O Dia da Expiação (Levítico 17.11)

 

Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. (Levítico 17.11)

 

Quando Deus resgatou os israelitas do Egito, a redenção deles os levou a um relacionamento com ele. Vivendo sob o governo de Deus, o povo desfrutou da presença dele no tabernáculo. Porém, desde o início, os israelitas não podiam guardar a Lei de Deus. Isso gerou um dilema: como um Deus santo poderia viver com um povo pecador?

Em um dia específico de cada ano — o Dia da Expiação —, o sumo sacerdote de Israel era instruído por Deus a entrar no Santo dos Santos — o lugar no tabernáculo onde a presença de Deus habitava — para oferecer sacrifícios pelos pecados do povo. O sumo sacerdote pegaria dois bodes sem defeito. O primeiro ele sacrificaria como oferta pelo pecado do povo, e depois aspergiria seu sangue no tampo da arca, também conhecido como propiciatório. Os israelitas mereciam a morte por seus pecados, mas Deus graciosamente providenciou esse bode como um substituto para morrer em seu lugar. O povo podia viver porque o animal havia morrido. E o resultado dessa expiação era visto no que acontecia com o segundo bode: o sacerdote colocava as mãos na cabeça dele, confessava os pecados do povo sobre ele e então o expulsava para bem longe no deserto. O sumo sacerdote era então capaz de aparecer diante do povo, dizendo, com efeito: Os seus pecados foram expiados. O sangue foi derramado e, pelo derramamento de sangue, há remissão para o pecado. O outro bode eu expulsei para o deserto, e da mesma forma você não precisa mais se preocupar com seus pecados nem carregá-los como um fardo nas costas.

De uma maneira muito específica, Deus estava estabelecendo esta verdade essencial: ele está disposto a fazer o que for necessário para trazer pessoas pecadoras à sua presença. Como o seu povo era (e ainda é!) indisciplinado, ele teve de prover um sacrifício pela pecaminosidade deles, permitindo que se aproximassem dele com base nas ações de outro. E cada sacrifício apontava para além de si mesmo, para o sacrifício perfeito que Cristo ofereceria pela sua morte na cruz, lidando com o pecado de uma vez por todas. Como resultado, podemos desfrutar de total confiança diante de Deus. Mas essa confiança não está em nós mesmos; antes: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10.19-20).

Quando você estiver sendo tentado a vacilar, a duvidar e a olhar para suas próprias obras como a base da sua segurança, lembre-se desses dois bodes, ambos lhe indicando a obra de Jesus na cruz. Seu pecado foi pago e removido. Seu desempenho não acrescenta nem subtrai nada da sua condição diante de nosso Deus santo. Aqui é onde você encontra sua confiança:

Em uma vida que não vivi,

Em uma morte que não morri,

Na vida de outro, na morte de outro,

Aposto toda a minha eternidade.[1]

 

 

Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocional


[1] Horatius Bonar, “Christ for Us” (1881).