O servo humilde (João 13.13-14)

Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. (Jo 13.13-14)

 

Andrew Martinez foi um dos maiores carregadores de tacos da história do golfe, trabalhando para grandes nomes como Johnny Miller, John Cook e Tom Lehman. Ele próprio também era um atleta talentoso. Parte do que o tornava extraordinário como carregador de tacos era sua devoção ao seu chefe, que começava assim que ele entrava na área do auxiliar e vestia o macacão branco. Em seu papel, ele se esquecia. Ele ainda era Martinez, mas o nome nas costas era diferente; ele existia apenas para servir a outra pessoa, apesar de seu próprio dom e capacidade.

Na noite anterior à sua morte, naquela que é uma das cenas mais memoráveis de sua vida terrena, Jesus lavou os pés de seus discípulos. Uma das razões pelas quais ele fez isso foi para modelar o serviço humilde, pois o trabalho de lavar os pés era o papel de um escravo, não de um rei. Todos nós podemos nos beneficiar de seguir seu exemplo: o Criador lavou os pés de suas criaturas e, ao fazê-lo, serviu tanto a seus discípulos contenciosos quanto a seu traidor, Judas. Tal ação estava muito além da hospitalidade típica que esse ritual implicava.

As ações de Jesus foram um exemplo para seguirmos (“também vós deveis”), mas não foram meramente um exemplo — e, se tudo a que nos apegamos neste relato é o chamado para copiar o comportamento humilde de Jesus, corremos o risco de nos perdermos no moralismo e perder a intenção plena e gloriosa de Cristo. Ao lavar os pés de seus discípulos, Jesus sabia o que o futuro imediato reservava. Ele estava ciente de que um momento de grande tristeza — sua vindoura crucificação — era iminente. Sua ação mostrou que o futuro está sempre nas mãos amorosas do Pai. A purificação dos pés de seus seguidores simbolizava a futura purificação de suas almas — uma purificação não pela água em sua bacia, mas por seu sangue na cruz. Em sua humildade, o Filho de Deus se oferece para nos lavar da mancha de nosso pecado, e precisamos corresponder a sua humildade com a nossa, aceitando nossa necessidade desesperada e pedindo que sejamos lavados.

Somente quando reconhecermos como fomos servidos por nosso Salvador, serviremos aos outros da mesma maneira. Pedro, que na época estava confuso com o que Jesus estava fazendo (Jo 13.6-8), um dia entenderia a mensagem de seu Senhor. Anos mais tarde, ele encorajaria seus companheiros crentes: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1Pe 5.6). Ele sabia que o exemplo de Cristo deveria fazer muito mais do que modificar nosso comportamento; deveria nos humilhar e depois nos garantir nosso perdão.

De que maneira você é chamado para lavar os pés dos outros hoje? Como você pode sacrificar seu próprio tempo ou conforto para servir às pessoas ao seu redor de maneiras que só podem ser motivadas pelo amor humilde? E o mais importante: como você pode servir aos outros de uma maneira que lhes revele o maior ato de serviço — a purificação que o sangue de Cristo, derramado na cruz, provê?

 


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