A Coletânea de Jonathan Edwards: A Harmonia de Todos os Decretos de Deus

Se Deus já quis enviar chuva, então porque orar por isso? Ou, se Deus já escolheu salvar você, então porque lutar tão duramente contra a tentação?

Edwards dá sua resposta para perguntas como estas na Coletânea #29 (reformatada para facilitar a leitura):

Deus decreta todas as coisas harmoniosamente e em ordem excelente; um decreto se harmoniza com outro, e a relação entre todos os decretos faz a mais excelente ordem. Assim, Deus decreta a chuva no deserto por decretar as mais ardentes orações de seu povo; ou então, ele decreta as orações de seu povo por decretar a chuva.

Eu admito: dizer Deus decreta algo “porque,” é uma maneira imprópria de falar, mas não mais imprópria do que todas as nossas formas de falar a respeito de Deus. Deus decreta o último evento por causa do primeiro, não mais do que ele decreta o primeiro por causa do último.

Mas é isto o que nós queremos dizer: quando Deus decreta dar as bênçãos de chuva, ele decreta as orações de seu povo; e quando ele decreta as orações de seu povo, ele muito comumente decreta a chuva; e, através disto, há uma harmonia entre estes dois decretos, da chuva e da oração do povo de Deus.

Assim também,

•    quando ele decreta diligência e esforço, ele decreta riqueza e prosperidade;
•    quando ele decreta prudência, ele frequentemente decreta sucesso;
•    quando ele decreta empenho, ele frequentemente decreta a obtenção do reino dos céus;
•    quando ele decreta a pregação do evangelho, então ele decreta o trazer de almas para Cristo;
•    quando ele decreta boas faculdades naturais, diligência e boas vantagens, então ele decreta aprendizado;
•    quando ele decreta verão, então ele decreta o crescimento das plantas.

Assim, quando ele decreta conformidade com seu Filho, ele decreta chamado; e quando ele decreta chamado, ele decreta justificação; e quando ele decreta justificação, ele decreta glória eterna.

Assim, todos os decretos de Deus são harmoniosos; e isso é tudo o que pode ser dito a favor ou contra os decretos absolutos ou condicionais. Mas digo uma coisa: é impróprio fazer de um decreto a condição de outro, muito mais do que fazer do outro a condição do primeiro; mas há harmonia entre ambos.

Por Jonathan Edwards. Original: edwards.yale.edu
Tradução: voltemosaoevangelho.com
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