Orando com confiança (Lucas 11.10, 13)

 

Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. […] Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lucas 11.10, 13)

 

Quando um adolescente que acabou de tirar sua carteira de motorista pede a chave do carro para sua mãe ou pai, não costuma ser um pedido vago e indiferente. Pelo contrário, sua mente está toda envolvida nisso, e sua vontade está focada: “Por favor, eu posso pegar a chave do carro? Eu quero o carro. Eu gostaria de usar o carro. Estou pedindo por ele agora.”

Similarmente, os verbos que Jesus usa para ensinar seus discípulos como fazer pedidos a Deus em oração — pedir, buscar, bater — transmitem urgência, consistência e clareza. É como se ele estivesse dizendo: Eu quero que vocês orem de uma maneira que envolva uma determinação humilde e persistente. Quero que busquem e continuem buscando, e quero que vocês batam com uma sinceridade urgente.

Ele está convidando você e eu a irmos diante do nosso Pai celestial e simplesmente pedirmos.

No entanto, precisamos ser cuidadosos em relação ao que pedimos. Quando apresentamos nossos pedidos diante de Deus, eles precisam ser temperados pelo Espírito através do que João Calvino chama de “o freio da Palavra de Deus”.[1] Em outras palavras, a Bíblia ensina que podemos pedir com total confiança pelas coisas que Deus diz que são boas e corretas — coisas como sua ajuda para podermos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo, para crescermos como testemunhas do Evangelho, ou para aumentar nosso desejo pela adoração. Mas não precisamos pensar que podemos manipular a Deus, demandando que ele nos dê o que quer que seja que tornará nossa vida mais fácil ou mais rica. É possível “[pedir] e não [receber], porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg 4.3).

Então devemos pedir com ousadia, mas também devemos pedir com humildade. Devemos pedir que Deus faça grandes coisas, e então devemos aceitar sua resposta. Há boas razões para Deus não nos dar sempre o que pedimos, mesmo quando o que pedimos é bom e piedoso em si mesmo. Nossas orações nem sempre estão alinhadas com a boa e soberana vontade dele. Nem sempre podemos determinar o que é bom para nós — mas Deus sempre sabe o que é melhor para os seus filhos. Portanto, quando levarmos nossos pedidos diante de Deus, precisamos ter a sua Palavra como um mapa e lembrar que ele está trabalhando para realizar seus propósitos em nossa vida e nos conformar à imagem do seu Filho.

Logo, vá a Deus e apenas peça. Seus pedidos podem ser específicos, ousados e moldados pela Palavra de Deus — e então você pode esperar, e de fato desejar, que Deus os responda exatamente como ele achar melhor.

 

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[1] Commentary on a Harmony of the Evangelists Matthew, Mark, and Luke, trad. William Pringle (Calvin Translation Society, 1846), Vol. 3, p. 19.