O verdadeiro tabernáculo e templo (João 2.18-19)

Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto? Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. (Jo 2.18-19 ACF)

 

Alguns entendem que a Bíblia é pouco mais do que uma mistura de informações filosóficas e petiscos espirituais. Nada poderia estar mais longe da verdade, pois a Bíblia contém o drama da intervenção de Deus em nosso mundo. O tema do Reino de Deus nos fornece uma maneira útil de entrar e seguir o fio de sua história. E, em cada reino, há uma morada para o rei.

Durante grande parte do Antigo Testamento, o tabernáculo era o lugar onde Deus habitava com Israel. Embora o tabernáculo estivesse entre o povo de Deus, não estava aberto para eles. Nem mesmo o próprio Moisés pôde entrar quando a nuvem da glória de Deus pousou sobre ele (Êx 40.34-35). Então, uma vez que Jerusalém se tornou a capital da terra, a tenda do tabernáculo foi substituída por um edifício permanente — o templo. Aqui estava Deus, o Rei de seu povo, habitando na capital de seu povo e de sua terra. Ainda assim, porém, o caminho para Deus foi barrado pela cortina que separava o Santo dos Santos do resto do complexo do templo (26.31-34).

E então “o Verbo se fez carne” e literalmente “tabernaculou entre nós” (Jo 1.14).[1] Ao ler o Novo Testamento, descobrimos que, assim como as pessoas da antiguidade olhavam para o tabernáculo em busca de um encontro com Deus, agora olhamos para uma pessoa — o próprio Deus, que se firmou em carne humana e viveu entre nós. A linguagem de João comunica especificamente que Deus, em Jesus, habitou fisicamente entre seu povo e agora habita em seu povo pelo seu Espírito (Jo 14.16-18). Ele está no meio de nós. Em outras palavras, Jesus é o verdadeiro tabernáculo.

Isto é o que ele estava procurando explicar quando, depois de ter purificado o templo, expulsando os comerciantes e cambistas que se estabeleceram lá, ele foi desafiado sobre sua autoridade para fazer uma coisa tão audaciosa (Jo 2.13-16 ACF) e respondeu: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei”. João explica que, depois que Jesus foi crucificado, foi sepultado e ressuscitou dos mortos, seus discípulos entenderam que “ele falava do templo do seu corpo” (v. 21 ACF).

Quando Jesus morreu, a cortina do templo rasgou, significando que, por meio de Cristo, agora temos acesso irrestrito a Deus; mas isso também mostra que o edifício do templo estava agora obsoleto, pois seu cumprimento havia chegado. Algumas décadas mais tarde, o templo em Jerusalém acabaria por ser destruído.

Se quisermos nos encontrar com Deus, devemos ir a Jesus. Não precisamos mais de um edifício específico, ou ícones, ou santuários especiais. Deus se encontra com o seu povo — quando estamos reunidos e quando estamos espalhados — não em lugares, mas na pessoa de seu Filho, o verdadeiro templo. Seja qual for o dia de hoje, e seja lá o que você estiver fazendo, não há nada nem ninguém entre você e um encontro vivo com o Deus santo. O Rei habita em você hoje.

 

[1] Tradução do autor.


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