Um blog do Ministério Fiel
Por que Jesus não foi direto para a cruz, mas teve que viver nesta terra?
Por que Jesus não veio na Sexta-Feira Santa, morreu na cruz e ressuscitou ao 3º dia? Por que Ele teve que nascer de uma virgem e viver mais de 30 anos antes de ir para cruz? Apesar de haver várias respostas. Neste vídeo, R. C. Sproul fala de uma que normalmente esquecemos: a obediência ativa de Jesus – importância da vida de perfeita obediência de Cristo e a implicação em nossa justificação.
Não é maravilhoso saber que somos cobertos pela justiça perfeita de Cristo?
Tradução
Eu não acho que exista um texto mais importante no Novo Testamento para definir a obra de Jesus do que este. Que Jesus foi enviado para cumprir toda a justiça; e para o judeu isso significava obedecer cada jota e til da Lei. Porque, agora, Jesus não está agindo em Seu batismo em favor de si mesmo, mas do Seu povo. Se for requerido que o Seu povo guarde os Dez Mandamentos, Ele guarda os Dez Mandamentos. Se for requerido, agora, que o povo dele se submeta a este rito batismal, então Ele se submente a tal em favor deles. Porque a redenção comprada por Cristo não está restrita a Sua morte na cruz.
Nós vimos que, na obra da redenção, Deus não enviou Jesus a Terra na Sexta-Feira Santa e disse “morra pelo pecado do Seu povo e isso resolverá o problema”. Não. Jesus não só teve que morrer pelos nossos pecados, mas teve que viver pela nossa retidão. Se tudo o que Jesus tivesse feito fosse morrer por seus pecados, isso removeria a sua culpa e deixaria você sem pecado diante dos olhos de Deus, mas não justo. Você seria inocente, mas não justo, porque você não fez nada para obedecer a Lei de Deus, que é o que a retidão requere.
Portanto, nós temos na teologia uma doutrina que se refere à obediência ativa de Jesus, distinguindo da obediência passiva de Jesus. E esta doutrina está em grande debate hoje, principalmente entre alguns pensadores dispensacionalistas. O que eu acho extremamente, extremamente perturbador. A obediência passiva de Cristo se refere a Sua vontade de se submeter a dor infligida sobre Ele pelo Pai na cruz na expiação. Ele passivamente recebeu lá a maldição de Deus. A obediência ativa se refere a toda a Sua vida de obediência à lei de Deus, pela qual Ele se qualifica para ser o Salvador. Ele se qualifica para ser o Cordeiro imaculado, Ele se qualifica para a canção “Digno é o Cordeiro, que foi morto” através da Sua completa justiça. Ele cumpre as exigências da Lei – e, se você se lembra da aliança com Moisés, todo aquele que cumpre a Lei recebe a bênção e os que desobedecem, a maldição.
O que Jesus fez? Ele obedece a Lei perfeitamente e recebe a bênção e não a maldição. Mas há uma dupla imputação na cruz, onde meus pecados são creditados a Ele – meus pecados são tomados e colocados sobre Ele na cruz. Mas na nossa redenção, a justiça dele é imputada a nós – justiça a qual Ele não teria se não tivesse vivido essa vida de perfeita obediência. Então, o que eu estou dizendo para vocês é que a vida de completa obediência de Jesus é tão necessária para nossa salvação como Sua expiação perfeita na cruz, porque há uma dupla imputação. Meus pecados imputados a Ele, e a justiça dele a mim. De modo que é isso que a Escritura se refere quando diz que Jesus é a nossa justiça.