Favor e provisão (Rute 2.10)

Então, ela, inclinando-se, rosto em terra, lhe disse: Como é que me favoreces e fazes caso de mim, sendo eu estrangeira? (Rt 2.10)

 

Somente um coração que sabe que é indigno da graça ficará apropriadamente maravilhado ao recebê-la.

Rute trabalhava duro. De muitas maneiras, ao colher trigo atrás dos trabalhadores no campo de Boaz, ela exemplificou a exortação posterior do apóstolo Paulo aos tessalonicenses: “Procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos […] para que andeis honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma” (1Ts 4.11-12 ARC).

Apesar de ser viúva em uma terra estrangeira com uma sogra viúva, Rute não ficou sentada, mergulhada em autopiedade, à espera de alguma intervenção dramática. Em vez disso, ela aproveitou a oportunidade — ir aos campos para respigar as sobras — para sustentar a si mesma e a Noemi. Ela não apenas assumiu a responsabilidade de prover, mas também encarou sua tarefa, que consistia em longas horas e poucas pausas, com uma ética forte e persistente de trabalho (Rt 2.7).

Em todas essas coisas, Rute não insistiu em reconhecimento nem sentiu que merecia favor algum. Em vez de se parabenizar por seus esforços ou assumir o crédito por decidir trabalhar no campo de Boaz, ela considerou seu trabalho como nada mais do que seu dever. Portanto, quando Boaz a favoreceu e abençoou (Rt 2.8-9), ela respondeu com admiração e gratidão. Ela sabia que não tinha direito a nada dele e, portanto, recebeu isso como um presente.

Humildade e gratidão dormem na mesma cama. Um coração ingrato se casa com o orgulho, mas um coração humilde sempre será grato.

O favor e a proteção de Boaz prenunciavam o favor e a proteção eternos que Deus nos oferece por meio do maior descendente de Boaz, Jesus Cristo. Como Rute, também podemos ser humilhados ao ver ecos de nossa história eterna na história dela. Conforme Boaz oferece comida e água a Rute (Rt 2.9, 14), podemos ver seus rostos se transformarem nos rostos de outro homem e mulher — Jesus e uma mulher diante de um poço em Samaria, onde o Filho de Deus ofereceu água eterna que saciaria sua sede espiritual (Jo 4.1-45). Boaz satisfez as necessidades físicas de Rute naquele dia; Cristo satisfaz todas as nossas necessidades eternamente. Ele é a Água Viva e o Pão da Vida para todos nós.

“Como é que me favoreces e fazes caso de mim, sendo eu estrangeira?” Esta mesma pergunta deveria estar em nossos lábios regularmente: “Senhor Jesus, por que tenho achado graça aos teus olhos, para que me ames, sendo eu pecador?” A resposta é simples: graça. Não importa o que possamos fazer por nossas famílias, nossas igrejas e nosso Senhor; somos favorecidos por Deus apenas e sempre através da pura graça de sua parte. Você não tem outra condição e não precisa de outra. Por causa da provisão graciosa de Deus, você pode cantar: “Em Cristo, a rocha, eu permaneço; todo o resto é areia movediça”.[1] Que o seu coração, hoje, cante com maravilhamento diante da graça que você recebeu.

 


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[1] Edward Mote, “My Hope Is Built on Nothing Less” (1834).