Nosso grande sumo sacerdote (Hebreus 5.1, 4-6)

 

Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados […]. Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão. Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. (Hb 5.1, 4-6)

O conceito de sacerdócio e o sistema sacrificial estão bastante distantes do nosso mundo ocidental contemporâneo, mas entendê-los é fundamental para a vida cristã. A prática do sacrifício animal em Israel no Antigo Testamento não era um sistema criado por homens em uma tentativa vã de chegar a Deus e tornar os humanos aceitáveis diante dele. Em vez disso, seu propósito era ajudar o povo da aliança de Deus a entender seu caráter, expectativas e a maravilha de seu plano de redenção (e ele ainda pode nos ajudar dessa forma hoje). Em todas as suas nuances, Deus estava orientando o seu povo em direção à obra consumada e perfeita do Senhor Jesus Cristo, que viria tanto como o Grande Sumo Sacerdote do seu povo quanto como o sacrifício perfeito oferecido por eles.

Historicamente, o sumo sacerdote de Israel viria da linhagem de Arão, irmão de Moisés, e seria considerado “[cabeça] entre os seus irmãos” (Lv 21.10). Esse indivíduo teria experimentado as mesmas condições, pressões e provações sociais que os homens e mulheres representados por ele, o que o ajudaria a ser um defensor mais compassivo em favor deles.

Muito antes da chegada de Jesus, todavia, o padrão histórico de nomeações de sumos sacerdotes havia sido corrompido por Herodes, o Grande, e outros governantes, que escolhiam eles próprios os sumos sacerdotes. Eles não entendiam que o papel do sumo sacerdote não era uma honra a ser outorgada por homens, mas era, em última análise, um chamado de Deus, como foi para Arão. Os sumos sacerdotes não deveriam representar uma instituição política; eles deveriam representar o povo de Deus diante do próprio Deus.

Esse é um dos fatores que fazem de Jesus o melhor sumo sacerdote: ele não tomou sobre si a glória de se tornar um sumo sacerdote; em vez disso, ele foi designado pelo Pai. Ele reconheceu: “Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus” (Jo 8.54). Ele suportou perfeitamente as mesmas dificuldades que enfrentamos. Ele foi adiante do Todo-Poderoso Deus pelos nossos pecados, embora não tivesse pecado algum. Com um espírito de mansidão, Jesus nos impulsiona em direção à justiça. Visto que ele ofereceu o sacrifício perfeito — de fato, porque ele era o sacrifício perfeito —, você e eu podemos aproveitar a presença de Deus tanto agora como para sempre. Nenhum pecado ou sofrimento, nenhuma frustração ou desespero, nada torna essa realidade gloriosa menos verdadeira: que você tem um sacerdote, para sempre, e, portanto, tem um lugar com ele, para sempre.

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