Paul Washer – Explicando o Evangelho para um Não-Convertido

“…antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós (1Pedro 3.15)”

Neste vídeo, Paul Washer e Scott Brown discutem como devemos explicar o Evangelho a uma pessoa não convertida. Por onde começar? Que doutrinas enfatizar? Como desafiá-lo a crer? Essas serão algumas questões esclarecidas no vídeo.

Transcrição

SCOTT BROWN: Então, vamos falar um pouco sobre a mensagem do Evangelho. Vamos falar sobre doutrina, sobre o efeito da doutrina ou da falta de sã doutrina ao compartilhar o Evangelho. Penso que uma das coisas que todos nós reconhecemos e é aterrorizante é quantas pessoas há na igreja, participam da mesa do Senhor, ouvem as pregações, são membros de igrejas locais, porém, não conseguem explicar o evangelho a você. E você tem de perguntar: elas abraçaram o evangelho verdadeiro ou não? Em minha experiência, as pessoas mais comumente esquecem-se do arrependimento e da ressurreição. Quando pergunto a um cristão professo: “Pode, por favor, me explicar o Evangelho?” Diga-me o que você diria a uma pessoa. Elas quase sempre deixam essas duas coisas de fora. Então, eu só quero conversar um pouco sobre a mensagem do Evangelho. Então, como você explicaria a mensagem do Evangelho a mim se eu não fosse convertido?

PAUL WASHER: Nessa era de ceticismo, eu começaria com a simples verdade de que: “ouça… Eu vou lhe dizer uma coisa que eu creio com todo meu coração ser verdadeira. Isso não a torna verdadeira. Mas apenas para nos nivelarmos, quero que saiba que tudo o que você basicamente pode me acusar como um cristão – pressuposição, como pressupor que há um Deus – você está fazendo a mesma coisa. Se nós percebermos que é isso que você está fazendo, justamente aquilo de que você me acusa… Agora me deixe apenas compartilhar com você a cosmovisão que vejo na Bíblia e se você quiser, compartilhe comigo sua cosmovisão, e vamos ver qual delas de fato funciona.” Isso me dá uma porta aberta – apologética pressuposicionalista – pra não sentar lá por duas horas discutindo se Deus existe ou não. Isso me dá a porta aberta para apenas pregar a verdade das Escrituras para a pessoa. Então, eu não entro em muita discussão. Eu não vou por esse caminho. Eu só digo: “Eu creio que homens são salvos através da proclamação do evangelho. e eu vou proclamar o evangelho a você.” Então, isso nos coloca no mesmo fundamento.

Agora, sempre comece com a doutrina de Deus, porque o evangelho não faz sentido e nem seria necessário se Deus não fosse justo. Se Deus fosse outra coisa que não justo, nós nem precisaríamos de um evangelho. Então, eu começo com: “Esse é Deus, e é por isso que isto é importante.” Basicamente lidando com sua reivindicação sobre a pessoa como Criador e Sustentador e mais tarde, seu Redentor. E, daí, eu digo: “Este Deus é dessa maneira.” E eu respondo suas objeções, como: “Por que Deus tem de ser santo, ou justo?” E eu digo: “Você realmente gostaria que Hitler fosse um deus onipotente?” E, então, entrar por aí explicando o problema. O grande problema é que Deus é bom, mas você não é. Deus é amor, você não é. Deus é justo, você não. Então, o que Deus faz com você e Sua criação? Ele pode simplesmente lhe perdoar? Porque se ele fizer isso, ele não é justo. E eu passo por todo esse problema que Paulo argumenta em Romanos 3. E não demora muito.

E, daí, eu explico à pessoa: “É isso o que Deus fez. Para satisfazer sua justiça, Seu Filho tornou-se homem. Levou sobre ele mesmo os seus pecados, morreu no seu lugar, ressuscitou dos mortos.” E, então, explico não apenas a importância da morte, mas a importância da ressurreição. A ressurreição não o fez o Filho de Deus, mas era a reivindicação divina de sua filiação, como diz em Romanos 1. E também era a prova de que sua morte satisfez de fato a justiça de Deus, como diz em Romanos 4:25. Você precisa perceber que este Jesus que foi crucificado em fraqueza e ressurreto em poder, é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e ele reina sobre este mundo. Frequentemente vou ao livro de Daniel e mostro a eles que na realidade todos os governos deste mundo são como menininhos sentados em tronos de papel. Há um Rei, ele voltará para reclamar aqueles que são dele.

E, então, explico: julgamento, justiça, morte, ressurreição da própria pessoa, e digo a ela que Deus ordena agora que todo homem se arrependa. Eu explico o que é o arrependimento. Mas eu sou muito cauteloso aqui, porque se você vasculhar a doutrina bíblica do arrependimento perfeitamente e diz: “Isso é arrependimento.” Você não vive nisso. Nem eu. Veja, você se arrepende esperando que seja sinceramente, mas o próprio arrependimento é sujeito à santificação. Eu estou me arrependendo mais agora…

BROWN: Continua acontecendo.

WASHER: E continua se aprofundando. Não é aquele arrependimento que acontece só uma vez, que conserta tudo… Então, eu digo o que é o arrependimento, e digo o que é a fé, e falo do mandamento para se arrepender e do mandamento de crer.

E, daí, eu pergunto a elas: “É isso que você fez?” Eu gosto de dizer: “Isso é uma realidade na sua vida?” Porque as pessoas dizem: “Eu não sei se tenho arrependimento.” “Então, vamos ver o que é arrependimento e você me diz se isso é uma realidade, uma realidade crescente em sua vida?” “Eu não sei se eu creio.” “Bom, isso aqui é fé. Isso é uma realidade?” E muitas pessoas dizem: “Acho melhor voltar depois de pensar sobre isso.” E, daí, talvez me contatem mais tarde e se convertem saudavelmente. Outras pessoas que ouvem o evangelho, logo no início dizem: “Sim, isso é real! Eu vejo!” Mas, deve-se trabalhar com cada alma de uma maneira diferente. E explicar! Ouvimos tantas frases que ninguém entende. E eis aqui o problema: muitos pregadores modernos dirão que não devemos usar as frases. Bem, nós devemos usar se estão na Bíblia. Mas precisamos explicá-las! Entende?

E eu nunca deixo alguém sem dizer isso, especialmente alguém que professou a fé em Cristo comigo… Vamos dizer que estou pregando em uma igreja do outro lado do continente… Eu nunca vou deixá-la a menos que lhes tenha dado as advertências do evangelho. O que quero dizer com isso é… Eu digo: “Ouça, a evidência de que você se converteu, de que você de fato se arrependeu e creu para a salvação, é que você vai continuar se arrependendo, e continuar crendo. Você vai continuar crescendo em santificação. Você pode esfriar, mas verá a disciplina de Deus. E você verá um progresso na santificação, e verá a mão da providência de Deus, a mão inescapável da providência de Deus ao longo do curso de sua vida. Mas se você chega a um ponto em sua vida onde nada disso importa, e você continua naquilo, saiba que você não aprendeu nada aqui hoje. Nada aconteceu com você.”

Por Scott Brown © 2012 Scott Brown. Website: scottbrownonline.com

Tradução: voltemosaoevangelho.com

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