Uma oração oportuna (Atos 4.29, 31)

 

Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra […]. Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. (At 4.29, 31)

 

Quando sentimos que nossa cultura está mais decididamente dando as costas ao Evangelho e se opondo mais ferozmente às afirmações das Escrituras, a questão natural é: o que fazemos? Nossa resposta não deve se basear no que é confortável, mas no que a Bíblia diz.

A igreja primitiva não era estranha à agitação social. Sabendo que a esperança e a salvação poderiam ser encontradas na morte e ressurreição de Cristo, Pedro pregou destemidamente no Pentecostes, apenas algumas semanas depois de ter negado conhecer Jesus e ser seu seguidor (At 2.1-41). A pregação ousada de Pedro e dos outros apóstolos levou ao rápido crescimento da igreja — mas também levou a tumultos e perseguição para os crentes (vv. 1-22).

Não é surpresa, portanto, quando lemos que eles elevaram suas vozes a Deus. Eles conheciam a oposição que enfrentavam, então oraram — com conhecimento, de maneira bíblica e ousada.

“Agora, Senhor…” Se nos pedissem para terminar essa oração, provavelmente pediríamos a Deus que removesse as ameaças, sufocasse a oposição ou nos mantivesse longe da perseguição. No entanto, essa não era a oração dos primeiros crentes. Em vez disso, eles oraram para que declarassem o Evangelho “com toda a intrepidez”.

A oração deles continua sendo oportuna. Sem dúvidas, a grande necessidade do momento na igreja de Jesus Cristo é simplesmente esta: coragem cheia do Espírito e centrada em Cristo. Estamos vivendo numa cultura moldada por uma mistura incoerente de opiniões e tensões. Nesse contexto, Deus nos chama a sair e dizer: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Ao proceder assim, faríamos bem em lembrar que no coração do Evangelho está a cruz. Se vamos anunciar a Palavra com ousadia, então declararemos, nas palavras de Isaías, que na cruz Jesus “foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5). Como Rico Tice aponta, isso exigirá que sejamos corajosos o suficiente para atravessar a barreira da dor e arriscar a hostilidade daqueles que discordam, a fim de encontrar fome entre aqueles em quem o Senhor já está trabalhando.[1]

Todo o Evangelho foi dado a toda a igreja para alcançar o mundo inteiro. Se você é um músico, engenheiro, fazendeiro ou farmacêutico, não importa; a responsabilidade de Deus para cada um de nós é anunciar sua Palavra, o mistério do Evangelho.

Então, você está disposto a ser ousado o suficiente para orar por intrepidez? Não por uma vida fácil, confortável, saudável ou admirada, mas por uma vida de testemunho? Você tornará sua, diariamente, a oração da igreja primitiva, pedindo que pelo Espírito de Deus você seja cheio e encorajado a compartilhar seu Evangelho, custe o que custar, com um mundo que está desesperado pela verdade?

 

 

[1] Honest Evangelism (The Good Book Company, 2015), p. 15.


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