Teologia que sustém (Gênesis 50.24, 26)

 

Disse José a seus irmãos: Eu morro; porém Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. […] Morreu José da idade de cento e dez anos. (Gn 50.24, 26)

 

O fato de que a Bíblia está cheia de relatos da morte de indivíduos deve fazer com que cada um de nós enfrente a realidade de nossa própria morte final. Todos os nossos dias são limitados. Deus não escolheu nos informar da data de nossa morte, mas o salmista nos diz que todos os dias de nossa vida foram escritos no livro de Deus antes que qualquer um deles acontecesse (Sl 139.16). José viveu até os 110 anos de idade, mas, ainda assim, como todos nós, ele teve de aceitar sua mortalidade.

José entendeu e aceitou sua morte. Não havia raiva contra o apagar da luz, para usar as palavras do poeta Dylan Thomas,[1] mas sim o que nossos antepassados puritanos teriam chamado de “boa morte”. O que é que nos permite morrer bem? Uma teologia forte — uma forte compreensão de quem Deus era e é. No final, José fortaleceu sua fé ao trazer à mente evidências do cuidado providencial de Deus ao longo da vida para com ele e suas promessas ao seu povo. Por causa de sua fé na bondade de Deus, ele poderia enfrentar a morte diretamente. Ele não estava assustado ou egoísta; ele não se agarrava a sombras ou a esperanças vãs. Em vez disso, suas palavras foram breves, focadas em sua família e em Deus. Tal resposta só pode vir de uma visão do mundo moldada pelo caráter e propósito divinos.

Cremos, como José, que Deus libertará o seu povo? Podemos enxergar evidências dessa crença em nossa própria vida? Já olhamos para a fidelidade de Deus e descobrimos que, independentemente da angústia ou da miséria pelas quais passamos, podemos dizer com o salmista: “De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio” (Sl 62.7)?

É a boa teologia, não os sentimentos, que nos sustentará na vida e nos consolará enquanto lutamos com a morte. Quando os dias difíceis chegam, é então que nos apegamos ao que sabemos ser verdade. De José e sua vida, podemos aprender esta incrível verdade: o Deus que nos uniu ordenou todos os nossos passos, em todos os nossos dias, e ele tece nossa vida na grande história do cumprimento soberano de suas promessas a seu povo. Com fé neste Deus, podemos enfrentar a morte cantando:

Com misericórdia e com julgamento

Minha teia de tempo ele teceu;

E, sim, o orvalho da tristeza

Foi seduzido por seu amor;

Bendirei a mão que guiou,

Bendirei o coração que planejou,

Quando entronizado onde a glória habita

Na terra de Emanuel.[2]

 

[1] “Do Not Go Gentle Into that Good Night” em In Country Sleep, And Other Poems (Dent, 1952).

[2] Anne R. Cousin, “The Sands of Time Are Sinking” (1857).


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