Nunca superamos (Colossenses 1.21-23)

 

E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu. (Cl 1.21-23)

 

A maioria dos ocidentais do século XXI diria que os seres humanos são, em geral, bons.

Um dia de notícias, no entanto, rapidamente questionará tal noção. E um dia em nossa própria companhia também deve minar essa alegação. Afinal, se formos completamente honestos, devemos admitir que nosso próprio coração é rebelde e sem controle — e as soluções populares para esse problema, como maior educação ou mudanças nas circunstâncias sociais, nunca parecem consertar as coisas. A humanidade continua uma bagunça.

Quando nos voltamos para a Bíblia, descobrimos uma verdade feia sobre nós mesmos: a razão pela qual nos sentimos alienados das pessoas ao nosso redor — a razão pela qual às vezes me sinto alienado de mim mesmo — é porque estamos alienados de Deus. Nossa alienação horizontal é indicativa de uma alienação vertical muito mais grave. Deus nos fez para que pudéssemos ter um relacionamento com ele, mas a nossa mente está afastada dele. Não pensamos nele. Nós não o amamos. Nós nem mesmo o procuramos.

Contudo, também há boas notícias. Como seguidores de Cristo, enquanto outrora estávamos definhando, agora fomos renovados. Estávamos alienados, mas agora fomos reconciliados. Vivíamos num lugar escuro, e agora fomos trazidos para a luz. Estávamos presos, e agora fomos libertos. Estávamos mortos, e agora vida nos foi dada juntamente com Cristo. Essa é a experiência daqueles que conhecem a Deus como ele se revelou por meio de sua Palavra.

Essa transformação não é simplesmente o resultado de uma decisão de renovar a vida. Em algum momento, a maioria de nós pensou: “Estou virando uma nova página e fazendo uma mudança. Serei mais grato este ano do que fui no ano passado.” E que bom! Não há nada de errado com isso. Nossos amigos e familiares provavelmente ficariam felizes em ouvir isso. Só que isso, de maneira isolada, não é o objetivo final para um cristão. Antes, a mudança na vida do cristão é motivada e iniciada pela graça salvadora de Deus. Continuamos como começamos: pela graça.

As Boas Novas do Evangelho são o fato de que Jesus, o Nazareno, veio em nosso favor para pôr fim à nossa alienação. Ele, e apenas ele, fez o que mais precisávamos, mas não podíamos fazer por nós mesmos. Portanto, o chamado para nós é muito simples: “[permanecermos] na fé […] não [nos] deixando afastar […] do evangelho”. Nunca precisamos nos afastar do simples Evangelho do Cristo crucificado, ressurreto e reinante; na verdade, não ousamos. E, no entanto, como é fácil para nós esfriarmos diante dessas verdades; como é fácil para a familiaridade produzir, se não desprezo, então complacência. Portanto, considere seu coração honestamente. Reconheça o seu pecado. E volte ao Evangelho mais uma vez, admirado pelo fato de “que tu, meu Deus, devesses morrer por mim”.[1]

[1] Charles Wesley, “And Can It Be?” (1738).


Tenha uma experiência ainda mais enriquecedora em sua vida adquirindo este devocional em formato de livro  — CLIQUE AQUI e adquira já o seu!