). Paulo deixou tudo em campo.
No entanto, se não formos vigilantes com o passar dos anos no ministério, maior será a possibilidade de que a monotonia de nossas rotinas, os fardos do pastorado ou a correria do ministério se tornem desculpas para negligenciar nossa tarefa principal: pregar a Palavra. Jesus edifica sua igreja por meio de sua Palavra, no poder do Espírito, por meio da pregação de uma mensagem que é uma “loucura” (1Co 1.18), vinda da boca de homens fracos. Trabalhemos, então, arduamente na pregação e permaneçamos famintos pela Palavra, lembrando-nos de como chegamos até aqui.
Lembre-se da sua chamada
Paulo via seu chamado tanto como uma obrigação para com Deus quanto como uma mordomia divina. A palavra “devedor” em Romanos 1.14 é um termo financeiro que pode ser traduzido como “dívida”. Embora salvo somente pela graça, Paulo entendia que tinha uma dívida de gratidão para com Deus. Essa gratidão alimentou o ministério e o zelo de Paulo pela glória de Cristo (Rm 15.20).
Paulo não se voluntariou para este ministério. Ele não escolheu sua vocação. Ele não foi separado para a obra por homens.
Ele foi chamado por Deus. Pela graça de Deus, então, Paulo era um despenseiro do Evangelho de Deus que revelou o Filho de Deus (Ef 3.1-2, 7-9). E ele sabia que um dia prestaria contas ao Mestre (Rm 14.12).
Irmãos, se quisermos trabalhar duro e continuar com fome, precisamos nos lembrar do nosso chamado. Pregar não é uma escolha vocacional; é um chamado. Temos a obrigação de pregar a Cristo porque Deus nos salvou e nos separou para o ministério como seus porta-vozes. Somos compelidos a pastorear o rebanho de Deus entre nós, alimentando os cordeiros de Jesus com a Palavra de Deus.
É claro que nenhum de nós é suficiente para essas coisas. Nossa suficiência vem de Deus, que nos separou para o ministério (2 Coríntios 3.5). Só Ele é suficiente para nos levar à linha de chegada. Mas Ele é mais do que suficiente.
Lutando com toda a sua energia
Embora Paulo entendesse que trabalhava apenas pela graça de Deus, ainda podia dizer que trabalhava mais arduamente do que qualquer outra pessoa (1 Co 15.10). Paulo se esforçou para apresentar todos maduros em Cristo, “lutando com toda a energia [de Cristo] que ele opera poderosamente em mim” (Cl 1.29).
O ministério para o qual Deus nos separou é pregar o Evangelho. Este Evangelho é o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16), a Palavra pela qual Jesus está santificando a sua igreja (Ef 4.11-16). Irmãos pastores, para cumprir este ministério de pregação, devemos fazer o nosso melhor (cf. 2 Tm 2.15).
A obra da pregação começa com a preparação. Isso significa comungar com nosso Senhor Jesus por meio de sua Palavra e oração, confiando no Espírito. Nosso ministério deve ser um transbordamento de nossa comunhão com o Senhor. Peça a Deus que mantenha sua fome por sua Palavra e a alegria em sua comunhão.
Em segundo lugar, precisamos preparar nosso sermão. Uma pregação fiel exige que nos esforcemos para “acertar o texto”. Seja diligente em se mostrar um obreiro aprovado na tarefa da exegese, semana após semana. Faça o máximo de perguntas possíveis sobre o texto, orando no Espírito por iluminação. Esforce-se para entender o contexto do público original, o argumento que o autor estava apresentando a eles e como seu texto se conecta ao evangelho vivificante. Não estaremos bem preparados até sabermos como aplicar o sermão ao rebanho de Deus entre nós.
Terceiro, como um bom atleta, esforce-se para desenvolver sua “habilidade”. Nas palavras de Paulo a Timóteo: “Não negligencie o dom que você tem” (1 Tm 4.14). Devemos ser leitores constantes. Ler cultiva a fome de aprender. Precisamos ler todos os tipos de literatura, não apenas livros teológicos. Por exemplo, ler ficção estimula nossa imaginação, o que nos torna melhores pregadores. E ler autores não cristãos pode nos dar insights sobre a perspectiva de um descrente sobre a natureza humana.
Por fim, avalie seu progresso regularmente. Ouça seus sermões e dê feedback a si mesmo. Convide outras pessoas para lhe darem feedback — talvez um grupo de pastores locais ou membros da sua igreja. Participe de um workshop da Simeon Trust. Considere fazer cursos na área de pregação. Busque educação continuada. Como um bom atleta, nunca pare de treinar. Até que você esteja na glória, você não chegou lá.
Conclusão
Irmãos pastores, não sejam complacentes. Trabalhem duro e continuem com fome. Lembrem-se do seu chamado. E lutem com toda a energia de Cristo para pregar a Palavra cada vez melhor, para que, ao chegarem ao fim do seu ministério, vocês também possam dizer: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7-8).
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