Paul Washer – Como Interpretar a Bíblia (3)

A Bíblia é um livro Espiritual que deve ser interpretado através da iluminação do Espírito Santo, mas ao mesmo tempo a Bíblia é um livro, e a única correta interpretação é aquela que concorda com sua gramática – o que está escrito. Por esta razão é importante que nós estejamos familiarizados com as regras ou princípios da interpretação. A ciência da Hermenêutica é o estudo desses princípios.

Hermenêutica é um assunto sério. A nossa interpretação da Bíblia irá determinar nossas crenças e essas crenças determinarão como pensamos e agimos.

A seguir, estão 13 princípios que nós devemos seguir quando interpretamos a Bíblia:

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10 O Velho Testamento deve ser interpretado à luz do Novo. Para o Cristão, o Novo Testamento determina a aplicação do Velho Testamento em sua vida. Um bom exemplo é a doutrina do Espírito Santo. No Velho Testamento, Ele poderia ser retirado dos crentes (Sl. 51:11), mas no Novo, ele permanece eternamente com ele (João 14:16-17).

11. A interpretação não deve ir além da revelação das Escrituras. O que a Bíblia não explica nós devemos aceitar como um mistério. Se formos além “do que está escrito” corremos perigo de formar falsa doutrina.

12. O Objetivo é a exegese. A palavra exegese vem do verbo Grego exegeisthai [ ex=fora/ hegeisthai=conduzir ou guiar ]. Quando interpretamos as Escrituras devemos extrair o verdadeiro sentido do texto e a todo custo devemos evitar ler textos a qual eu acho que ele pode significar. Devemos evitar interpretar a Bíblia de acordo com nossas próprias presunções ou ideias preconcebidas. Nossas presunções são como óculos coloridos que destorcem nossa visão das Escrituras. Devemos nos esforçar para retirar nossos óculos e ver o texto como ele é. Esse é o maior trabalho do estudante da Bíblia.

13. Nossa interpretação pessoal deve ser comparada com a da Igreja. Nos últimos 2000 anos, teólogos dedicados, pastores e outros Cristãos estudaram as Escrituras. Devemos comparar nossas descobertas com a deles. Se nossa interpretação não é encontrada entre os dedicados Cristãos da história, possivelmente estamos errados. Não deveria haver “novas descobertas” na doutrina Cristã. Judas refere à fé Cristã com aquele que foi “de uma vez por todas” entregue aos santos (Judas 1:3). [1]

 

Por: Paul Washer © HeartCry Missionary Society | hcmissions.com

Tradução: voltemosaoevangelho.com

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[1] n.t.: com isso Paul Washer não está dizendo que a tradição possui autoridade igual ou superior ao das Escrituras. Concordamos com a Declaração de Cambridge que diz:

“Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado. Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.”

O que Paul Washer quer dizer é que Deus deu à Igreja mestres fiéis as Escrituras e que devemos nos atentar ao seus ensinos. Contudo, em último quesito, todo ensino deve ser fundamentado sobre as Escrituras e não sobre a autoridade de qualquer pessoa. E da mesma forma, somente as Escrituras devem ser usadas para convencer o crente das doutrinas bíblicas e não “fulano disse”.