Cidadãos de algum outro lugar (Filipenses 3.18-21)

 

Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória. (Fp 3.18-21)

 

“Não somos daqui.” É o que os residentes da cidade de Filipos, na Grécia do primeiro século — até mesmo os que nasceram lá —, diriam, pois viviam sob as leis romanas, vestiam roupas romanas e escreviam seus documentos em latim. Eles eram cidadãos romanos. O lugar inteiro se parecia com Roma — mas não era Roma. Os cidadãos de Filipos estavam na Grécia, mas viviam como cidadãos de Roma.

Ser um cristão, Paulo disse a eles, é similar: estamos vivendo a vida cristã ainda que ausentes da capital cristã — a qual, você ficará aliviado em saber, não é Washington, DC, nem Londres! Os verdadeiros “degraus do Capitólio” são muito mais altos e mais grandiosos. Nossa cidadania é no céu, e, enquanto vivemos aqui como estrangeiros — como pessoas que não se encaixam —, faremos diferença no mundo à nossa volta.

Como cristãos, nossa grande oportunidade diária é caminhar em um novo dia e ser diferente — sermos o que somos: cidadãos do céu, um povo que não é daqui. Devemos ouvir as pessoas dizerem: “Ei, eu posso perceber, pela forma como você anda e fala, que há algo diferente a seu respeito”. Isso significa que, quando pensa sobre a vida, você precisa se perguntar algumas coisas: Qual é o objeto da minha devoção, aquilo que me motiva e orienta a minha existência? É a minha aparência? É o meu currículo? É paixão e prazer? Pelo que estou vivendo?

A Bíblia nos alerta que, se vivermos para “usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hb 11.25), uma hora eles irão nos engolir e drenar nosso fôlego de vida. Em vez disso, devemos viver na expectativa de um futuro de glória. Seremos transformados; teremos novos corpos “[iguais] ao corpo da sua glória”. Nossos corpos celestiais não serão enfraquecidos pelo pecado, por desejo egoísta ou por desintegração. Estaremos em casa, um dia, e será maravilhoso!

Se as pessoas suspeitam pela sua vida e descobrem pela sua fala que você tem a cidadania no céu, que você serve o Deus vivo e espera ansiosamente para ir para casa, onde sua vida será completamente transformada, então, mais cedo do que tarde, algumas delas irão pedir que você lhes dê a “razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).

Portanto, lembre-se de onde você está. O impacto do Evangelho, sob Deus, está diretamente relacionado à sua disposição em viver como Cristo. Permita que a maravilha da sua cidadania celestial o torne sensível e compassivo à medida que você se move entre aqueles que são “inimigos da cruz” (Fp 3.18). Cristo retornará — e, quando ele voltar, o dia em que você irá para casa terá chegado. Se por acaso não for hoje, então hoje é um dia de oportunidade para você ser diferente. Como você aproveitará essa oportunidade?

 

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