Um blog do Ministério Fiel
O chamado ministerial necessita de confirmação da igreja
Quando se trata de avaliar o chamado para o ministério pastoral, um senso pessoal de chamado não é suficiente. O senso subjetivo de chamado precisa ser objetivamente validado por outros. Avaliação externa é um cordão essencial que amarra você e a sua igreja à segurança.
Por que esse tipo de afirmação e validação por parte de outros é necessário? Porque é um princípio bíblico. O registro bíblico apresenta alguns exemplos maravilhosos e diversos de como a confirmação externa acontece. Através da história de Israel, há uma prática de unção e aclamação. Representa um reconhecimento público de que Deus está convocando um homem para os propósitos dele. Até mesmo Jesus se submeteu ao batismo, o qual provou ser um momento de confirmação do seu ministério público. No fim de seu ministério, Jesus, de várias formas, comissiona seus discípulos para o trabalho do Evangelho – mais notavelmente nos discursos de João 13-17 e na Grande Comissão (Mateus 28.18-20). Então, quando os discípulos se tornam a primeira geração de plantadores de igreja, estão operando com um senso profundo de terem sido vistos por outro. O que extraímos desse padrão bíblico é que o chamado interno agitando a alma é validado pela confirmação externa ao homem.
O entrelaçar do chamado interno e da informação externa é esclarecido em um dos poucos livros sobre ministério pastoral que entram na categoria de leitura obrigatória a qualquer homem que sentir um chamado. The Christian Ministry [O Ministério Cristão], de Charles Bridges, está perto do topo da minha lista de tais livros. Na questão do chamado, Bridges arrebenta enquanto explica cuidadosamente tanto o aspecto subjetivo – “um desejo pela obra” – quanto um aspecto objetivo – “aptidão para o ofício”.
Nossa autoridade é derivada conjuntamente de Deus e da Igreja – ou seja, originalmente de Deus – confirmada por meio da igreja. O chamado externo é uma comissão recebida e reconhecida pela igreja, de acordo com a ordem sagrada e primitiva; não de fato qualificando o ministro, mas o reconhecendo, a quem Deus interna e adequadamente qualificou. Esse chamado comunica, portanto, apenas autoridade oficial. O chamado interno é a voz e o poder do Espírito Santo, direcionando a vontade e o julgamento, e transmitindo qualificações pessoais. Ambos os chamados, entretanto – embora essencialmente distintos em caráter e origem – são indispensáveis para o exercício de nossa comissão.
Bridges está apontando para a atividade soberana de Deus tanto no chamado interno quanto no externo. Não é que o chamado interno vem de Deus e o externo vem dos homens. Deus trabalha através de pessoas em ambos os casos. No chamado interno, Deus trabalha através da agência humana de nossa própria vontade e julgamento; no chamado externo, ele trabalha através da agência humana de sua igreja.