Paz às nações (Zacarias 9.9–10)

 

Eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. Destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído. Ele anunciará paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até às extremidades da terra. (Zacarias 9.9-10)

 

A procissão que levou à chegada de Jesus em Jerusalém foi marcada por drama.

Muitas vezes nos Evangelhos, Jesus e os discípulos saíram sozinhos, para longe da multidão, tão silenciosa e secretamente quando possível. Teria sido possível para Jesus entrar na cidade discretamente. Em vez disso, ele se determinou, de propósito, a chegar a Jerusalém de uma maneira que o declarasse o Rei-Messias há muito prometido na Escritura.

Contudo, o conceito do povo do que significava para Jesus ser o Rei dos Judeus era tão distorcido, que eles não entenderam quem ele estava mostrando ser. O povo havia tentado anteriormente tornar Jesus rei à força, mas ele escapou (Jo 6.14-15). Ele sabia que o que eles pensavam que o rei faria não era o que ele veio fazer. A cabeça deles estava no lugar errado. O mesmo foi verdade quando se sugeriu que ele se envolvesse em algum tipo de revolução política, ao que ele respondeu: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36).

Na entrada triunfal, os cantos da multidão estavam cheios de paixão, expectativa e confusão. Eles não queriam viver debaixo do jugo romano. Eles queriam restauração nacional e revolução política. Precisavam de um herói político, e Jesus era sua melhor esperança. Aparentemente, eles estavam confiando que Jesus lhes entregaria algo que ele nunca veio entregar. Quando a multidão gritava: “Hosana!” — que significa “Salve-nos!” —, eles não estavam pensando na salvação pessoal e espiritual; antes, estavam pensando sobre o aqui e agora.

A menos que mantenhamos o Evangelho no centro de nosso pensamento, nós também podemos nos tornar reféns de uma confusão apaixonada e esperançosa como essa. Até mesmo hoje, muitos de nós continuamos a criar um Jesus que pode realizar nossas próprias expectativas, um “salvador” da nossa própria feitura, que veio nos trazer conforto, prosperidade ou saúde, para abençoar nossa família, bairro e nação. No entanto, Cristo não entrou em Jerusalém como um conquistador nacionalista em uma carruagem; ele veio como um internacionalista trazendo a paz, sentado humildemente em um jumento. Ele veio cumprir a profecia de Zacarias 9, proclamando “paz às nações” debaixo do seu governo perfeito e universal “de mar a mar”. Essa é a mensagem do Evangelho — uma mensagem que é boa para todos, em todo lugar, sempre. Não é que os nossos sonhos e demandas sejam grandes demais para ele: na verdade, são muito pequenos.

Jesus nos desafia hoje, como desafiou o povo em seu tempo, a adorá-lo por quem ele é, não pelo que pensamos que ele deva ser. Não o mande curvar-se à sua agenda; considere um privilégio curvar-se você aos propósitos dele.

 

 

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