Um blog do Ministério Fiel
A igreja e a guerra às drogas (Parte 2/2)
Leia a Parte 1.
A questão é: O vício deve ser tratado como uma doença que impede os viciados de superar seus problemas? O escritor Damian Thompson do jornal “Daily Telegraph”, que é um alcoólatra recuperado, escreveu um novo livro sobre o assunto, ele explica que sua preocupação é a maneira como o comportamento viciado está “se espalhando pela sociedade”.
“Há uma aceleração do vício”, disse ele ao programa “Today”. A “Impulsividade”, disse ele, está se tornando o estilo cognitivo padrão da elite”.
Colin Blakemore, professor de neurociência na Universidade de Oxford, diz que há uma “base biológica” para o vício, embora haja problemas em definir isso.
“Olhe para a palavra – “des-conforto” – não estar confortável com a própria vida, que caracteriza o problema com o álcool”. Ele diz.
Em Niddrie, ensinamos às pessoas que TODOS os vícios têm suas raízes na opção feita por cada um. Se voltarmos o suficiente na história de vida de cada pessoa, veremos que, em algum momento, optamos por um certo tipo de comportamento. É um fato, admitido pelo professor Blakemore, que o mundo da medicina não pode provar, com algum grau de precisão razoável, que o vício em drogas, álcool, pornografia etc., seja uma doença. A Bíblia, por outro lado, é clara sobre o que causa esses problemas na vida de tantas pessoas. Considere Gálatas 5:17
“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si”;
Muitas pessoas viciadas dizem que fazem o que fazem por causa do tédio, para evitar a dor, e até por diversão (pelo menos no início). Mas a realidade é que eles fazem isso para alimentar seus desejos egoístas, escravos e lascivos, de agradar a si mesmos. Sim, muitos deles são agora, irremediavelmente controlados quimicamente pelo seu comportamento, e não há soluções fáceis para a sua total dependência física e psicológica. Mas, em última análise, todo o seu comportamento pode ser rastreado até se chegar à raiz de uma escolha, uma decisão tomada no passado. Eles procuraram e encontraram seus vícios, não foi o vício que os escolheu, eles não são a parte “inocente” que foi levada por forças fora de seu controle.
Então, o que a Bíblia tem a dizer sobre esse assunto? Na verdade, muita coisa. Considere o seguinte:
- 1Tessalonicenses 5. 6-8 – Ser sóbrio é o oposto de estar bêbado e é associado a estar alerta e atento.
- 1Pedro 1. 13-17 – Esteja sóbrio, cingindo a sua mente para que possa evitar as concupiscências e ser obediente e santo. Isso requer estar alerta.
- 1Pedro 5. 8,9 – Esteja sóbrio para que possa estar em guarda contra o diabo e resisti-lo para não ser devorado por ele. Percebendo o quão perigoso Satanás é, devemos manter nossas mentes claras para que possamos reconhecer seu engano e resistir às suas tentações.
- 1Coríntios 9. 25-27 – Devemos trazer nossos corpos em sujeição às nossas mentes, exercendo temperança (autocontrole) como atletas em treinamento, para que nossos corpos sejam guiados por nossas mentes de maneira apropriada.
- Provérbios 4:23 – Guarde o seu coração (mente) com toda a diligência, porque é com sua mente que você deve decidir as questões da vida.
Lutar contra o mal é, na melhor das hipóteses, difícil e perigoso, mesmo com as melhores habilidades. É por isso que Deus proibiu a intoxicação, é claro que existem outras maneiras de violar esses princípios, mas o abuso das drogas é certamente uma delas.
Curiosamente, nos tempos bíblicos, o consumo de drogas estava intimamente associado à magia negra e feitiçaria, e é por isso que penso que a Bíblia seja muito clara em relação a sermos sensatos em tudo o que fazemos (2Tm 1. 7; 1Pe 4. 1-7; Tt 2. 2,4,6,12; At 24. 25; Gl 5. 23; 2Pe 1.6). W.E. Vine em seu “Dicionário Exegético e Expositivo Das Palavras do Antigo e do Novo Testamento” diz:
“Na feitiçaria, o uso de drogas, quer simples, quer fortes, era geralmente acompanhado por encantamentos e invocações de poderes ocultos, com o uso de diferentes talismãs, amuletos etc., que supostamente se destinavam a proteger o cliente ou paciente contra a atenção e o poder dos demônios, mas que, na verdade, se destinavam a impressionar o cliente com os recursos misteriosos e os poderes do feiticeiro.”
Esta foi certamente a minha experiência no Brasil quando trabalhamos com jovens viciados, o espiritismo brasileiro, (Macumba e Candomblé), misturou, em suas vidas, o consumo de drogas com “espíritos atraentes”. O resultado? Problemas de saúde mental, abuso, suicídio e assassinato em escala epidêmica naquela parte do mundo.
O vício, em todas as suas formas, é destrutivo, ganancioso e alimenta o desejo egoísta de querer constantemente mais. Nunca é satisfeito e mata pessoas sem piedade. Considere o seguinte poema, baseado no Salmo 23, escrito por uma jovem que morreu de overdose.
“O rei heroína é o meu pastor. Eu sempre o quero. Ele me faz deitar nas sarjetas.
Ele me conduz ao lado das águas turbulentas. Ele destrói minha alma.
Ele me conduz nos caminhos da maldade.
Sim, andarei pelo vale da pobreza e não temerei mal algum, pois tu, heroína, estás comigo.
Tuas agulhas e cápsulas me confortam. Tu me tiraste a mesa de refeições na presença da minha família. Roubastes, da minha cabeça, a razão.
Minha taça de tristeza transborda. Certamente, o vício em heroína me perseguirá todos os dias da minha vida e eu habitarei na Casa dos Condenados para sempre.”
Parte da resposta da Igreja Cristã às drogas deveria ser resistir a toda e qualquer reivindicação pela legalização. Muitos cristãos são terrivelmente ingênuos nessa questão. Existe um artigo interessante intitulado “Drogas legalizadas: mais idiota do que você imagina” (escrito de um ponto de vista secular) que vale a pena ler aqui.
Então, como lidamos com o problema em nossas igrejas? A resposta está em mandá-los todos para uma casa de reabilitação? Se os viciados podem ser ajudados, como podemos fazer isso?
Mais conselhos práticos a seguir.