Um blog do Ministério Fiel
Seja santo como Cristo é santo
O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Boas Novas, de John MacArthur, Editora Fiel.
Correspondendo à santidade de Cristo
Como devemos reagir a vívida exposição da santidade de Cristo? A primeira reação de João foi temor. Apocalipse 1.17 diz: “Quando o vi, caí a seus pés como morto”. Meu amigo R.C. Sproul se tornou bastante conhecido por compreender e verbalizar “o trauma da santidade de Deus”, e é isso que João experimenta aqui. Por que João caiu como um homem que acabara de morrer? Pelo mesmo motivo que Pedro clamou em Lucas 5.8: “Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”! João ficou aterrorizado ao perceber que estava na presença do Deus Santo. Se ele conseguia enxergar o santo Cristo, então o santo Cristo conseguia enxergá-lo em toda sua vileza. João viu a glória; Cristo viu o pecado. E ele ficou aterrorizado – como Manoá, Jó, Ezequiel, Isaías, Daniel, Pedro e Paulo. Ele ficou apavorado, vivendo uma espécie de trauma temporário, mas a experiência logo passou do medo para a segurança.
Apocalipse 1.17 continua: “Porém, ele pôs sobre mim a mão direita”. Seria esse era um toque com o qual João tinha familiaridade? Afinal, precisamos lembrar que João, em especial, gostava de ser próximo de Jesus. Em lugar de se identificar por seu nome, em seu evangelho, ele se descreveu como “o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus” (João 21.20). Ele frequentemente fez referência a si mesmo como“ o discípulo a quem Jesus amava”. Ele gostava muito de estar próximo de Jesus, por isso me pergunto se ele já não conhecia aquele toque reconfortante do Senhor. “Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: ‘Não temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse 1.17-18).
João não precisava se preocupar. Jesus é eterno. Ele existe fora da dimensão de tempo, da história e da criação. Ele está acima e além de nós em todos os sentidos imagináveis. Mas ele se humilhou, assumiu a forma humana, morreu e ressuscitou por nós. As chaves da morte e do inferno não estão num chaveiro pendurado no cinto de Satanás – ele não tem poder duradouro sobre nós. Somente Jesus possui essas chaves, e os que o abraçaram como Senhor e Salvador nada têm a temer.
Em Apocalipse 1.19, Cristo ordena que João escreva as coisas que ele viu, registrando a visão que teve, preservando-a para o benefício de crentes através de toda a história da igreja. É traumatizante contemplar a glória e a santidade de Cristo – traumatizante, mas crucial. Jamais lidaremos honestamente com nossos pecados até termos tido uma visão da santidade de Deus e de Cristo. E deste lado da obra redentora de Cristo, vivemos na segurança jubilosa de que aquele que é tão amedrontador é o mesmo que pagou completamente o preço de nossos pecados, e cuja santa justiça foi satisfeita. E o mais incrível é que ele continua nos usando para trazer a luz de seu evangelho a um mundo cego pelo pecado.
Apocalipse 1 nos fornece um rico vislumbre do Senhor da igreja, nosso santo Cristo, e de seu ministério à sua igreja amada e redimida. Somos a sua igreja, e ele se relaciona conosco. É por nós que ele certamente intercede incessantemente. É a nós que ele purifica. É conosco que ele fala através de sua Palavra com toda autoridade. É a nós que ele protege. Somos nós que nos tornamos reflexo da glória dele. Isto é um mistério, que almas tão indignas venham a ser chamadas para ter tão grande privilégio. Que sempre estejamos maravilhados por esse chamado para representar o santo Cristo, de quem não somos dignos, mas em quem eternamente nos regozijaremos.