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Qual é nossa única esperança na vida e na morte? – Catecismo Nova Cidade (1/52)
Pergunta 1: Qual é nossa única esperança na vida e na morte?
Que não somos de nós mesmos, mas pertencemos, de corpo e alma, na vida e na morte, a Deus e a nosso Salvador, Jesus Cristo.
ROMANOS 14.7–8
Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
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JOÃO CALVINO
Se nós, portanto, não somos de nós mesmos, mas do Senhor, está claro o equívoco que temos de evitar, e o rumo que devemos dar a todos os atos de nossa vida. Não somos de nós mesmos: não devemos permitir que nossa razão ou nossas vontades influenciem nossos planos e feitos. Não somos de nós mesmos: não devemos colocar isso como alvo para buscar o que nos é mais conveniente… Não somos de nós mesmos: tanto quanto possível, devemos nos esquecer de nós mesmos e de tudo que é nosso. Por outro lado, somos de Deus: portanto, devemos viver e morrer por ele. Somos de Deus: que a sua sabedoria e a sua vontade, portanto, governem todos os nossos atos. Somos de Deus: assim, que todas as áreas de nossa vida lutem por ele como nosso único alvo legítimo. Ó, quanto esse homem tem proveito se, ao aprender que não pertence a si mesmo, retire o domínio e o governo de sua própria razão para entregá-los totalmente a Deus! Pois consultar nosso interesse egoísta é a peste que leva mais efetivamente à nossa destruição, de modo que o único abrigo da salvação está em reconhecer que nada sabemos e nada queremos para nós mesmos, mas tão somente seguir o caminho de nosso Senhor.
TIMOTHY KELLER
A certa altura de seus escritos, João Calvino expõe a essência do que significa ter uma vida cristã. Ele diz que poderia fazer uma lista de mandamentos que devemos guardar ou de todas as características que deveríamos demonstrar. Mas, em vez disso, quis ater-se ao motivo e ao princípio básico do que significa ter uma vida cristã.
O motivo básico é que Deus enviou seu Filho para nos salvar pela graça e nos adotar em sua família. Agora, por causa dessa graça, em agradecimento, queremos ser semelhantes a nosso Pai. Desejamos a semelhança familiar. Queremos ser como nosso Salvador. Desejamos agradar a nosso Pai.
O princípio básico, então, é o seguinte: não vivemos para agradar a nós mesmos. Não podemos viver como se pertencêssemos a nós mesmos. Isso significa várias coisas. Primeiro, que não determinamos para nós o que é certo ou errado. Entregamos o direito de determinar isso e dependemos totalmente da Palavra de Deus. Também abrimos mão do princípio operante que, em geral, empregamos na vida cotidiana; deixamos de nos colocar em primeiro lugar e sempre colocamos nesse patamar o que agrada a Deus e ama seu próximo. Significa também que não temos nenhuma parte da vida que seja imune à entrega de si mesmo. Devemos entregar-nos inteiramente a ele — de corpo e alma.
Isso quer dizer que confiamos em Deus nas alegrias e nas provações, nos tempos bons e nos tempos ruins, na vida e na morte.
Como se relacionam esse motivo e esse princípio? Como somos salvos pela graça, não pertencemos a nós mesmos. Certa vez, uma mulher me disse: “Se eu soubesse que era salva pelo que eu fazia, se eu contribuísse para minha salvação, Deus não poderia pedir nada de mim porque eu teria dado a minha contribuição. Mas, se fui salva pela graça, por pura graça, então não existe nada que ele não possa pedir de mim”. É isso mesmo. Você não pertence a si mesmo. Foi comprado por alto preço.
Há alguns anos, ouvi um pregador cristão dizer: “Como é possível lidar com alguém que se entregou totalmente a você sem se entregar totalmente a ele?”.
Jesus se entregou totalmente por nós. Agora nós também devemos nos entregar totalmente a ele.
ORAÇÃO
Cristo, nossa esperança na vida e na morte, lançamo-nos sobre teu misericordioso cuidado paternal. Tu nos amas porque somos teus. Nenhum bem possuímos senão em ti, e não poderíamos pedir dom maior do que o de pertencer a ti. Amém.
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