Recebido à sua mesa (Rute 2.14)

À hora de comer, Boaz lhe disse: Achega-te para aqui, e come do pão, e molha no vinho o teu bocado. Ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu grãos tostados de cereais; ela comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou. (Rt 2.14)

 

Você e eu somos chamados a ser pontes que atravessam a fenda entre a experiência de isolamento e uma vida de aceitação divina.

Para Rute, Boaz era essa ponte. No meio de um longo dia de labuta, Boaz convidou seus colegas de trabalho para desfrutar de uma refeição. Ele também convidou Rute para comer entre os ceifeiros. É fácil não entender o significado disso. Rute era uma estranha, uma estrangeira e uma mulher. As ações de Boaz foram inesperadas e culturalmente contraintuitivas. Elas se assemelhavam às de Cristo.

Boaz é um exemplo de alguém cujas ações foram a ponte entre o isolamento e a aceitação que Deus oferece. Como moabita, Rute teria parecido e agido de maneira diferente das de Belém. Além disso, o status de viúva de Rute e Noemi as teria isolado em muitos círculos sociais. Contudo, porque o amor de Deus havia enchido seu coração, Boaz desconsiderou qualquer indício de preconceito que pudesse ter tido e acolheu Rute à sua mesa.

Boaz não parou ao garantir que Rute se sentisse confortável apenas com suas ações. Não; ele também se certificou de que os outros trabalhadores tratassem Rute com aceitação e bondade, e não a deixou passar dificuldade enquanto ela aprendia as habilidades de seu novo ofício (Rt 2.15-16). Ele foi muito além para prover e cuidar dela.

Fazemos o mesmo com descrentes, novos crentes ou visitantes de nossas igrejas? Um cristão é, por definição, um destinatário do amor pactual de Deus. Portanto, um cristão deve ser o primeiro a incluir o pária — o cristão é o primeiro a dizer: “Você é bem-vindo aqui! Que bom que você está aqui. Por favor, participe! Quer se juntar a mim?” Somos chamados a enfrentar a maré muito comum da exclusividade egoísta e o hábito igualmente pernicioso de passar tempo apenas com aqueles que são como nós e dar boas-vindas apenas a estes.

Encontramos a bravura necessária para ser uma ponte e não uma barreira quando olhamos para nossa própria aceitação por Deus em Cristo. A inclusão de Rute por Boaz — apesar de sua raça, posição social e falta de experiência de trabalho — aponta para a história eterna do maior acolhimento de Deus. O Deus santo chamou através das divisões entre judeus e gentios, escravizados e livres, dizendo aos pecadores: “Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os confins da terra” (Is 45.22). Devemos voltar nosso olhar novamente para a cruz, pois lá aprendemos o que significa ser amado e acolhido por Deus. Só então seremos capazes de amar e acolher verdadeiramente os outros.

Então, veja como Deus em Cristo recebe você à sua mesa e, em seguida, pergunte a si mesmo: “Como o Espírito de Deus está me levando a superar uma barreira? Quem ele está me chamando a receber à minha mesa?”


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