Termos e condições (Marcos 8.34–35)

 

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. (Mc 8.34-35)

 

Você não pode fazer muito online sem que concorde com os termos e condições de uso. E, uma vez que tenhamos marcado a caixa “Concordo”, cartões de crédito, plataformas de rede social e sites nos notificarão de tempos em tempos que suas políticas legais mudaram — e que, para continuar usando os serviços que eles fornecem, devemos aceitar as novas.

Mudanças como essas podem ser frequentes e sutis. É praticamente impossível notar ou acompanhar todas elas. Felizmente, porém, os termos e condições de ser um seguidor de Cristo nunca mudaram e nunca mudarão. Eles não podem ser revogados ou adaptados às nossas preferências, porque Deus os estabeleceu. Nesses versículos, o Filho de Deus está estabelecendo os “termos e condições” para que alguém venha a se tornar parte de seu povo e receber a vida eterna.

Às vezes, tendemos a agir como se tivéssemos de nos puxar pela orelha para obedecer ao Senhor. Mas a verdade é totalmente o contrário! A Bíblia diz que, assim como confiamos em Jesus como resposta à sua iniciativa e graça (Ef 2.8), essa mesma graça também nos sustenta e possibilita que continuemos a segui-lo (Fp 1.6). Ele molda nossa mente, nossa moral, nossos modos e nossos meios para que possamos ser trazidos sob o controle daquele a quem declaramos como Majestade.

Uma das “condições” para seguir a Cristo, portanto, é que nossa vida já não seja para nós mesmos. Nossa identidade e objetivos individuais não são a prioridade. Em vez disso, somos transformados para dar frutos que sejam visíveis ao mundo exterior através da nossa união com Cristo. Ele nos chama a denunciar radicalmente a autoidolatria.

Ao negarmos a nós mesmos, tomamos nossa cruz e o seguimos. Infelizmente, a metáfora de “tomar nossa cruz” é muitas vezes banalizada; faríamos bem em lembrar que ser crucificado era na verdade uma das formas mais brutais e horríveis de execução que a humanidade já inventou. Ao usar a imagem de carregar uma cruz, Jesus está enfatizando que o discipulado tem um grande custo.

Mas Cristo não está nos chamando para fazer algo que ele já não tenha feito. Foi em uma cruz que ele nos comprou por preço (1Co 6.20). Caminhar com ele no discipulado é, portanto, uma marcha tanto para a morte quanto para a vida eterna. Não é um passeio, mas um sacrifício vivo, porque não pertencemos a nós mesmos. Mas tenha bom ânimo, pois também há beleza nessa marcha. Um dia, o Filho do Homem retornará em poder e glória, e em seu reino redimirá o que está quebrado. Até lá, perder a nossa própria vida em nome do Reino de Deus é um bom negócio, não importa o preço.


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