Um Ultimato melhor

Há um mês foi lançado Vingadores: Ultimato, o último blockbuster da Marvel, quebrando recordes de bilheteria. O filme é a culminância de um ambicioso arco de história que abrange 22 filmes que a Marvel Studios começou a planejar há 14 anos. Ultimato traz esse planejamento à sua conclusão final. Possivelmente seja o filme mais aguardado já produzido.

Em contraste, considere as palavras de abertura do Novo Testamento, registradas no Evangelho de Mateus:

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”.

De imediato, as palavras podem não parecer excitantes, mas podem ser as palavras mais explosivas já escritas. Embora sejam as primeiras palavras do Novo Testamento, elas verdadeiramente ecoam o primeiro livro do Antigo Testamento, Gênesis 5.1: “Este é o livro da genealogia de Adão…”. Em outras palavras, a abertura do Evangelho de Mateus não é entediante; ela é incrivelmente dramática. Mateus está dizendo que a história de Jesus é um evento memorável, que não apenas dá continuidade à história bíblica, mas também transforma a história bíblica e toda a história da humanidade em algo novo. Mateus está começando o seu Evangelho, sinalizando para todos que conhecem a história, que este é o “Ultimato” da história da humanidade, muito mais importante que um filme; que não foi planejado por mais de 15 anos, mas pelo próprio Deus, ao longo de mil gerações.

Que tipo de homem pode ser a figura transformadora, o ponto principal da história? Quem é essa pessoa e o que ela veio fazer? Mateus pode começar com uma genealogia “chata”, mas, na verdade, ele responde à própria questão da identidade de Jesus e oferece uma filosofia da história completa no processo.

Considere o que Mateus está afirmando logo nas suas palavras iniciais. Ele está contando a história de transformadora de um homem chamado Jesus. “Jesus” era um nome popular e importante entre os judeus do primeiro século. Era a versão grega de “Josué”, uma figura fundamental na história judaica, que reconhecidamente conduziu Israel para a Terra Prometida e, finalmente, cumpriu as promessas de Deus ao seu povo. De modo apropriado, o nome significa “O Senhor é salvação”.

Mas esse não era um homem comum cujo nome era “Josué”. Mateus lhe dá um segundo título e diz que esse homem era Jesus Cristo. “Cristo” não era o seu sobrenome. Não havia ninguém no primeiro século que desse ao filho o nome de “Cristo”. Isso porque Cristo significava Messias, “o Ungido”. No Antigo Testamento esse título foi originalmente reservado para profetas, sacerdotes e reis. Mas veio a ser associado com o Salvador que Deus prometeu enviar para redimir o seu povo – sua promessa de enviar uma semente que esmagaria a cabeça da serpente, de enviar um descendente que abençoaria o mundo inteiro, de enviar um profeta que resgataria o seu povo, de enviar um sacerdote que expiaria os seus pecados, de enviar um rei que restauraria o reino.

Em seguida, Mateus o chama de “filho de Davi”, em si mesma uma expansão da expectativa messiânica. O “filho de Davi” era o cumprimento das promessas pactuais de Deus a Davi, de que um dos seus descendentes construiria uma casa para o nome de Deus, triunfaria sobre os inimigos de Deus, levaria o seu povo a um reino de paz e reinaria por toda a eternidade.

Finalmente, ele o chama de “filho de Abraão”. Antes mesmo de Davi, Abraão foi o primeiro a receber uma promessa pactual de Deus. Depois que Abraão ofereceu Isaque, o anjo de Deus lhe disse: “Jurei por mim mesmo… porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus… a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra” (Gênesis 22.16-18). O cumprimento dessa promessa se tornou parte da esperança messiânica – que um dos descendentes de Abraão possuiria “a cidade dos seus inimigos”, e nele “todas as nações da terra seriam abençoadas”.

Você entende por que as palavras iniciais de Mateus podem ser as palavras mais explosivas jamais escritas? Este é o ponto culminante das promessas de Deus por milhares de anos. Este é o blockbuster mais esperado no céu ou na terra. Este é o Ultimato. Este é o nome que muda tudo, de maneira que não estamos mais falando a respeito da história da humanidade sob Adão. Estamos começando a história da humanidade sob Jesus Cristo. Daqui em diante, nada será igual. A partir deste ponto, toda a história da humanidade depende da identidade deste homem e do seu relacionamento com ele!

Por: Matt Foreman. © Reformation21. Website: reformation21.org. Traduzido com permissão. Fonte: A Better Endgame.

Original: Um Ultimato melhor. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Alan Rennê. Revisão: Filipe Castelo Branco.