Dividendos eternos (Filipenses 4.17-18)

 

Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. (Fp 4.17-18)

 

A versão de Paulo de “Obrigado por seu apoio financeiro” ao escrever à igreja de Filipos é inovadora, para dizer o mínimo: ele diz que a generosidade deles o deixou feliz não por causa do que suas ofertas significavam para ele, mas por causa do que suas ofertas significariam para eles. Ele lhes diz que a oferta deles será mais benéfica para eles do que para ele, o destinatário!

A empolgação de Paulo com a generosidade deles fluiu da certeza de que eles se beneficiariam disso por toda a eternidade. Sua confiança estava fundamentada nos ensinamentos de Jesus. No Evangelho de Lucas, por exemplo, Pedro disse a Jesus: “Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos” (Lc 18.28). Não sabemos exatamente qual foi a motivação de Pedro para essa observação, mas temos a resposta de Jesus: “Ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” (vv. 29-30). Jesus estava dizendo que, se Pedro e os outros discípulos haviam desistido das coisas, investiram muito mais em seu futuro.

A Bíblia é absolutamente clara sobre os dias atuais e a proximidade da eternidade. Achamos fácil viver de uma maneira pela qual a eternidade não tem relação com a forma como ofertamos, pensamos e vivemos agora, mas o fato é que a eternidade pode estar a um fôlego de distância para cada um de nós e dura muito mais do que esta vida fugaz. Portanto, é apropriado dar em antecipação dos ricos dividendos que serão pagos na vida eterna.

Nossa capacidade de dar com as mãos abertas e à luz da eternidade está enraizada na generosidade do próprio Deus, que é o grande Doador. Talvez a melhor maneira de errarmos ao dar seja não dar nada. Podemos ser tentados a pensar que não podemos nos dar ao luxo de dar — mas a verdade é que não podemos nos dar ao luxo de não dar! Como Jesus tão amorosamente nos promete: “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lc 6.38).

Portanto, considere seus investimentos — não em planos de aposentadoria, ou no mercado de ações, ou em um fundo universitário, mas o tipo de pagamento que “aumenta para o seu crédito” na eternidade. Há grande ganho em dar o Evangelho. Deixe a vida por vir determinar seus gastos em sua vida hoje, e você se verá dando com generosidade e alegria.


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