Um blog do Ministério Fiel
O que um presbítero não é e o que ele é
Como você procura por presbíteros e o que exatamente você está procurando? Responder a essa pergunta requer considerar o que um presbítero não é e o que um presbítero é. #1
O que um presbítero não é
Um presbítero bíblico não é simplesmente um homem mais velho
Há muitos homens mais velhos piedosos que se encaixam nas qualificações para o presbitério bíblico. Espero que o Senhor abençoe nossa igreja com mais! Mas avanço cronológico sem nada além do básico, mesmo quando casado com uma membresia eclesiástica aprumada, não é suficiente para satisfazer os requerimentos delineados em 1Timóteo 3 e Tito 1. Na verdade, há alguns homens de trinta anos (ou mesmo mais novos) que são mais qualificados para serem presbíteros do que alguns dos homens com o dobro da sua idade. Apenas experiência de vida não qualifica um homem como presbítero.
Um presbítero bíblico não é simplesmente um homem de negócios bem-sucedido
Na verdade, alguns dos muitos princípios ou traços característicos que lançam alguns homens de negócios no topo da escada econômica podem, na verdade, coloca-los no degrau mais baixo da escada da liderança eclesiástica.#2 Não estamos procurando por pessoas que “sabem o que querem e como consegui-lo”. Nem estamos procurando por pessoas que sabem como gerenciar pessoas, arrecadar dinheiro, galgar na vida ou fechar um negócio. Liderança na igreja é fundamentalmente diferente da liderança no mundo dos negócios.#3 A igreja não é simplesmente um negócio sem fins lucrativos. Ela é o corpo de Cristo, e de tal forma a mais ímpar instituição corporativa no mundo. Ela opera sobre os princípios das doutrinas distintamente cristãs, servidão, santidade, fé, esperança e amor. Isso não é, obviamente, dizer que é impossível ser qualificado biblicamente como presbítero e um homem de negócios bem-sucedido ao mesmo tempo. É simplesmente dizer que sucesso e liderança no mundo dos negócios nem sempre, ou necessariamente, predizem boas coisas para o presbitério na igreja local.
Um presbítero não é simplesmente um membro envolvido na comunidade
Ser eleito para se sentar em um conselho do bairro ou da cidade é um privilégio maravilhoso e uma oportunidade única de evangelismo para qualquer cristão. Mas, novamente, não é necessário ou mesmo suficiente para se encaixar nas qualificações de um presbítero. Um homem pode ser presidente da associação de pais e professores, técnico da liga de juniores, ser um vereador e liderar um grupo de escoteiros e ainda assim não ser qualificado para ser um presbítero. Servir a comunidade dessas formas certamente não impede um homem de se qualificar. Mas conforme olhamos para ver quem pode se encaixar nos requerimentos bíblicos, serviço comunitário somente não pode ser nosso critério último.
Um presbítero bíblico não é simplesmente um “menino de ouro”
Viver na mesma localidade e ter os mesmos amigos ou mesmo ser membro da mesma igreja por mais de 30 anos não faz um homem um presbítero. Servir na capacidade de um presbítero em uma igreja local não deveria ser dependente de onde um homem quer jogar bola, ou se ele é parte do grupo social certo, ou se ele é da região mais agradável do país (ou da cidade). Agradabilidade geralmente pode ser decepcionante.
Um presbítero bíblico não é uma mulher
O critério disposto em 1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9 assume uma liderança masculina na igreja. O ofício do presbítero é um ofício que requer que aqueles que o sustentam sejam aptos para ensinar. Ensinar é um ato autoritativo, e mulheres são proibidas de exercitar autoridade sobre os homens na igreja (1Timóteo 2.9-15). Paulo enraíza essa proibição na ordem da criação em Gênesis 1 e 2 – Adão foi criado antes de Eva, revelando o lugar de liderança dado a Adão por Deus sobre ela. Ambos são igualmente criados à imagem de Deus, mas Deus lhes deu papéis diferentes, ainda que complementares, para que ambos cumpram em casa e na igreja.#4
Um presbítero bíblico não é um político
O ofício bíblico de um presbítero é um ofício eletivo. Mas o homem que preenche essa vaga não deveria ser um que sutilmente ou publicamente faz campanha para ele, ou um que visivelmente promove posições políticas no contexto da igreja local.
O que, então, é um presbítero bíblico?
1. Como sua igreja escolhe seus líderes? Quais são os critérios dominantes? Por que esses?
2. O que um homem deve crer para ser um presbítero em sua igreja?
O que é um presbítero?
Nossa questão pode ser respondida primeiramente em termos do ofício, e em segundo lugar em termos do homem. O ofício de um presbítero é um ofício designado para liderança da igreja através do ensino da Palavra #5. O caráter do homem que se qualifica para preencher esse ofício é descrito em 1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.6-9. Um presbítero é simplesmente um homem de um caráter exemplar como o de Cristo que o beneficia espiritualmente. Estamos olhando, então, para homens que demonstram esse caráter e demonstram ambas a amplitude e fecundidade no ensino da Palavra de Deus aos outros de forma edificante.#6 Essa definição pode servir como um bom retrato ou perfil espiritual do tipo de homem que você está procurando para ser presbítero.
Quadrantes de qualificação
Uma forma útil de pensar sobre os critérios da escolha de presbíteros pode ser na forma dos quadrantes abaixo. Novamente, o chamado para ser um presbítero é um chamado para liderança através do ensino bíblico. Isso significa que para uma mínima exposição, você precisa de homens, que primeiro e mais importante, compartilham de um profundo entendimento bíblico dos fundamentos da teologia cristã e do evangelho. As primeiras áreas a serem consideradas são a autoridade e suficiência das Escrituras, soberania de Deus, a divindade e exclusividade de Cristo e a expiação. Nenhum homem que vacila no básico da doutrina bíblica deveria ser considerado para o presbitério, não importa o quão dotado ou agradável ele seja. A Palavra constrói a igreja de tal forma que simplesmente não pode ser saudável para qualquer um de nossos presbíteros ter reservas acerca das verdades fundamentais cristãs.
Uma vez que tenha sido determinado que um candidato é saudável nas doutrinas centrais bíblicas, é nossa prática confirmar que o candidato compartilha dos nossos distintivos doutrinários práticos; a saber, a necessidade do batismo dos crentes para a membresia da igreja local. Esses assuntos, enquanto não salvos, são não menos importantes para como decidimos conduzir nossas convicções da nossa congregação. O princípio, entretanto, é simplesmente que os líderes de uma congregação deveriam entender e serem advogados conscientes das doutrinas distintivas de uma igreja local. Os presbíteros precisam estar de acordo nesses assuntos para que sua própria unidade não se quebre, e assim possam prover uma liderança unificada para a congregação seguir.
Teologia Central | Distintivos Doutrinários |
· Autoridade e Suficiência das Escrituras | · Batismo dos Crentes |
· Soberania de Deus | · Congregacionalismo |
· Divindade e Exclusividade de Cristo | Distintivos Culturais |
· Expiação | · Papéis dos gêneros em casa e na igreja |
Amor pela congregação | · Oposição à homossexualidade |
· Comparecimento regular | |
· Disciplina abnegada | |
· Serviço consistente |
Figura 14.1 – Quadrantes de qualificação
Terceiro, é extremamente útil assegurar que o candidato é corajoso o suficiente para se levantar contra a cultura em certos assuntos bíblicos, tais como o papel da mulher na igreja. Um presbítero deve ser modelo de força e desejo de viver um padrão de vida contracultural nas áreas onde Cristo e a cultura estão em conflito, para a congregação. Se, como um presbítero, um homem se afunda na conformidade com as pressões da cultura em assuntos bíblicos bem definidos, seu exemplo e ensino irá eventualmente levar a igreja a se parecer mais com o mundo.
Finalmente, precisamos estar aptos para discernir, a partir do envolvimento relacional do candidato na igreja, que ele ama a congregação. Queremos ser aptos a reconhecer seu amor por outros membros da igreja pelo fato que ele já está envolvido em fazer o típico trabalho de presbítero, mesmo antes de ser nomeado para o título. Então, podemos razoavelmente esperar que um homem que é reconhecido como um presbítero compareça regularmente, começando com outros para lhes fazer bem espiritual e servir a igreja tão fielmente quanto possa.
1. Qual é a diferença entre reconhecer presbíteros e treina-los?
2. Por que pode ser sábio reconhecer em vez treinar presbíteros?
3. Quem em sua igreja pode estar qualificado para servir como um presbítero?
CONCLUSÃO
Uma das dinâmicas mais significantes na continuidade do crescimento espiritual e da saúde da igreja é o tipo de liderança que ela está seguindo. Quando homens biblicamente qualificados estão liderando uma igreja com caráter e habilidade, é uma benção profunda e ampla para a unidade, a santidade e o crescimento espiritual da igreja. Colocada um pouco negativamente, muitos erros em potencial e dores de cabeça podem ser evitados simplesmente por garantir que somente esses homens sejam biblicamente qualificados para se tornarem presbíteros.
A escolha de presbíteros, então, é um tempo essencial na vida da igreja em desenvolvimento; tanto faz, na verdade, que continuaremos a pensar sobre acessar o caráter, habilidade e encaixar presbíteros em potencial nas páginas que se seguem.
#1 Com exceção do primeiro parágrafo, o artigo inteiro é extraído do capítulo “Procure Homens Bons”, do livro Igreja Intencional, de Mark Dever e Paul Alexander (Fiel, 2015).
#2 Por exemplo, ser amante do dinheiro, ser briguento, ou não ser gentil, não cuidar bem da própria casa (1 Timóteo 3.1-7)
#3 Marcos 10.35-45; João 13.1-17
#4 Para um tratamento exegético e prático do papel básico dos gêneros na casa e na igreja, veja John Piper e Wayne Grudem, editores, Homem e Mulher: Seu Papel Bíblico no Lar, na Igreja e na Sociedade (Fiel, 1996). Para um tratamento específico de 1Timóteo 2.9-15, veja Andreas Kostenberber, Thomas Schreiner e H. Scott Baldwin, editores, Women in the Church: A Fresh Analysis of 1 Timothy 2:9-15(Grand Rapids: Baker, 1995).
#5 Isso é distinguido do ofício do diácono, que é designado para o serviço da igreja através da tendência aos assuntos financeiros e físicos do corpo.
#6 Pensaremos mais cuidadosamente sobre a necessidade prática desse caráter no capítulo 15 e o que significa ser “apto para ensinar” no capítulo 16.