Advertências para livramento (1 Coríntios 10.12)

 

Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. (1 Coríntios 10.12)

 

Em uma biografia, tanto o autor, conforme ele escreve, quanto os leitores, conforme leem depois, enfrentam uma grande tentação de encobrir as falhas do biografado. A Escritura, por outro lado, não faz tentativa alguma de esconder ou justificar as falhas, fracassos ou pecados de seus heróis. E é nas consequências do triunfo espiritual que o potencial para a derrota costuma parecer em seu auge.

Em uma vitória da fé, Noé prosseguiu em obediência, sem que uma gota de chuva caísse, a construir a arca. Porém, após o dilúvio, lemos uma descrição lamentável de tudo que Noé permitiu ocorrer em sua embriaguez (veja Gn 9.20-27). Abrão inicia a jornada da fé; contudo, ele então trouxe desgraça sobre si mesmo e sua família através de suas mentiras quando foi ao Egito (12.10-20). Davi triunfou sobre Golias; no entanto, posteriormente se pegou perpetrando adultério (e muito possivelmente estupro), assassinato e caos (2Sm 11 em diante).

Cada um desses personagens é um herói que realizou grandes coisas para a causa de Deus e que também falhou. Todos eles eram confiantes, e então caíram drasticamente. A Bíblia nos dá esses exemplos, não como desculpas para nos escondermos atrás deles, mas como advertências para nos livrar da complacência quando as coisas vão bem, e também para não esperarmos muito dos outros — na verdade, para não esperarmos muito de nós mesmos!

O teólogo A. W. Pink nos lembra:

Deus permite que os melhores homens se revelem, na melhor das hipóteses, apenas homens. Não importa quão ricamente dotados eles pareçam ser, quão eminentes no serviço de Deus, quão grandemente honrados e usados por ele: se o poder sustentador de Deus for retirado deles, ainda que por um momento, rapidamente será exposto que eles são “vasos de barro”. Nenhum homem permanece de pé por mais tempo do que é sustentado pela graça divina. O santo mais experimentado, se entregue a si próprio, é imediatamente visto tão fraco quanto a água e tão tímido quanto um rato.[1]

Misericordiosamente, Deus não nos entrega a nós mesmos: ele nos provê justiça, salvação, verdade e a sua Palavra, a fim de que não apenas suportemos, mas permaneçamos firmes em meio a cada provação e tentação. Quando reconhecemos dentro de nós mesmos as mesmas fraquezas e derrotas experimentadas por heróis como Noé, Abraão e Davi, somos capazes de depender da graça e poder de Deus para nos sustentar através do Senhor Jesus, nosso único “livramento” (1Co 10.13). Que isso sirva de lembrete para você continuar em sua fé, crescendo em santidade ou impactando o mundo para o reino, não apenas como o resultado de sua força ou inteligência ou caráter, mas por causa da graça de Deus. A pessoa que verdadeiramente sabe disso, enxerga a complacência como um grave perigo e vê a oração como algo absolutamente essencial, pois sabe que é somente o Senhor que pode mantê-la de pé dia após dia, a cada momento. Você sabe disso?

 

Tenha uma experiência ainda mais enriquecedora em sua vida adquirindo este devocional em formato de livro  — CLIQUE AQUI e adquira já o seu!

 

https://www.editorafiel.com.br/alistair-begg/devocional-verdade-para-a-vida

 

[1] The Life of Elijah (Banner of Truth, 1963), p. 201.