Consolo para uma mente perturbada (1 Pedro 1.5-6)

 

Sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações. (1 Pedro 1.5-6)

 

Há duas coisas que precisamos reconhecer sobre o sofrimento — a saber, que ele realmente existe e realmente dói. A aflição é uma realidade na vida de todos em um momento ou outro. Tal aflição assume muitas formas, das quais o sofrimento mental não é a menos importante.

Ao escrever aos irmãos sobre o sofrimento, Pedro reconheceu que existem muitas e variadas maneiras pelas quais podemos ser entristecidos. A tristeza específica pela qual os primeiros leitores de Pedro estavam sobrecarregados era a angústia mental que vem de suportar dificuldades — mas Pedro estava plenamente ciente de que existem todos os tipos de provações que golpeiam nossa mente e esmagam nosso espírito.

Por causa do Evangelho, Pedro não precisa terminar com uma nota de desesperança e desespero. Em vez disso, ele nos dá promessas às quais podemos nos apegar.

Em primeiro lugar, Pedro nos lembra que nossas provações duram apenas “por breve tempo”. Agora, “por breve tempo” precisa ser entendido à luz da eternidade; até mesmo uma vida inteira é “por breve tempo” em comparação com a eternidade! Assim, um longo período de sofrimento nesta vida ainda é, na economia de Deus e na estrutura do seu plano e propósito para os seus filhos, “por breve tempo”. Isso não quer dizer que tal sofrimento parecerá breve — especialmente quando estivermos no meio dele. Para muitos, o sofrimento significa que um minuto pode parecer um dia, um dia pode parecer um ano e um ano pode parecer que nunca vai acabar. Mas podemos e devemos nos apegar a esta promessa: nossa miséria atual não é nosso fim eterno. O sofrimento pode preencher sua vida hoje, mas um dia, “no último tempo”, a salvação é que preencherá.

Em segundo lugar, podemos dizer com confiança que, em todos os momentos de sofrimento, Deus está presente. No relato da conversão de Saulo de Tarso, encontramos Jesus intimamente identificado com o sofrimento de seu povo. Ele diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4, ênfase acrescentada). Como Jesus poderia dizer “me” quando estava no céu? Foi porque, através do Espírito, Cristo estava presente com o seu povo. Ele se solidarizou com eles. Seu Espírito estava com eles, guardando-os enquanto caminhavam pelos vales em direção ao dia da salvação final. Ele faz o mesmo por nós.

Você tem no Senhor Jesus um Grande Sumo Sacerdote que é perfeitamente capaz de se solidarizar com seus sofrimentos (Hb 4.15). Quando você é tentado a acreditar nas mentiras de que Deus o abandonou ou que ninguém mais entende onde você esteve ou o que você está passando, você pode ter confiança nisto: “não há pulsação nem agonia que o nosso coração possa conhecer que Deus não sinta lá de cima”.[1] E você também pode estar seguro disto: um dia a tristeza ficará para trás e só a glória estará à frente. Essa é uma verdade na qual você pode se alegrar hoje, seja lá o que o dia de hoje lhe reserve.

 

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[1] William E. Littlewood, “There Is No Love Like the Love of Jesus” (1857).