Um blog do Ministério Fiel
[DEVOCIONAL] John Piper – Tolerando o Ateísmo
Então, de que maneira expressamos uma paixão pela supremacia de Deus em um mundo pluralista, no qual a maioria das pessoas não reconhece a Deus como parte importante de suas vidas e menos ainda como parte importante do governo, educação, negócios, trabalho, artes, recreação ou entretenimento? Em seguida, apresentamos cinco maneiras:
1. Em todas as ocasiões, mantenha uma convicção de que Deus está sempre presente e dá a todas as coisas o seu significado mais importante. Ele é o Criador, Sustentador e Governador de todas as coisas. Temos de conservar em mente a verdade de que todas as coisas existem para revelar algo das infinitas perfeições de Deus. O pleno significado de tudo, desde cadarços de sapatos a naves espaciais, é a maneira como essas coisas se relacionam com Deus.
2. Em cada circunstância, confie que Deus usará sua sabedoria administrativa, criativa, sustentadora e seu poder para fazer todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que O amam. Isto é fé na graça futura de que Deus será para nós tudo o que promete ser, em Cristo Jesus.
3. Tome decisões que revelam o supremo valor de Deus acima daquilo que o mundo valoriza supremamente. A graça de Deus é melhor do que a vida (Sl 63.3). Portanto, preferimos a morte à perder a doce comunhão com Deus. Isso mostrará a supremacia dEle acima de tudo o que a vida oferece.
4. Fale às pessoas sobre a suprema dignidade de Deus, de maneiras criativas e persuasivas. Conte às pessoas como podem ser reconciliadas com Deus, por meio de Cristo, para que desfrutem da supremacia de Deus, como proteção e ajuda, em vez de temê-la como juízo.
5. Mostre com clareza que Deus mesmo é o fundamento de seu compromisso com uma ordem democrática pluralista — não porque o pluralismo é o ideal de Deus, e sim porque, em um mundo caído, a coerção legal não produzirá o reino de Deus. Os crentes concordam em tolerar crenças não-cristãs (incluindo crenças naturalistas e materialistas), não porque o comprometimento com a supremacia de Deus é irrelevante, e sim porque tal comprometimento tem de ser espontâneo, pois, do contrário, será indigno. Temos um fundamento teocêntrico para tolerarmos o ateísmo. “Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim” (Jo 18.36). O fato de que Deus estabelece seu reino por meio do milagre da fé, e não por força de armas de fogo, significa que os crentes não endossarão, nesta época, governos coercivos — cristãos ou seculares.
Esta é a razão por que resistimos à secularização coerciva implícita em leis que reprimem atividades cristãs em lugares públicos. Não resistimos porque almejamos estabelecer o cristianismo como a lei do país. Isto é intrinsecamente impossível, por causa da natureza espiritual do reino. Pelo contrário, resistimos porque a repressão do livre exercício da religião e da persuasão é tão errado contra os crentes quanto contra os secularistas. Cremos que esta tolerância está arraigada na própria natureza do evangelho de Cristo. Em certo sentido, a tolerância é pragmática: liberdade e democracia parecem ser a melhor ordem política que os homens inventaram. Mas, para os crentes, a tolerância não é puramente pragmática. A natureza relacional e espiritual do reino de Deus é o alicerce de nossa aprovação do pluralismo — até que Cristo venha com direitos e autoridade que não temos.
Disseminemos uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, não por coerção, e sim por uma convicção constrangedora. Preservemos a forma de governo em que a fé pode falar livremente, não forçada, nem silenciada pela mira de uma arma.
Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.
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