[DEVOCIONAL] John Piper – Jesus Ajuda os Discípulos a Aumentarem sua Fé



Jesus Ajuda os Discípulos a Aumentarem a sua Fé

por John Piper

Em Lucas 17.5, os apóstolos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Como Jesus os ajudou nisso? De duas maneiras, nas quais Ele lhes falou a verdade. Mesmo na maneira como Jesus respondeu, Ele mostra como a fé vem pelo ouvir. Conhecer certas coisas pode aumentar nossa fé.
Primeira, Ele fortaleceu a nossa fé por nos dizer (v. 6) que o elemento crucial em realizar grandes coisas, para promover o reino de Deus, não é a quantidadede nossa fé, e sim o poder de Deus. Jesus disse: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. Ao se referir ao grão de mostarda, depois de receber um pedido sobre a fé aumentada, o Senhor Jesus desvia a atenção da quantidade da fé para o objeto da fé. Deus move a amoreira. E isso não depende necessariamente da quantidade de nossa fé, e sim do poder, da sabedoria e do amor de Deus. Sabendo isso, somos ajudados a não nos inquietarmos quanto à nossa fé e inspirados a confiar na livre iniciativa e poder de Deus.
Segunda, Jesus ajuda-nos a aumentar a fé por dizer-nos (vv. 7-10) que, ao fazermos tudo quanto nos foi ordenado, ainda somos radicalmente dependentes da graça. Ele nos dá uma ilustração. Talvez você queira ler novamente os versículos 7 a 10. A essência da ilustração é que o senhor de um escravo não se torna devedor deste, quando este realiza muitos trabalhos. O significado é que Deus nunca é nosso devedor. O versículo 10 resume este fato: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”. Somos servos indignos; temos feito somente aquilo que é nosso dever. Sempre somos devedores para com Deus. E nunca seremos capazes de pagar este débito, nem isto é esperado de nós. Sempre seremos dependentes da graça de Deus. Nunca conseguiremos sair de nosso débito para uma condição em que Deus é nosso devedor. “Quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rm 11.35).

Quando Jesus disse (v. 9) que o senhor não agradeceu ao servo, a palavra “agradecer” é provocante. Creio que a idéia é de que “agradecer” é uma reação à graça. A razão por que o senhor não agradeceu é que o servo não estava dando ao senhor mais do que este merecia. Ele não estava tratando o senhor com graça. Graça significa ser tratado melhor do que merecemos. Isto é o que acontece em nosso relacionamento com Deus. Nunca podemos tratar a Deus com graça. Nunca podemos dar-Lhe mais do que Ele merece. Isto significa que Ele nunca nos deve agradecimentos. Ele nunca nos diz: “Obrigado!” Pelo contrário, Deus está sempre nos dando mais do que merecemos, e sempre Lhe devemos agradecimentos.

Portanto, a lição para nós é que, ao fazermos tudo o que devemos — quando tivermos resolvido todos os problemas da igreja, corrigido todas as atitudes de todos os crentes, mobilizado muitos missionários, amado os pobres, resgatado casamentos, criado filhos piedosos, cumprido todas as promessas que fizemos, honrado todas as responsabilidades de nossos negócios e proclamado com ousadia a Cristo — Deus não nos deve qualquer agradecimento. Pelo contrário, naquele momento nos relacionaremos com Ele como devedores à graça, assim como o fazemos agora.

Isto é um grande encorajamento para a fé. Por quê? Porque significa que Deus é tão livre para abençoar-nos antes de nos mostrarmos eficientes como também depois. Visto que somos servos “inúteis”, antes de fazermos o que devíamos, e “inúteis” depois de havermos feito, é somente a graça que motiva a Deus a ajudar-nos. Por conseguinte, Ele é livre para ajudar-nos antes e depois de O servirmos. Isto é um grande incentivo para confiarmos nEle, a fim de recebermos ajuda, quando não estamos sendo eficientes. E esta confiança é exatamente aquilo que obtém o poder de sermos eficientes.

Portanto, duas coisas aumentam nossa fé.

1. Deus mesmo, e não a quantidade de nossa fé, é o fator decisivo em remover amoreiras do caminho.

2. A graça espontânea é decisiva na maneira como Deus lida conosco antes e depois de havermos feito tudo o que devíamos.

Nunca agimos além de nossa necessidade por graça. Por isso, confiemos em Deus para as grandes coisas com nossa pequena fé e não sejamos paralisados por aquilo que ainda precisa ser feito em nossa vida pessoal, na igreja, em nossa profissão e na causa de missões mundiais.


Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © Editora FIEL 2009.
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