Um blog do Ministério Fiel
[DEVOCIONAL] John Piper – Dom e Determinação (Nessa Ordem)
Resposta: Sim! Com toda a nossa força! Por meio da oração, da Palavra, da comunhão e da obediência.
A fé é um dom de Deus. Romanos 12.3 diz: “Pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Deus outorga a cada crente uma medida de fé. Efésios 2.8 afirma: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. A palavra “isto” se refere a todo o ato de Deus, incluindo a realização da obra de salvação na cruz e a sua aplicação por meio da fé. Filipenses 1.29 diz: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele”. Crer e padecer são dons de Deus. De modo semelhante, o arrependimento (o outro lado da fé) é chamado um dom de Deus (2 Tm 2.25; At 11.18). A revelação de Cristo ao coração torna possível a fé e também é um dom (Mt 16.17; 2 Co 4.4, 6).
Isto não significa que a fé é estática ou que não devemos buscá-la mais e mais. Em 2 Tessalonicenses 1.3, Paulo diz: “A vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando”. Em 2 Coríntios 10.15, Paulo declara que tinha esperança de que fé daqueles crentes cresceria.
Portanto, é claro que a fé precisa crescer e não permanecer estática. O fato de que Deus lhe deu um nível de fé ontem não significa que a vontade dEle para hoje é que você tenha a mesma medida de fé. O propósito dEle para você hoje pode incluir uma fé muito maior. O seu mandamento é que confiemos nEle “em todo tempo” (Sl 62.8) e cresçamos “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
Deus ordena o que quer e concede em medida aquilo que ordena. Mas devemos sempre buscar aquilo que Deus nos ordena. Ele manda: “Desenvolvei a vossa salvação… porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.12-13). Deus não disse: “Visto que eu efetuo, vocês não devem agir”. Ele disse: “Porque eu efetuo, vocês realizam”. O dom de Deus não substitui o nosso esforço, mas capacita-o e sustenta-o.
Afirmamos, juntamente com Paulo: “A sua graça [de Deus], que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei…” (1 Co 15.10). O dom da graça produziu o trabalho árduo. Não acontece de maneira contrária. Paulo disse mais: “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. O próprio trabalho de Paulo foi um dom da graça. Sim, isto se parece com o nosso esforço. É um esforço! Mas isto não é tudo. O esforço não é a raiz. Se é virtuoso, é Deus “quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. Ele cumpre “com poder todo propósito de bondade e obra de fé” (2 Ts 1.11). Deus equipa com “todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele” (Hb 13.21).
Por conseguinte, busquemos a maior fé possível, com todos os meios que a graça de Deus nos tem dado. Sejamos como Paulo e esforcemo-nos “o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente” em nós (Cl 1.29). E, quando trabalharmos arduamente, não pensemos de nós mesmos mais do que é necessário, mas, como Paulo, digamos: “Não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio… pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.18-19). Existe um lugar para a determinação na vida cristã (“trabalhei muito mais”), porém, ela é precedida e capacitada pelo dom (“a graça de Deus comigo”). Portanto, toda determinação é vivificada pela fé na graça futura.
Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.
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