Eu quero ver (Marcos 10.47-49)

 

Pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Parou Jesus e disse: Chamai-o. (Mc 10.47-49)

 

Ao redor do cego, a Páscoa se aproximava e a multidão se amontoava. Havia uma grande sensação de antecipação. Para a maioria da multidão, não havia tempo para parar — certamente não para os mendigos sempre presentes que estavam nos portões da cidade. Eles estavam sempre lá, bem conhecidos das pessoas nos arredores de Jericó. Muitos da multidão provavelmente teriam visto com tanta frequência esse homem cego, Bartimeu, que nem o notavam mais.

A multidão estava tão consumida por Jesus, que Bartimeu provavelmente foi considerado um terrível inconveniente. A reação deles aos seus clamores por misericórdia — repreendê-lo e tentar silenciá-lo — sugere que eles pensavam que esse membro marginalizado da sociedade claramente não poderia fornecer nenhuma contribuição útil para o que Jesus estava fazendo. Porém, ao tentar silenciá-lo, eles se tornaram uma barreira para a missão de Jesus — a mesma pessoa que afirmavam estar seguindo e a mesma causa que afirmavam estar buscando.

Esse cego em particular não tinha apenas um interesse pequeno em Jesus, então ele continuou clamando-lhe. A narrativa de Marcos demonstra a compaixão perfeita de Cristo com uma frase simples: “Parou Jesus” — duas palavras de graça. Você pode imaginar a reação da multidão quando Jesus disse às pessoas que estavam repreendendo o homem: “Chamai-o”? Isso, sem dúvidas, trouxe um pouco de constrangimento merecido!

Talvez haja pessoas na sua vida pelas quais você tem dificuldade de orar. Talvez haja alguns que você só queira repreender ou ignorar. Talvez você simplesmente não queira lidar com a inconveniência. Pode parecer incômodo convidar alguém para a igreja, sentar-se com essa pessoa, comer com ela e se envolver em sua vida. É complexo e exige tempo e esforço. Preferimos que estes ouçam o Evangelho de outra pessoa. É tão fácil cair nessa maneira de pensar sem realmente perceber; mas, quando o fazemos, nos tornamos como a multidão: uma barreira para as pessoas encontrarem seu Salvador. Jesus nos diz: Não os repreenda. Chame-os. É precisamente por isso que eu vim.

Que Deus nos perdoe quando nós, como a multidão, estamos cheios de indignação com a interferência em nossos planos e a inconveniência em nossas preferências, causadas por aqueles que estão clamando pela misericórdia dele. Somente Cristo faz a obra de abrir os olhos cegos, mas ele nos confiou a responsabilidade e o privilégio de proclamar estas palavras: “Tem bom ânimo […] ele te chama”.


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