O mistério da vontade de Deus (Efésios 1.9-10)

 

[Ele está] desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. (Ef 1.9-10)

 

Quando você assiste a novas construções em um prédio do lado de fora, tudo o que está acontecendo sob todos os andaimes e envoltórios da casa pode parecer um mistério. Algo está obviamente tomando forma, mas, para qualquer um que não seja o arquiteto, pode ser difícil imaginar plenamente o resultado final.

No desdobramento do drama do Antigo Testamento, o mistério da vontade de Deus se assemelha a andaimes e envoltórios, cobrindo certas partes da história bíblica até que, como Paulo coloca, “[chegasse] a plenitude do tempo” (Gl 4.4 NVI). Mesmo que os próprios profetas profetizassem sobre aquele que estava por vir, eles só podiam imaginar o significado completo por trás de todas as dicas e pistas contidas em seus escritos (1Pe 1.10-11).

Na linguagem bíblica, um “mistério” não é um quebra-cabeça esperando para ser resolvido pela engenhosidade humana. Em vez disso, é um segredo que está esperando para ser revelado por Deus. Por meio da obra de seu Espírito em nosso coração e mente, muitos dos mistérios de Deus se tornam compreensíveis para nós. À parte de sua obra, não podemos entendê-los.

Depois de sua ressurreição, quando Jesus teve a oportunidade de se dirigir aos viajantes infelizes na estrada para Emaús, ele lhes respondeu de uma maneira amorosa, mas estratégica (Lc 24.18-27). A princípio, eles não o reconheceram, perguntando: “És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?” (Que ironia!) Jesus simplesmente respondeu: “Quais?” Ele queria fazê-los falar. Então, depois de terem compartilhado a história de sua crucificação e ressurreição, ele lhes disse: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” Eles ainda não haviam entendido o mistério — e assim, Lucas nos diz, o Senhor esclareceu: “Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.25-27).

“O mistério da sua vontade” foi — na verdade, está sendo — dado a conhecer ao povo de Deus para que possa “convergir nele […] todas as coisas”. Um dia, quando todas as estações que o Pai fixou por sua própria autoridade tiverem seguido seu curso, toda essa unidade se concretizará. Finalmente, os andaimes, lonas e envoltórios serão removidos, e veremos o edifício em sua conclusão. Até esse dia, podemos ser gratos por o Senhor nos ter revelado o mistério da salvação, e podemos andar em serviço e louvor a ele, confiantes de que, embora não entendamos os planos ou o progresso em direção à conclusão, o Arquiteto divino está trabalhando todas as coisas para o bem de seu povo e a glória de seu Filho.


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