Um blog do Ministério Fiel
A promessa mais importante da minha vida
Algumas palavras penetram tão profundamente em sua alma que elas mudam a maneira como você pensa sobre tudo – e a mudança é cheia de esperança. É isso que eu diria que o apóstolo Paulo fez por mim quando fui despertado para a lógica abrangente do céu em Romanos 8.32. Eu tinha vinte e três anos.
Quando vi esse versículo, como nunca o havia visto antes, Deus o implantou com tanta firmeza em minha alma que se tornou um agente vivo e vitalício do poder prático, que dá esperança e que muda a vida.
De todos os lugares da Bíblia que fornecem um lugar sólido para se apoiar quando todos ao seu redor estão tremendo, essa tem sido minha pedra fundamental mais do que qualquer outra.
“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas”?
A Lógica do Céu
Romanos 8.32 é um resumo por excelência do argumento (e argumento é a palavra certa!) Dos oito primeiros capítulos da carta de Paulo aos romanos. Existe uma lógica para essa maior de todas as cartas. Eu chamo isso de lógica do céu.
Esse tipo de lógica tem um nome técnico. Você pode ou não saber o nome da lógica, mas definitivamente sabe como usá-la. Você pode chamá-lo de argumento ou lógica, do maior para o menor. O nome técnico é “a fortiori”, que é o termo latino para “por causa de algo mais forte”. A ideia é a seguinte: se você se esforçou para realizar algo difícil, certamente pode se esforçar para realizar algo mais fácil. Esse é um argumento a fortiori.
Então, suponha que você diga ao seu filho: “Por favor, corra até a casa ao lado e pergunte ao Sr. Smith se pode nos emprestar o alicate”. Então o seu filho diz: “Mas e se o Sr. Smith não quiser nos emprestar o alicate”? Como você pode convencer seu filho de que o Sr. Smith certamente lhe emprestará seu alicate? Usando um argumento a fortiori!
É assim: você diz ao seu filho: “Ontem, o Sr. Smith ficou feliz em nos emprestar o carro dele o dia inteiro. Se ele ficou feliz por eu pegar emprestado o carro dele, ele estará muito disposto a nos emprestar o alicate. Emprestar seu carro era um sacrifício maior do que emprestar seu alicate. Portanto, era mais difícil emprestar seu carro do que emprestar seu alicate. Se ele estava disposto a fazer a coisa mais difícil, estará disposto a fazer a coisa mais fácil. É assim que usamos argumentos a fortiori.
O Fabuloso a Fortiori de Paulo
Agora observe Paulo usar esse tipo de argumento para o maior evento da história do mundo. Ele diz que Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. Essa é a coisa mais difícil. Portanto, ele certamente nos dará todas as coisas com ele. Essa é a coisa mais fácil. Quando esse argumento penetra a superfície endurecida da familiaridade, torna-se gloriosamente cheio de esperança e abrangente.
Eu li esse verso a vida toda. Mas aqui estava eu, aos 23 anos, e pela primeira vez, essa lógica – essa lógica inspirada por Deus, essa lógica santa, celestial, gloriosa e inesgotável – penetrou em minha alma e se implantou de forma a tornar-se em um fundamento inabalável e uma profunda raiz de esperança e poder. Vou explicar o porquê daqui a pouco. Mas primeiro, olhe comigo por um momento para o conteúdo das duas metades deste versículo.
O Maior Obstáculo para a Felicidade Eterna
Primeiro, pense comigo na primeira metade de Romanos 8.32: “Aquele que não poupou seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou”.
Quais são os grandes obstáculos entre nós e a felicidade eterna? Um obstáculo é o nosso pecado. Todos somos pecadores (Romanos 3.23), e o salário desse pecado é a morte eterna (Romanos 6.23). Outro obstáculo é a ira de Deus. Se Deus tem justa ira em relação a nós por nossa culpa pecaminosa, então não temos esperança de felicidade eterna. E Paulo não deixa dúvidas de que estamos sob a ira de Deus. De fato, somos “filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2.3).
Esses parecem ser os maiores obstáculos entre nós e a felicidade eterna. Mas será que realmente são? Eu acho que há um obstáculo maior, que é muito mais difícil de superar – o que Paulo aponta nessa primeira metade de Romanos 8.32. Esse obstáculo é o infinito amor e alegria de Deus para com a beleza e honra do seu próprio Filho.
Veja se você não ouve esse obstáculo na primeira metade de Romanos 8.32: “Aquele que não poupou seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou”. Paulo espera que sintamos a tensão maciça entre a frase seu próprio Filho e a frase não poupou. Isso deveria soar como a coisa mais difícil que já foi feita – Deus sacrificando o Filho de Deus. “Seu próprio filho”.
Deus poderia entregar seu próprio filho?
Quando Paulo chama Jesus de o próprio Filho de Deus, o ponto é que não há outros como ele, e ele é infinitamente precioso para o Pai. Por duas vezes enquanto Jesus estava na terra, Deus disse: “Este é o meu Filho amado” (Mateus 3.17; 17.5). Em Colossenses 1.13, Paulo o chama de “o Filho do seu amor”.
O próprio Jesus contou a parábola dos lavradores, na qual os servos de um senhor foram espancados e mortos pelos iníquos quando os servos vieram para coletar os frutos da colheita que pertencia ao senhor. Surpreendentemente, o senhor decide enviar seu próprio filho para tentar mais uma vez coletar o que era seu por direito. Jesus descreve essa figura de Deus com essas palavras: “Restava-lhe ainda um, seu filho amado”; (Marcos 12.6). Um filho é tudo o que Deus, o Pai, tinha. E ele o amava infinitamente.
O ponto de Romanos 8.32 é que esse amor de Deus por seu único Filho era como um enorme obstáculo como o Monte Everest entre Deus e nossa salvação. Aqui estava um obstáculo quase intransponível. Poderia Deus – desejaria Deus – superar sua querida, admirável, preciosa, ardente, infinita e afetuosa união com seu Filho e entregá-lo para que ele fosse caluniado, traído, negado, abandonado, zombado, açoitado, castigado, cuspido, pregado a uma cruz e trespassado por uma espada, como um animal sendo massacrado e pendurado em um cavalete?
Deus não o poupou
Ele realmente faria isso? Se ele o fizesse, poderíamos saber com plena certeza que qualquer objetivo que ele estivesse buscando do outro lado desse obstáculo nunca poderia falhar. Não poderia haver maior obstáculo. Então, o que ele estava buscando deveria ser tão bom quanto completo.
A realidade impensável que Romanos 8.32 afirma é que Deus fez isso. Ele o entregou. Deus não o poupou. Você pode dizer: Judas não o entregou? (Marcos 3.19), Pilatos não o entregou? (Marcos 15.15), Herodes e as multidões não o entregaram? (Atos 4.27–28). O pior de tudo é que não o entregamos? (1Coríntios 15.3; Gálatas 1.4; 1Pedro 2.24). E talvez o mais surpreendente, Jesus não se entregou? (João 10.17; 19.30). A resposta para todas essas perguntas é sim.
Mas em Romanos 8.32, Paulo está penetrando através de todos esses agentes, todos esses instrumentos, de morte. Ele está dizendo a coisa mais impensável: dentro, atrás, embaixo e através de todos esses agentes humanos, Deus estava entregando seu Filho à morte. “sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus”. (Atos 2.23). Em Judas, Pilatos, Herodes, na multidão e nos soldados gentios, nos nossos pecados e na submissão de Jesus como o cordeiro, o próprio Deus entregou seu Filho. Nada maior ou mais difícil já aconteceu. Ou acontecerá.
A Metade fácil do argumento
Portanto, no argumento fortiori de Paulo, Deus fez a coisa mais difícil para nos dar a felicidade eterna. Ele não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. O que isso garante? Paulo coloca isso na forma de uma pergunta retórica (que significa uma pergunta que ele espera que respondamos imediatamente e corretamente): “porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas”?
Paulo espera que transformemos isso em uma afirmação forte e certa. A saber: “Ele certamente também nos dará graciosamente todas as coisas”.
Desde que Deus não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, certamente nos dará graciosamente com ele todas as coisas.
Todas as coisas! Essa não é uma promessa de uma vida sem problemas. Quatro versículos depois, Paulo diz: “Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. (Romanos 8.36).
“Ele nos dará todas as coisas” significa todas as coisas que precisamos para fazer a vontade dele. Todas as coisas que precisamos para glorificá-lo. Todas as coisas que precisamos para passarmos de predestinados para chamados , justificados e glorificadas – isto é, para a felicidade eterna (Romanos 8.30).
Visto que Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, portanto:
• Todas as coisas vão cooperar para o nosso bem (v. 28).
• Estaremos em conformidade com a imagem de seu Filho (v. 29).
• Seremos glorificados (v. 30).
• Ninguém poderá ser bem-sucedido contra nós (v. 31).
• Não haverá acusação contra nós (v. 33).
• Nada poderá nos separar do amor de Cristo (v. 35).
• Na tribulação, na angústia, na perseguição, na fome, na nudez, no perigo e na espada, somos mais do que vencedores (v. 35–37).
• Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura nem a profundidade, nem qualquer outra criatura serão capazes de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (v. 38,39).
Minha esperança depende de Romanos 8.32
Agora voltamos ao começo. Eu disse que quando tinha vinte e três anos, essa lógica do céu penetrou tão profundamente em minha alma que mudou a maneira como penso sobre todas as coisas – e que a mudança estava cheia de esperança. O que eu quis dizer foi o seguinte: Essa lógica do céu ensina que o Pai não poupando o Filho assegura todas as promessas em que eu já confiei, ou confiarei.
Vivo minha vida todos os dias pelas promessas de Deus. Devo cada um deles à lógica de Romanos 8.32. Você vê como isso é extenso e abrangente para mim? Toda a minha esperança depende das promessas de Deus. E todas as promessas (todas as coisas) são garantidas pela lógica de Romanos 8.32.
Paulo disse: “… quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele [Jesus] o sim”; (2Coríntios 1.20). Isso porque o Pai não poupou seu Filho. Ele fez isso para que todas as coisas – todas essas promessas – fossem absolutamente certas para aqueles que confiam nele. Eu lutei todas as batalhas da minha vida com as promessas de Deus – batalhas contra o medo, a luxúria, a ganância, o orgulho e a raiva. Batalhas por coragem, pureza, contentamento, humildade, paz e amor. Todas elas pela palavra de Deus – as promessas de Deus.
Por trás de cada uma dessas batalhas está a lógica do céu: “Não poupei meu próprio Filho; portanto, minha promessa a você não pode falhar. Vou te ajudar. Vai. Faça o que eu te chamei para fazer.