Um blog do Ministério Fiel
Trabalhamos para o Rei, e isso muda… tudo!
Trecho extraído com permissão do livro Evangelho no Trabalho, de Greg Gilbert e Sebastian Traeger, publicado pela Editora Fiel.
Não importa o que façamos, o nosso trabalho tem propósito e sentido inerentes porque o estamos realizando basicamente para o Rei. A pessoa para quem trabalhamos é mais importante do que aquilo que fazemos. O mundo nos dirá o contrário. O mundo nos dirá que a vida encontra o seu sentido no sucesso no trabalho ou que o trabalho é apenas um mal necessário para o caminho do lazer. Todas essas formas de pensamento são mentirosas. Nós realmente trabalhamos para alguém superior ao nosso chefe. Trabalhamos para Jesus. Isso é a coisa mais importante que podemos saber e lembrar a respeito do nosso trabalho. Isso é muito mais importante do que a profissão em si, independentemente de a pessoa ser uma dona de casa, um banqueiro, um funcionário político, um trabalhador da construção, um barista ou um executivo de uma corporação. Não importa o que estejamos fazendo, nós o estamos fazendo para glorificar a Jesus.
Se mantivermos essa ideia principal em mente, isso mudará a forma como pensamos a respeito do nosso trabalho e nos empenhamos nele. Por quê? Porque quando glorificar a Jesus é a nossa motivação primordial, o nosso trabalho — independentemente do que esse trabalho seja em suas particularidades — passa a ser um ato de adoração. Ficamos completamente livres do pensamento de que o nosso trabalho é sem sentido e propósito, e somos igualmente libertos do pensamento de que o nosso trabalho possui algum significado supremo. Ainda mais, descobrimos, de uma nova forma, a ligação entre o nosso trabalho e a nossa principal identidade como discípulos de Jesus. Deixamos de nos desvencilhar de nosso papel de discípulos a cada dia de trabalho. Pelo contrário, o nosso compromisso com o nosso trabalho se torna uma das principais maneiras pela qual expressamos o nosso discipulado ao nosso Senhor e o nosso amor por ele.
O trabalho é importante. Isso ninguém discute. Mas trabalhar para o Rei é mais importante. Essa compreensão fornece tanto a motivação diária para o nosso trabalho quanto as respostas práticas para algumas situações difíceis com as quais nos deparamos no mercado de trabalho. E mais do que isso, ela coloca o trabalho em seu devido lugar — cheio de significado e propósito, mas não em competição com aquele para quem o trabalho é feito em primeiro lugar. Nós trabalhamos, e isso é importante. Mas, acima de tudo, isso é importante porque é feito para o Rei Jesus.
Lembrar de que trabalhamos para o Rei e exercer as nossas profissões a cada dia à luz dessa realidade não é fácil. É bem mais fácil cair no pensamento errôneo em relação ao nosso emprego do que manter uma perspectiva piedosa acerca dele. E há muitas maneiras de fazer isso da forma errada, não é mesmo? Nós nos pegamos murmurando em relação ao nosso emprego ou sendo preguiçosos no trabalho. Nós fazemos apenas o suficiente para nos manter longe dos problemas. Ou, por outro lado, encontramo-nos dando a nossa vida aos nossos empregos e negligenciando nossa família, nossa igreja e até mesmo a nossa própria saúde espiritual. Tudo isso parece muito complicado.
Mas será que é tão complicado assim? Quando consideramos essa questão seriamente, parece que a maioria dos pecados que enfrentamos quando se trata de nosso trabalho podem ser resumidos a algumas armadilhas. Por um lado, não podemos deixar que o nosso trabalho se torne um ídolo. O trabalho pode se tornar o objeto principal de nossa paixão, da nossa energia e do nosso amor. Acabamos adorando o trabalho. Por outro lado, podemos cair na indolência em nosso trabalho. Quando falhamos em perceber os propósitos de Deus para o trabalho, não nos importamos muito com ele. Falhamos em dar qualquer atenção a ele ou o desprezamos e, de forma geral, negligenciamos nossa responsabilidade de servir como se estivéssemos servindo ao Senhor. Infelizmente, tanto a indolência no trabalho quanto a idolatria do trabalho são celebradas em nossa sociedade. Temos a tendência de louvar aqueles que fazem do trabalho o centro de suas vidas, bem como aqueles que o lançaram totalmente para fora de suas vidas. Ambas as coisas são armadilhas — indolência e idolatria — embora haja uma má interpretação fatal a respeito de como Deus quer que pensemos acerca de nosso trabalho.
Nenhuma delas se encaixa na ideia bíblica de que nós trabalhamos para o Rei Jesus. Como podemos ser indolentes — trabalhar sem propósito e sentido — se o próprio Rei designou nosso trabalho para nós e se o fazemos como um serviço para ele? Como podemos estar contentes sendo relapsos em nosso trabalho e exercê-lo sem entusiasmo, quando, na realidade, fazemos o que fazemos para ele? Quando trabalhamos para o Rei, a indolência em nosso trabalho não é simplesmente uma opção. A idolatria também não é. Se o nosso trabalho é um meio de prestar serviço ao Rei e de adorá-lo, devemos combater a tentação de fazer do nosso trabalho o centro de nossas vidas. Jesus, e não o nosso trabalho, merece ser o objeto central da devoção do nosso coração.