Um blog do Ministério Fiel
Se amamos Jesus, amaremos os judeus
12 razões bíblicas para não ser antissemita
A definição padrão do dicionário para antissemitismo é “hostilidade ou preconceito contra os judeus”. Há uma longa história de maus tratos aos judeus (alguns horríveis), por cristãos professos. O objetivo deste artigo é mostrar que aqueles cristãos estavam agindo de forma contrária à Bíblia – a própria Escritura que eles alegavam acreditar. O efeito cumulativo dessas doze observações é mostrar que as Escrituras Cristãs não apoiam o antissemitismo, mas o proíbem.
1. Deus livremente e graciosamente escolheu o povo judeu entre todos os povos do mundo para ser beneficiário de um pacto com ele que daria bênçãos únicas a Israel, e seria o meio pelo qual todas as famílias da terra seriam abençoadas.
“Ora, disse o SENHOR a Abrão… de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn 12.1–3).
“São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas”; (Rm 9.4).
2. Jesus, de quem as Escrituras ensinam, é a encarnação do eterno e divino Filho de Deus, era judeu. Essa encarnação foi o meio pelo qual Deus fez cumprir sua aliança com Abraão – Jesus é a descendência através da qual todas as famílias da terra são abençoadas.
“pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá”, (Hb 7.14).
“deles [os Israelitas] são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém”! (Rm 9.5).
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo”. (Gl 3.16).
3. Todos os doze apóstolos escolhidos pelo Senhor Jesus eram judeus.
“A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel”; (Mt 10.5,6).
4. O fato de que o povo judeu rejeitou (e, como um todo, ainda rejeita) Jesus como seu Messias, e foi instrumento, juntamente com Pilatos e outros gentios, para sua crucificação, não justifica a sua perseguição. O próprio Jesus, ao morrer, deu o exemplo para seus seguidores orando para que os judeus e gentios responsáveis por sua morte fossem perdoados, o que muitos deles foram quando os apóstolos lhes ofereceram a graça do evangelho, não a retribuição.
“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. (Lc 23.3).
“Então, Pedro, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus … Jesus, o Nazareno… vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou…. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se lhes o coração…. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, …Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. (At 2.14, 23-24, 37,38, 41).
5. Paulo expôs as dolorosas implicações a curto prazo, e as esperançosas implicações de longo prazo, resultantes da rejeição judaica ao evangelho, explicando que a hostilidade judaica em relação a Jesus como o Messias era por causa da salvação dos gentios, que por sua vez seria por causa da salvação dos judeus. Em outras palavras, o desígnio de Deus na desobediência temporária de gentios e judeus tinha como objetivo o bem de ambos.
“Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida. Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos. (Rm 11.28-32).
6. Deus escolheu salvar judeus e gentios de uma forma que a raiz do orgulho de ambos fosse destruída. Ele adverte especialmente os gentios a não se vangloriarem em relação aos judeus só porque alguns deles não creram enquanto os gentios acreditaram.
“Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. (Rm 11.17-18).
7. Para apoiar a rejeição de Paulo à ostentação dos gentios em relação aos judeus (com aquele tipo de escárnio e perseguição que os acompanhava), ele lembra aos gentios que até naqueles seus dias a salvação dos gentios dependia da fidelidade de Deus ao pacto com o antepassado judeu Abraão.
“não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti”. (Rm 11.18).
“Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus”. (Jo 4.22).
8. Outro argumento de Paulo em relação a que os gentios não deviam se vangloriar dos judeus é que Deus não apenas pode, como vai, um dia, atrair Israel como um todo para Jesus como o Messias, para que todo o Israel seja salvo.
“Pois, se foste [gentios] cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira [a aliança com Abraão], quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles [judeus] que são ramos naturais! O último desígnio de Deus é misericórdia para com todos. Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais [gentios] presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo”. (Rm 11.24-26).
9. A prioridade quase exclusiva que Jesus deu aos judeus em seu ministério (Mt 10. 6; 15.24) foi estendida de modo a incluir todas as nações na oferta de salvação (Mateus 21.43; 28. 19-20), mas não foi totalmente abandonada, como podemos ver pelo fato de que os apóstolos, mesmo em sua missão aos gentios, consideravam apropriado que o povo da primeira aliança de Deus recebesse o evangelho primeiro.
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”; (Rm 1.16; ver também At 3.26; 18 5,6).
10. Paulo deu o exemplo de como os cristãos deveriam se relacionar com os judeus até o último dia da salvação de todos os eleitos de Deus tanto os de Israel quanto os dos gentios: ele fez tudo o que pôde para trazer judeus à salvação, estando disposto até a sofrer no lugar deles.
“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos”. (Rm 10.1).
“Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles”. (Rm 11.13,14).
“Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; 3 porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne”. (Rm 9.1-3).
11. Paulo também deu o exemplo para nós (Fp 3.17; 1Co 4. 16-17), quando ele foi perseguido por judeus, e não respondeu ao mal com o mal. Até onde sabemos, Paulo e os outros apóstolos, que espalharam o evangelho depois da ressurreição de Jesus, nunca levantaram um dedo de hostilidade contra o povo judeu.
“Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um”; (2Co 11.24).
“Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos”. (1Co 4; 12,13).
12. Jesus ensinou seus seguidores a tratar o próximo da maneira que gostariam de ser tratados e a responder aos maus tratos de seus inimigos com misericórdia; e seus apóstolos continuaram ensinando isso depois dele.
“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”. (Mt 7.12)
“… amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”. (Lc 6.27-29; 35,36; ver também Mt 5.44-48).
“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. … o amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. (Rm 13.8-10).
“Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente”, (1Pe 2.20-23).
Portanto, todo o escopo das Escrituras, o Espírito de Jesus, o exemplo dos apóstolos, os mandamentos explícitos sobre amor e o futuro destino das nações, incluindo Israel, mostram que a hostilidade contra os judeus, em pensamentos e ações, é proibida pela Escritura.